Ajuda

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Bakugou arrumou suas coisas para sair, antes passou no quarto falar com Hakamata. Nos últimos dias o homem elegante e fino sequer levantava da cama. Desde que retornou do palácio, a algumas semanas, ficou a maior parte do tempo com uma expressão vazia, como se tivesse perdido um pedaço da alma.

No começo Bakugou ficou furioso, xingou ate a voz falhar, mas ao ver a expressão desamparada no rosto do conselheiro mordeu a língua e ficou calado. Não foi difícil descobrir sobre o esquema por trás dos “assassinatos”, Jirou veio pessoalmente com o pretexto de interrogar o motivo de ter saído mais cedo banquete e, obviamente, contou sobre o que aconteceu de verdade. Ao ouvir, ficou tão irritado que sentia o estômago doer. Os dois ficaram horas amaldiçoando a maldita estratégia deles, um preocupado com a princesa e o outro com Hakamata. O plano foi tão louco. E se tivessem se machucado de verdade? E se fossem mortos sem querer? Dois suicidas!

Ficar quase três meses sem ver Hakamata para encontra-lo de cama foi um choque tremendo. Tanto que desconfiou que fosse veneno, então mandou uma carta ao povo sapo pedindo ajuda. Tsuyu veio pessoalmente e confirmou que não existia nada de errado, que estava tudo bem com seu corpo. Isso significa que algo aconteceu naquele maldito castelo, algo que tirou sua vontade de levantar.

Quando soube que o título de conselheiro real foi removido sentiu que a anormalidade era relacionado ao rei, e apenas confirmou esse pensamento ao ouvir os rumores sobre o amor proibido deles. Juntando um mais um sua teoria é que o rei descobriu sobre a trama, ficou com raiva, retirou seu título e decidiram parar de se encontrar. Era bem plausível, até falar sobre isso com Hakamata. O homem ficou histérico ao ouvir que amava o rei, xingou, quebrou coisas e pediu que Bakugou sumisse de sua vista.

Bom, como tinha uma casa, não era um problema sair. Mas seria mentira negar que não ficou indignado. Que tipo de pessoa Hakamata realmente é? Com um pequeno surto o expulsou sem pensar duas vezes. Anteriormente seu tratamento na mansão era como um mestre, quase como um filho, agora precisava sair de um dia para o outro. O bom disso foi que nenhum presente foi confiscado, tudo que ganhou, roupas, armas, livros, continuavam pertencendo a apenas ele. E é óbvio que se recusou a levar, deixou tudo na mansão e reuniu apenas coisas que já lhe pertenciam ou que ganhou de outras pessoas, como uma adaga que Shinsou lhe deu simbolizando o encerramento do ensino.

No quarto, Hakamata ficou escondido atrás das cortinas da cama, apenas a sombra do corpo visível. Bakugou não se importou, sabia que não receberia resposta, então apenas abriu a boca para agradecer a estadia.

— O senhor me salvou da escravidão. — a voz formal de Bakugou soava estranha, como se fosse indiferente ao homem e estivesse apenas falando por educação — Fico grato, minha vida mudou para melhor por sua causa. Já que não sou mais bem vindo, vou me retirar. Espero que se recupere.

Deitado na cama, Hakamata agarrou o travesseiro com lágrimas nos olhos, mas se recusou a chorar. Ao ouvir os passos se afastando seu coração bateu rápido, com os dentes cerrados repetiu várias vezes:

— Ele não é meu irmão! Ele não é meu irmão!

Em sua mente tentava se acalmar com pensamento de que ficar sozinho doía menos, que não queria mais perder ninguém, que não precisava de ninguém. E, obviamente, que não poderia amar ninguém! Nem o rei, e muito menos esse escravo que adotou por impulso! Ninguém! A solidão não machuca! A solidão... ser sozinho é melhor... melhor...

...

O tom de voz do príncipe ficava mais estridente enquanto falava, chegava a ser doloroso para os ouvidos. Midoriya ouviu a infinita reclamação totalmente indiferente, não se importava nem um pouco com o que ele pensava. Aizawa ainda não chegou, então apenas o povo de Shiketsu estava presente. Assim que deu as caras, os guardas o prenderam e levaram diretamente ao príncipe, Tokoyami foi jogado em uma sala em algum lugar do palácio.

jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku Onde histórias criam vida. Descubra agora