Caminhada

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Bakugou deu apenas um passo, ao longe avistou Hakamata em pânico. O homem elegante parecia mais pálido e branco, os olhos estavam vermelhos de medo e desespero.

— KATSUKI!

O grito foi extremamente alto, até o rei levantou seu olhar. Hakamata correu, querendo se jogar na brasa também. Os soldados cercaram imediatamente, impedindo que desse mais um passo.

— POR FAVOR, MAJESTADE!

A voz soou grossa, o desesperou genuíno atraiu a simpatia do público. Bakugou estava em pé na brasa, para evitar que seu benfeitor sofresse por ele, deu mais um passo. Eram apenas três metros, quatro passos eram o suficiente para sair da brasa, e já tinha dado os dois primeiros.

— MAJESTADE, EU IMPLORO.

Hakamata conseguia ver a dor na expressão de Bakugou, seu coração batia alto em puro medo. Era impossível sair da brasa sem machucados, e esperar que o garoto sofra por três dias, para definitivamente ser exilado, era demais. Isso sem falar das doenças, depois disso seria enviado para aguardar em uma cela. Três dias inteiros sem tratar um ferimento, em um local úmido, frio e lar de ratos.

— POR FAVOR, ELE É TUDO QUE ME RESTOU!

Bakugou sentia a extrema preocupação de Hakamata, então agilizou e deu outro passo. A roupa que usava já estava coberta de suor, as pernas temiam e os músculos do corpo todo se contraiam de dor. Hakamata sentiu seu sofrimento, em meio a agonia simplesmente atacou os guardas, que bloqueavam seu caminho. O homem treinou a vida toda, já foi general e nunca deixou de lado o treino, então em poucos golpes derrubou os dois que estavam em sua frente. Por causa de sua ação, mais guardas avançaram.

— TIRE-OS OU OS MATAREI!

O rei ficou apreensivo, caso seu amante realmente matasse alguém, em público, seria impossível não puni-lo. Com um gesto de suas mãos, os guardas de afastaram. Bakugou não esperou por Hakamata, arrastou sua perna e deu outro passo, o passo final. Vendo isso, o conselheiro, mergulhado na mais pura angústia, correu até ele. O padre levantou as mãos, tentando impedi-lo. Hakamata facilmente desviou, mas Bakugou já havia terminado, saiu da brasa e pisou, com os pés cheio de bolhas e sangue, na calçada.

Hakamata o ergueu no colo, como uma criança, evitando que machucasse ainda mais seus pés. Bakugou queria protestar, mas seus dentes estavam cerrados com força por causa da dor, a única coisa que saiu de sua garganta foi um gemido agonizante. Hakamata ficou ainda mais assustado, os olhos se inundaram de lágrimas.

— Você... você... está com muita dor? — Hakamata parecia perdido, com medo e extremamente triste — Eu... eu vou cuidar de você, não fale ainda.

— Senhor, deixe-me finalizar isso. — O padre deu passos a frente, dois guardas logo atrás com uma tábua de madeira.

Hakamata olhou por um segundo, então deitou o loiro nela. Mas, não recuou. Ficou segurando o braço de Bakugou, como se tivesse com medo de roubarem ele. O padre não se importou, levantou um dos pés do réu e examinou com calma. Com um aceno, outros homens da igreja vieram checar as feridas, então alguém enfaixou.

— Os ferimentos são superficiais, existe bastante bolhas e muco. — O padre se virou para o rei e explicou, então retornou o olhar publico — Em três dias, nesse mesmo horário, Bakugou Katsuki irá ter sua sentença final.

— Guardas. — O rei deu um sinal com as mãos.

O conselheiro ergueu sua cabeça, os olhos vermelhos coberto de fúria. Com um rosto ameaçado, encarou diretamente o rei. Parecia estar avisando, caso tentem tirar Bakugou dele, morrerão. Os guardas não são idiotas, sabem da força do homem, então se curvaram totalmente educados. Eles não ousaram mover o jovem.

jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku Onde histórias criam vida. Descubra agora