Diabo

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Três semanas passaram lentamente para Bakugou. Hoje, como um convidado do rei, precisava comparecer no palácio. Não foi difícil adivinhar que sua promoção seria oficializada, e provavelmente seria designado para servir a algum nobre gordo e burro.

A serva que ajudava na vestimenta sorria, orgulhosa do próprio trabalho. Bakugou se sentia desconfortável nas roupas grossas e caras, além da faixa esquisita em sua testa ser incômoda.

— Tire essa coisa horrenda da minha cabeça. — Resmungou Bakugou, infeliz.

— Não, meu senhor. Hakamata preparou essa roupa pessoalmente, parece ser algo especial para o mestre. — A serva retrucou.

— É só uma faixa, e é feia. — Bakugou desdenhou irritado.

— Por favor, senhor. O mestre até escolheu preto de acordo com seus gostos, não seja tão ruim. — repreendeu baixo.

— Hã?! — Bakugou cerrou os dentes, tentou ao máximo seguir os conselhos de Deku e ficar calmo, mas todos o irritavam — Esqueça, vou usar essa merda.

— O senhor está com o humor de um Deus. — A serva elogiou, nos últimos dias se acostumou a provocar essa pessoa. Era hilário ver os olhos vermelhos furiosos tentando se controlar.

— Não abuse da sorte. — Bakugou suspirou em desagrado.

— Realmente, seu humor melhorou. — Shinsou entrou no quarto sem ser convidado — Está até parecendo alguém descente.

— Que engraçado, morri de rir. — Bakugou ironizou indiferente.

— Vamos logo, eu não tenho o dia todo. — Shinsou riu — Hakamata já saiu faz horas, não podemos nos atrasar.

— Qual o motivo de você ter tirado todas as suas coisas do quarto de hóspedes? — Bakugou perguntou diretamente, sem se importar com a serva.

— De acordo com minha teoria, hoje o diabo me acolherá como um amigo. — Shinsou dramatizou, sorrindo de maneira estranha.

A serva fez um sinal de cruz, totalmente assustada.

— Quem seria o diabo? — Bakugou levantou uma sobrancelha, curioso — É por causa desse bom homem que sou proibido de pisar para fora?

— Sim. — Shinsou não escondeu — Hakamata teme que sua alma seja muito fraca para resistir a loucura, então, como um bom pai, escondeu o filhinho debaixo de suas asas.

— Eu não sou fraco. — Bakugou corrigiu, ofendido.

— Não estou falando de luta. — deu de ombros — Vamos, ou o diabo pode achar que eu o temo. — Shinsou gargalhou se afastando.

— Senhor, o rei do inferno está entre os humanos? — A serva abriu a boca, expondo suas preocupações.

— Quem sabe? Talvez o velho bode te visite a noite. — Bakugou provocou, gargalhando do susto da senhora.

Algo que aprendeu a gostar na mansão são os empregados, que sempre eram muito descontraídos. Midoriya não demorou nem um dia para fazer amizade com todos, depois disso a pose de Bakugou como alguém agressivo sumiu. Todos sabiam mais de Bakugou que ele mesmo, Midoriya adorava contar sobre os dois juntos na época de escravo. A serva e muitos outros começaram a ser menos vigilantes, acolhendo Bakugou como um animal maltratado que precisa de afeto. No começo, achava isso irritante. Mas, com o tempo, se acostumou. Deixando isso de lado por medo de se atrasar, Bakugou saiu rapidamente atrás de Shinsou.

Assim que chegaram no palácio real, foram guiados para um pátio repleto de nobres. Bakugou achou que estava no ninho de um bando de pavões, pelo exagero de suas vestes. As pessoas conversavam baixo até a atenção ser focada nos dois jovens.

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