No campo de batalha, Kirishima estava preocupado com Bakugou. Não fazia muito tempo que partiram, a primeira coisa que fez foi chamar Todoroki para conversar. Era realmente estranho, já que a dois dias ele estava socando sua cara. Obviamente o ruivo não era inocente e sabia o motivo do encontro, Midoriya. Provavelmente, vão fazer algum plano maluco e suicida para se vingar de Stain.
Não era preciso conhecer Bakugou para sentir a raiva que emanava dele, sua expressão era seria e fechada. O homem parecia ter segurado toda essa fúria e guardado, para não preocupar Midoriya. Agora que ele não estava por perto, dava para sentir o ar pesado ao redor do homem. Bakugou estava tão furioso que seus olhos, naturalmente vermelhos, pareciam brilhar em brasa.
Todoroki acompanhou o mensageiro, chegou sendo observado pelo esquadrão de Bakugou, que, provavelmente por influencia do capitão, pareciam hostis. Ele estava com toda aquela aura nobre e indiferente de sempre, o que deixava Bakugou com ainda mais raiva.
— Me cubra. — Foi direto ao ponto, não soava como um pedido.
— Que? — Todoroki perguntou, sem mudar sua expressão. Ele se imaginou colocando um cobertor ao redor de Bakugou e achou aquilo bem estranho, até um pouco cômico.
— As ordens mandadas pelo general. Você vai seguir elas, no meu lugar. — Bakugou repetiu, ainda com sua pose de superioridade.
— Não. — Todoroki levantou uma sobrancelha, parecia debochar do loiro.
— Você vai. Eu vou caçar Stain, você me cobre. — Repetiu o loiro teimoso, ele não parecia disposto a ser rejeitado.
— Espera, você sabe se ele vai sair do QG hoje? Ou como ele se parece? — a voz de Todoroki se elevou de leve, parecia interessado.
— Não preciso explicar nada para o culpado da captura do Deku. Você vai me cobrir ou não?! — perguntou Bakugou, que já estava impaciente.
— Se for para vingar o Midoriya, eu quero ir junto. — Todoroki falou sério. Depois de conversar com Midoriya, não restava duvidas de que ele queria proteger aquele anjo. Era melhor que Stain fosse morto antes da sua volta, caso contrário, ouviria coisas horríveis dos soldados inimigos.
— Nem fodendo que você vai junto, só te chamei pelo Deku. Por algum motivo, ele parece simpatizar com você. Se fosse eu, teria cortado sua garganta. — Bakugou bufou em desprezo. Ele só estava ali por respeito e amor a Izuku, se Todoroki não ajudasse, não faria diferença, ainda poderia contar com Kirishima.
— Ainda bem que não é, e duvido que consiga. — Todoroki retrucou com raiva, não sabia o motivo, mas sempre que ouvia Deku sentia uma forte vontade de arrancar a língua de Bakugou.
— hehe, quer experimentar? Hoje estou com minha espada, vamos testar? — Bakugou sorriu de lado, ele colocou sua mão sobre o cabo da espada e tomou posição, pronto para atacar.
— Estamos do meio do esquadrão, vocês poderiam se controlar? Eu posso ficar e assumir seu posto, Bakugou. — Kirishima, que ouvia tudo com uma expressão de cansado, tentou mediar. O esquadrão parecia muito animado com a possível briga, eles pareciam respeitar e gostar do seu capitão.
Os dois, que estavam prestes a sair na porrada, pararam de discutir e voltaram ao assunto. Antes que Bakugou concordasse com o ruivo, Todoroki se pronunciou.
— Tudo bem, eu ajudo. Vou precisar de metade do seu esquadrão, para poder manter o lugar estável. — O garoto de cabelos bicolores aceitou, não perderia uma oportunidade de ajudar Midoriya.
...
Na floresta, indo em direção aos estoques de comida. Tsuyu liderava seus homens, ela pulava nos galhos das árvores e avançava rápido, seguida por sua tribo. Midoriya estava logo atrás dela, não aparentava cansado ou dolorido.
— Parece que você não mentiu. — Tsuyu falou risonha, ela relaxou ao ter certeza que estava tudo bem.
— Ei, vamos colocar armadilhas. — Midoriya disso quase ao mesmo tempo.
— Armadilhas? Estamos lutando com homens, não animais tolos. — perguntou um homem da tribo, que estava logo atrás.
— Veneno, só precisamos fazer um corte, não manter eles presos. — Midoriya explicou, pacientemente.
— Eu gosto da ideia. Não temos nenhum veneno forte para matar, só nos resta recorrer a algo que os deixe tontos e lentos. — Tsuyu concordou de imediato com a ideia, é melhor ser prevenido.
— Mas, não íamos caçar eles? As armadilhas vão expor que tem pessoas por perto, não vamos conseguir surpreender eles. — O homem protestou, ele nunca tinha usado armadilhas com humanos.
— É só colocar ao redor dos estoques. Eles vão ficar com medo de avançar cegamente e ter algo mortal mais para frente, ate lá da tempo de matar eles. — Midoriya explicou novamente, sua voz soava um pouco fria agora.
— ... é uma boa ideia. — Tsuyu deu uma olhada em Midoriya, ela estava impressionada com suas respostas rápidas, ele parecia ter planejado isso a algum tempo.
— Eu posso usar nas flechas também, depois é só atacar. — Midoriya continuava a murmurar ideias, o que estava deixando Tsuyu preocupada.
— Midoriya, não exagere na batalha, faça apenas o que puder. — A voz da garota sapo soou doce, ela queria que seu amigo sentisse que pode contar com ela.
— Não se preocupe. — Sussurrou Midoriya, dando um sorriso acolhedor.
A insistente sensação de que algo daria errado não passava. Tsuyu jurou a si mesma que não deixaria ninguém machucar Midoriya, nem sua tribo, mesmo que para isso, ela tenha que dar sua vida.
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jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku
FanfictionMidoriya é órfão de guerra, foi vendido como escravo com 5 anos e passou a ser melhor amigo de Bakugou, um escravo exemplar que servia a mesma família. A maneira como eram tratados era visivelmente diferente. Bakugou era um bom escravo, forte, sil...