Ajuda

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Shoto encarava um pequeno pote, era a pomada que Midoriya usou no seu ferimento, que estava quase cicatrizada. Ele pensava no quanto tinha prejudicado o garoto, sem nem se dar conta disso. Era uma maneira horrível de devolver o favor, se sentia péssimo por isso.

Estava confuso. Nunca tinha se preocupado com alguém antes, nao da maneira como se preocupava com izuku. Isso sem levar em conta que o conheceu em apenas um dia. E aconteceram tantas coisas. Ele foi grosso, foi salvo, ficou agradecido, e quando tentou se aproximar e ajudar, só fodeu a vida do garoto. Se sentia angustiado, queria apenas protege-lo. Sera que isso era um sinal para se manter distante? O garoto ficaria bem contanto que estivesse longe dele?

...

Bakugou andava da esquerda para a direita na frente da fogueira, inquieto.

— Você não vai dormir? Amanhã você será de grande importância. — A voz de Kirishima foi ouvida, ele parecia com sono, acordou para tomar agua e não esperava ver o outro acordado até tarde da madrugada.

— Eu não consigo, nesse exato momento Deku pode estar passando por coisas horríveis. — Franzia a testa, sempre que pensava nisso se sentia... desesperado.

— Ficar acordado não vai ajudar em nada. — Kirishima falou, se aproximou e se sentou ao redor da fogueira. Estava um pouco frio.

— Eu sei... — ele parou seus passos e deu um suspiro pesado.

— Já que não quer dormir, eu fico com você, estou acordado de qualquer maneira. — Kirishima sorriu um pouco, queria acalmar o loiro, era uma pena que seu sorriso não tinha o mesmo efeito do de Izuku.

...

Midoriya estava deitado em um colchão, nu e sem nada cobrindo o corpo. Seu corpo coberto de hematomas roxos e marcas de mordidas. Quando acordou estava desse jeito, fazia horas e ninguém apareceu. Já estava dia, o tempo estava um pouco frio, por isso, ele tremia.

Ainda não tinha comido nada, sua ultima refeição foi no dia anterior, junto com o esquadrão de Todoroki. Ele não estava preocupado com a fome, sempre ficava sem comer quando era escravo. O ruim era não poder sair dali, as correntes estavam pregadas no chão. Suas mãos estavam presas acima da cabeça, seus pés acorrentado nas duas extremidades, era uma posição muito reveladora.

Midoriya se sentia humilhado, estava furioso. Evitava pensar no que aconteceu, deixou sua mente ocupada com inúmeras ideias de como enforcarar o general com as correntes, quando ele retornasse.

Depois de um tempo, ouviu movimento do lado de fora. Ele se encolheu preocupado, não era muito cedo para o general voltar?

Uma pessoa passou pela entrada da tenda, Izuku franziu a testa, não era quem esperava. O homem, que parecia ter sua idade, desviou os olhos assim que encontrou o corpo nu de Midoriya.

Ele procurou ao redor, mas não achou suas roupas. Sem outras escolhas, tirou seu manto exterior e cobriu o corpo do garoto.

Izuku permaneceu quieto, não disse nada, só observava o que essa pessoa faria a seguir.

— Eu quero que você fique quieto, quando sairmos vamos em direção da floresta. Você vai ter que manter um ritmo acelerado... e eu sinto muito. — A ultima frase ele falou baixinho, seus olhos não o encaravam diretamente.

O homem tinha cabelos azuis, se vestia como um nobre e parecia forte fisicamente. Ele tirou uma chave de uma fenda de suas roupas e soltou as correntes. Depois pegou uma espada, que estava em sua costas e entregou ao garoto.

— É por precaução, caso alguém nos encontre. A sua espada e arco foram levados pelo general, junto com a armadura, sinto muito. — Suspirou, com um sorriso triste. Midoriya analisou a espada, ela era comum, não tinha a mesma qualidade da que ele ganhou.

— Por favor, pare de se desculpar. — Midoriya falou pela primeira vez, sua voz estava rouca, provavelmente por ter gritado a noite toda. A sensação que o homem a sua frente passava era de confiança e pesar, Izuku não pediu muito e resolveu confiar nele.

...

— Capitão, um garoto loiro está atacando intensivamente nosso flanco esquerdo, eles pedem por reforços.

— Senhor, uma garota está atacando intensivamente nosso flanco direito, nossos homens não conseguem segura-la.

— General, o filho de Endeavor está atacando o centro do exercito com o auxilio dos homens de Midnight. O que devemos fazer?

— O que diabos esta acontecendo hoje?! —Stain perguntou furioso, eles estavam atacando feito doidos, seu exercito não conseguia nem respirar direito.

— Senhor, isso pode ser uma distração. Temos que nos manter atento ao general e a Midnight, ele não saíram de suas posições ainda.

— Eu sei! Mande algum comandante de 500 homens para o flanco direito e mate essa vadiazinha primeiro. —ele olhava sua mesa, analisando seus próximos passos.

— SENHOR!

— O que foi agora?! — Stain gritou, com raiva dos relatórios que não paravam de chegar.

— Eu vi seu novo brinquedinho saindo pela floresta, ele estava com um dos nossos homens!

— O que? Com quem?! — Stain sentiu sua cabeça doer, ele estava enfrentando tudo isso por causa do garoto? Era isso?

...

— Tem certeza que ele vai entender o recado? — O general perguntou a mulher, que estava sentada confortavelmente degustando um peixe seco.

— Eu confio nos espiões de Aizawa, tenho certeza que Iida ainda é um de nós. E ele é inteligente o suficiente para entender o recado, afinal, não é todo dia que nós usamos bandeiras vermelhas. — Ela sorriu de lado, confiante.

— Você é a mulher de Aizawa? — o tenente da unidade não pode deixar de perguntar. Saber sobre o espião de um grande general... ela deve ser alguém que ele confia cegamente.

— Não, tolinho. Eu sou uma amiga de infância, assim que eu for promovida a general serei a terceira tenente da sua unidade. — Ela sorria, não parecia ter se ofendido com a pergunta.

— Já que esta toda confiante, você pode se juntar a batalha. Vá ate a garota da tribo, junto com o resto da sua unidade. Cause muita dor de cabeça, ou stain vai concentrar seus esforços nos garotos. — O general olhou para sua mesa e moveu alguma peças pequenas, parecia aliviado de poder contar com os três jovens, sua unidade não poderia gastar a energia tão rapidamente. Eles eram a força principal, afinal.

— Como quiser, general. — Ela falou com desdém, se curvou e saiu rindo. O homem só pode estalar a língua em desgosto.

jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku Onde histórias criam vida. Descubra agora