Culpa

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— EU VOU TE MATAR, SEU FILHA DA PUTA DO CARALHO. — Bakugou pegou pelo colarinho de Todoroki e jogou forte contra um pilar de madeira. Seus olhos ardiam em fúria, ele falava alto, ninguém ousou interromper.

— Desculpe... — Todoroki falou, queira se explicar, mas não sabia como.

— DESCULPE O CARALHO, SEU MERDINHA. EU VOU ARRANCAR SUA CABEÇA, CADE MINHHA ESPADA?! ME TRAGAM UMA ESPADA! — Olhava ao redor, Kirishima saiu e levou sua espada, por precaução. Como não achou uma espada, e ninguém deu uma a ele, sua mão se fechou em um punho e socou a cara de Shoto.

— Eu... — antes que pudesse se desculpar novamente sentiu outro soco pousar em seu rosto.

Bakugou ofegava, ele estava todo machucado. Quando viu Midoriya sendo levado ele se jogou na multidão e tentou seguir atrás, ele gritava que era o homem errado e avançava feito um doido, ele se machucou muito por essa ação impulsiva. Todoroki viu dor brilhando em seus olhos carmesim, só não parecia ter relação com suas feridas.

Bakugou não conseguiu segurar as lagrimas que se acumulavam, elas escorreram e não tinham a intenção de cessar. Ele estava com tanta raiva, seu coração doida em pensar o que fariam com Midoriya. Ele só queria que o garoto estivesse bem, que estivesse ali, sorrindo gentilmente pra ele, como sempre fazia.

— VOCÊ TEM NOÇÃO DA MERDA QUE VOCE FEZ?! — Bakugou gritou, ele agarrou novamente a roupa de Todoroki e sacudia forte. Ele estava desesperado, não sabia como resolver aquilo, e a culpa era desse desgraçado na sua frente.

Katsuki se sentia inútil, não conseguiu proteger quem amava. As cenas de Izuku sendo torturado, ou coisa pior passavam repetidamente pela sua cabeça.

— Não foi minha intenção... — Todoroki tentou falar novamente, ele estava tão abalado quanto Bakugou, ele queria chorar no colo da sua mãe, feito uma criança. Se Midoriya morresse ele jamais se perdoaria, ele se sentia imundo.

— Eu ainda não acredito... isso é um pesadelo. Como o Deku não percebeu esse truque barato? Usar ele como isca... que coisa repugnante. — Bakugou falou com a voz tremula, parecia falar consigo mesmo.

— Agora temos que ir ao general, todos nós. — A voz de uma garota foi ouvida, ela estava na companhia de Kirishima. Bakugou deduziu que ela era a Tsuyu, ele pediu para o ruivo ir atrás dela. Izuku falou sobre ela na noite anterior, ela seria de grande importância para descobrir uma maneira de resgata-lo.

Ela desceu do cavalo e caminhou ate os dois, colocou a mão no ombro de Bakugou, como uma maneira de conforto. Sentindo o toque, Bakugou soltou o bicolor, que arrumou suas roupas.

Tsuyu olhou nos olhos de Shoto, que estava com uma expressão vazia. Ela, em um impulso, deu um passo a frente e bateu em seu rosto. Foi um tapa tão rápido que só pode ser ouvido o som de estalo, ele não sabia quem ela era, mas sentia que merecia aquilo.

— Eu espero que ele esteja inteiro, pelo seu bem. — Sua voz era fria, seus olhos exibiam dor também. Bakugou sentiu um pouco de alivio, ele não estava completamente sozinho.

...

— VOCÊ É UM IDIOTA?! — A voz de Stain foi ouvida, ele estava furioso.

— Desculpe, chefe. Mas o garoto estava com a armadura de Todoroki. E com, literalmente, seu nome cravado na frente dele. Nossa inteligência disse que ele era forte, e que tinha um cabelo diferente, o menino se encaixava perfeitamente. — O homem respondeu, ele não parecia preocupado, a culpa não era dele.

— Olhe pelo lado bom, ele tem um ótimo rosto, general. — Um cara logo atrás riu baixinho, todos estavam comentando sobre a boa aparência do garoto, ele era delicado, não parecia um soldado bruto e sujo.

— Levem ele até a minha tenda, amarre suas mãos e pernas. Usem corrente de aço, não o subestimem. — Stain falou, ele voltou a se concentrar na batalha do dia seguinte.

...

— Vocês o que? — o general perguntou, seu rosto estava fechado.

— Eu pensei que ele foi usado de isca, até elogiei sua estratégia. — Um homem, provavelmente tenente da unidade, comentou.

— Minha intenção era que ele se protegesse, apenas. — Todoroki falou, finalmente alguém parou para ouvi-lo. Ele queria explicar seu lado da história, sem ser interrompido.

— Eu achei uma jogada tão suja, nem seu pai faria algo assim. — Uma mulher bonita, que acabou de entrar, disse. Ela analisou as pessoas presentes, Bakugou e Todoroki estavam apoiados sob um joelho, com a cabeça baixa, em saudação. Tsuyu não tem costume de se curvar, não faz parte da sua cultura, ela estava em pé ao lado, olhando para frente.

— Já disse para não entrar sem avisar. — O general reclamou, a mulher sorriu confiante.

— Parece não querer minha ajuda, que pena. Eu já tinha até um jeito de resolver as coisas... — Ela vez biquinho, como se estivesse arrependida por desrespeita-lo. Quando sua voz saiu as cabeças abaixadas dos garotos olharam em sua direção, com olhos brilhantes, ainda havia esperança.

...

Midoriya abriu seus olhos e sentiu uma dor forte no estomago, foi onde ele levou o golpe antes de desmaiar. Ele levantou um pouco o corpo e examinou o local, ele estava em uma tenda, não era a dele, essa era gigantesca. Seus pulsos estavam acorrentados, ele não pode deixar de lembrar do seu tempo com o mestre de escravos, antes de ser comprado. Um arrepio passou por todo o seus corpo, ele precisava sair dali, antes que aconteça aquilo.

Enquanto varias coisas se passavam pela sua cabeça ouviu movimento, ele olhou para entrada da barraca, um homem de cabelos pretos entrou por ela.

— Já acordou? Que bom. Então, o que eu vou fazer com você? — ele sorriu, era um sorriso assustador.

jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku Onde histórias criam vida. Descubra agora