jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku

Reino Shiketsu

Uma semana depois de derrubar a arena, Midoriya partiu com Aizawa e Tokoyami para o próximo destino. A viagem era para fora do reino, então levaria mais ou menos uma semana. Durante todo o trajeto Aizawa confiscou Midoriya, sempre que estava acordado, pedia que seu aluno se sentasse na sua carruagem para aprender. Era meio estranho, já que ninguém falava, Izuku apenas lia em seu canto enquanto Aizawa no dele.

Mic zoou isso no primeiro dia, por consideração ao general, Izuku fingiu estar com dúvidas de certas coisas para dar a Aizawa espaço para ensinar. Mas, não era realmente necessário, tudo que lia não era difícil de aprender. O general não é tolo, e percebeu isso, mesmo assim fez questão de dar explicações completas e profundas, apenas para esfregar na cara de seu aluno que ainda tinha muita coisa que ele precisava aprender.

Toda tarde os dois paravam suas leituras para ter uma partida de xadrez, ideia do general. Para pessoas de fora, parecia apenas um aluno e professor querendo se enturmar, mas não era o caso. Aizawa analisou todas as táticas e manias de Midoriya, para aprender como o garoto se comporta em um confronto. A tendência do menino era recuar, proteger seu rei e ficar na dele. Isso era bom, já que se perder o rei o jogo acaba. Mas Aizawa ficou impaciente com o tempo, nada mudava, Izuku não evoluía.

Depois de repreender seu aluno, avisando que ataque também é necessário, as coisas se tornaram divertidas. Izuku aprendia rápido demais, mas vê-lo sofrer para equilibrar a defesa do ataque era engraçado. Um dia Aizawa acordou e viu pela janela que o garoto desenhava táticas no chão, sempre muito sério.

Durante essa semana, Midoriya não ganhou nenhuma vez, e aconteceu apenas um único empate. Como já estavam na fronteira do reino Shiketsu, o garoto parecia deprimido, como se nunca mais pudesse ter outra partida com o general. E esse era mesmo seu medo.

Foi a primeira vez que o general o tratou como aluno, e sentia que isso aconteceu apenas pelo tédio da viagem longa. Agora que estavam chegando, tudo voltaria a ser como era. O general dormiu até mais tarde nesse dia, estava cansado de se manter acordado ensinando e precisava estar inteiro para quando chegar.

Assim que pisou no reino, foram recebidos por uma chuva de flechas. A estrada era cercada de floresta, então o número de inimigos era desconhecido. Midoriya estava distraído quando aconteceu, se não fosse pela ação rápida de Tokoyami o garoto poderia ter se ferido. A carruagem foi parada, Aizawa acordou imediatamente em alarme. O som de trote de cavalos era obvio, parecia uma emboscada.

— Não ataquem! — Mic gritou aos seus soldados que seguravam suas armas.

Midoriya agiu como em toda emboscada de ladrões: foi checar os números. Tokoyami deu cobertura enquanto saia discretamente da estrada e se infiltrava na floresta.
Um grupo pequeno se aproximou, e esperou que fosse recebido. Aizawa pegou sua espada e chicote antes de descer da carruagem.

— O que isso significa? — Perguntou ríspido.

— Que sua ajuda não é bem vinda. — O mensageiro deu um sorriso — Volte povo de U.A e ninguém vai se ferir.

— Nossa, estou assustado. — Mic gargalhou ao se aproximar com o cavalo de Aizawa.

— Estou aqui pela aliança formada com os reis, não vou voltar. — Aizawa respondeu indiferente — E aconselho a não atacar novamente, ou não me culpe por ser rude.

— Meu senhor tem o dobro de homens. — O mensageiro não mostrou estar intimidado — Sem falar da retaguarda, entrar no reino vai te causa muito dano, general. Recue.

— É mesmo? — Aizawa sorriu — Se fosse assim, vocês não teriam atacado logo de cara.

— Isso não tem... — O homem tentou se explicar, mas foi interrompido.