Despedida

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Já era tarde da noite quando bakugou finalmente saiu da sala de recepções, caminhando diretamente ao celeiro onde ele e midoriya dormiam. Ao chegar, a primeira coisa que viu foi seu amigo deitado no feno, parecia estar pensando em coisas aleatórias.

— Ei, quero te contar um coisa. — Falou firme, já decidido.

Midoriya, que já esperava uma atitude parecida, sorriu e se sentou.

— Então? — Perguntou.

Bakugou coçou a cabeça, se sentou de frente ao amigo e começou a explicar:

— Aquele homem que veio até aqui me ofereceu a liberdade, um trabalho de guarda e treinamento militar. Ao que parece, estão precisando de novos soldados e ele viu talento em mim. Estou pronto para aceitar essa oferta, que mudará minha vida. — Bakugou hesitou levemente na ultima frase. 

— Que ótimo, kacchan! — Midoriya sorriu, animadamente — Quando você tiver suas terras e for um soldado conhecido, vai voltar e pagar por minha liberdade, certo? — sentia ansiedade pela resposta.

Bakugou primeiro ficou surpreso, logo depois, um sorriso de alivio apareceu.

— Prometemos ajudar um ao outro, certo? — falou suavemente, a voz soava gentil e doce — E minha vida é sem graça sem você ao meu lado.

— Bobo. — Midoriya riu um pouco — Quando você vai partir?

— Eu pedi um dia para pensar, amanhã ele vai voltar e me levar com ele. — Bakugou respondeu diretamente e logo acrescentou — Ficarei pelo menos alguns anos em treinamento, e servindo como guarda. Irei juntar dinheiro e, juro, a primeira coisa que farei, é voltar aqui para te buscar. Não posso ficar muito tempo sem meu companheiro de luta, né? Tenho certeza que aqueles riquinhos não vão conseguir aguentar meus golpes.

Midoriya sentiu seu coração apertar, não sabia que expressão deveria fazer. Estava claro que bakugou queria animar o amigo, já que nem ele aguentava muito dos seus golpes. Talvez já soubesse que ele ouviu escondido, sentiu seus olhos arderam. Antes que pudesse responder, e acabar desabando em lágrimas, foi salvo por uma voz chamando seu nome, era seu mestre. Bakugou fez sinal para ele ir, e foi o que fez. Ao chegar na casa, foi barrado logo na porta.

— Você precisa acordar mais cedo a partir de agora, Bakugou deixará essa casa e tudo que ele fazia vai ser seu trabalho agora. — O velho parecia feliz por estar recebendo o triplo de dinheiro que pagou pelo loiro.

— Precisarei comprar outro escravo no futuro, é bem provável que eu me livre de você quando Bakugou tiver dinheiro. — O rosto gordo tinha um sorriso de alívio, parecia odiar mesmo o garoto estabanado.

Izuku apenas assentiu com a cabeça, pediu licença e saiu. Arrastando os pés, voltou ao celeiro para dormir.

Quando amanheceu, Midoriya pulou da "cama" e foi em direção a cozinha. Pegou algumas madeiras e fez fogo, colocou uma chaleira de água para ferver e saiu para buscar ovos. O café era preparado pelas criadas, ele só era responsável por acender o fogo.

O trabalho de comprar pão fresco é de Bakugou, já que Midoriya é tímido e atrapalhado. Agora que ele vai embora, é Izuku quem tem que cuidar dessa tarefa. Com muita falta de vontade, pegou algumas moedas e partiu em direção da feira. Ja tinha acompanhado bakugou algumas vezes, por isso, sabia onde ir e quanto pagar.

Quando voltou para casa, viu que Bakugou já estava de pé, carregando algumas madeira e colocando elas no chão da cozinha.

— Você não precisa fazer isso, é um homem livre agora. — Reclamou com um semblante sério.

— Vou te ajudar, você é lento demais. — Bakugou gargalhou sem olhar para o amigo — Quero ter uma última luta com você, antes de partir.

Depois de terminarem a maioria do trabalho, já estava tarde. Bakugou sabia que o homem nobre logo chegaria, com pressa, pegou Midoriya pelo braço e o arrastou para a floresta onde sempre treinavam.

Tomando posição de luta, ninguém falou, os dois tinham um rosto serio. Bakugou foi o primeiro a atacar e logo barulho de madeira contra madeira foi ouvido. Ele sentia seu coração apertar e seus olhos arderem, piscava de tempos-em-tempos para limpar sua vista. Continuou a atacar sem dar chances para Midoriya fazer nada.

O garoto de cabelos verdes, que prometeu não chorar, já estava com os olhos cobertos de lagrimas. Entre as pausas que faziam ouviu a voz tremula de Bakugou dizer:

— Deku, vamos nos separar por um tempo. Não fique para trás e tente me alcançar o mais rápido possível. Nós dois viemos do mesmo lugar e vamos ao topo do mundo juntos!

Midoriya soltou um choro esganiçado e refutou com a voz rouca e baixa:

— Até parece que vou ficar para trás. Quando nos encontrarmos novamente eu vou virar o placar e passar na sua frente, kacchan.

— Vou esperar ansiosamente por isso. — Bakugou murmurou com um sorriso.

jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku Onde histórias criam vida. Descubra agora