O cheiro de sangue no ar não incomodou Midoriya, que apenas olhou para a arena com olhos frios e cansados. A voz do locutor gritou em alegria por outra aposta ganha. A plateia tremia de empolgação, gritando e louvando o nome de Izuku.
— A próxima luta será amanhã! — O locutor anunciou animado — A fera verde, Izuku Midoriya, lutará contra o desafiante no topo do ranque e mais vinte lutadores!
O público gritou em animação, todos em êxtase por verem mais sangue na próxima batalha. Alguns já começaram a apostar, satisfeitos demais com o jovem guerreiro. Os corpos sem vida empilhados no chão não pareciam incomodar a plateia, que fazia de tudo para ter sua voz destacada. O único que parecia realmente incomodado foi Midoriya, que matou todos para poder sobreviver. Mesmo cansado, ainda restava forças o suficiente para acabar com muitos e fugir desse inferno. Mas, como um bom garoto, soltou a espada que segurava e esperou. Não demorou para homens fortemente armados apontarem lanças e flechas em sua direção, as correntes pesadas de ferro foram jogadas a sua frente, para que se prendesse por vontade própria, e assim o fez.
A plateia gritou em louvor ao verem o obediente, porém perigoso, lutador se render. Os guardas pareciam tensos e ao mesmo tempo felizes, pelo menos “a fera verde" era dócil com seus superiores.
— Hoje o seu senhor vem visita-lo. — Um soldado anunciou, escoltado o lutador para fora do lugar.
— Que raro, algo aconteceu? — Midoriya perguntou, surpreso. Fazia quase um mês que o general não dava notícias, já cogitava a ideia de matar todos e fugir.
— Pergunte você mesmo quando vê-lo. — O guarda o levou até sua cela e depois de verificar que estava tudo certo, foi embora.
O tempo passou lentamente, um médico veio para ver suas feridas e saiu depois de enfaixa-las. O lugar ficou em total silêncio, era de se esperar já que todos os antigos vizinhos de celas foram mortos na arena. A única pessoa viva estava trancada na cela a sua frente, nesse momento ele riu baixo, o que chamou atenção de Izuku.
— O que é engraçado? — perguntou curioso.
A pessoa não falou, Midoriya meio que se acostumou a isso. Desde que chegou a arena esse vizinho sempre falava uma ou duas vezes, depois se calava como se fosse surdo e mudo. A pessoa nunca mostrou seu rosto, mas sempre recebia visitas seguidas de horas de torturas. Os dias nesse lugar eram o inferno, e ver alguém que sofre tanto rir chega a ser assustador.
— Hoje eu vi sua luta. — A pessoa falou com voz rouca — Seu rostinho delicado não combina com sua alma de assassino frio.
— Não sou um assassino frio. — Midoriya bufou, irritado.
— Não? — A voz riu um pouco mais alto — Coitado dos seus inimigos se fosse, então.
— Te deixaram ver minha luta? — Midoriya resolveu ignorar a provocação, focando na sua dúvida.
— Como seu próximo oponente, é óbvio que me é permitido assistir um pouco. — A pessoa estalou a língua em desagrado — Não tenho certeza se consigo te eliminar com apenas dez golpes.
— Não sabia que você era arrogante. — Midoriya retrucou, divertido com a declaração.
— Alguém que se recusa a machucar os outros ou a matar diretamente está sempre em desvantagem. — A pessoa falou friamente — Você pode ter o dom, mas tenta reprimir, esse seu erro te custará a vida.
— Reprimir? Você não disse que eu era um assassino frio? — Midoriya desdenhou, achando graça da pessoa.
— No começo de cada luta sua postura é gentil, mas depois que o sangue escorre sua aura e postura são a de uma fera selvagem e cruel. — A pessoa riu — Acha que seu apelido veio de onde?
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jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku
FanfictionMidoriya é órfão de guerra, foi vendido como escravo com 5 anos e passou a ser melhor amigo de Bakugou, um escravo exemplar que servia a mesma família. A maneira como eram tratados era visivelmente diferente. Bakugou era um bom escravo, forte, sil...