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O escuro era, sem dúvidas, reconfortante. Durante o dia Hakamata dormia fugindo do sol e das pessoas, as noites eram os únicos momentos em que forçava-se a levantar, mesmo que fosse para ficar apenas alguns minutos fora da cama. Os criados se adaptaram rápido a essa rotina, alguns evitavam falar, mantendo todo o lugar quieto em respeito pelo sono de seu mestre.

Era para ser mais um desses calmos dias/noites, se não fosse uma criada preocupada e um guarda insistente que não paravam de falar. Queria apenas tomar um chá tranquilamente, mas esses dois ficaram joelhados em sua porta por horas sem intensão de sair. Talvez, se não os recebesse, ficassem ali até desmaiar. São pessoas boas e preocupadas, não queria deixa-los plantados o dia todo, foi por isso que os recebeu em seu quarto.

Hakamata não esboçou qualquer expressão, sequer conseguia ficar irritado com a falácia sem fim. Os olhos, que um dia brilhavam, pareciam ter perco a vontade de viver. Apenas um mero olhar e identificaria a imensa solidão e tristeza presente neles. A criada, que não parava de tagarelar, começou a chorar ao encara-lo.

— Eu cuidei do senhor por tantos anos... — a mulher choramingou — eu vi sua alegria voltar nesses últimos meses, quando Bakugou morava aqui. Eu cuidei desse garoto também, e me recuso a deixar as coisas assim. Por favor, conversem, não se afaste...

— Alguma notícia de Bakugou? — Hakamata finalmente se moveu, o olhar focou no guarda.

— Algumas. — O soldado esboçou um sorriso por ver interesse em seu senhor — O antigo mestre de Bakugou cruzou o reino para encontra-lo em sua nova casa, pelo que parece, está atualmente desesperado para entrar em contato.

— Por que aquele porco foi atrás do meu discípulo?! — Hakamata parecia ter recuperado as emoções, gritando mais alto que o normal — Faça alguma coisa com isso, não quero aquele verme perto dele.

Ao ouvir o comando, os olhos da serva brilharam em alegria genuína. Hakamata não precisava se esforçar para saber o que ela pensava, mas queria ficar sozinho por enquanto. Quanto mais se apegava a algo, mais sofria, e queria evitar isso agora.

— Mm... — O guarda queria aproveitar as pequenas emoções de Hakamata, e relatar notícias novas, mas hesitou por um momento — Eu sei que o senhor não quer ter notícias sobre o reino... mas...

— O que? — Hakamata bufou, irritado. Agora que estavam atrapalhando seu chá, que fossem rápidos com isso.

— Os boatos sobre vossa majestade e o senhor diminuíram em uma velocidade assustadora, isso deve-se a uma história que vazou da corte real.  — O guarda relatou com a cabeça baixa, queria avisar seu mestre do quando o menino sapo é perigoso — O que anda sendo comentado é sobre o massacre na arena ilegal da cidade prata, onde ninguém, além dos escravos, sobreviveu. O causador disso é o jovem amigo de Bakugou, Izuku Midoriya. — O guarda estremeceu ao lembrar do quanto o menino parecia inocente, sempre ficou em dúvida do motivo de Bakugou, o agressivo e ríspido menino, ser tão próximo de alguém quieto, tímido e gentil. No fundo se enganou, aquela gentileza era fachada — Todo o reino já deve saber sobre suas ações cruéis.

— Os boatos falam coisas ruins de Midoriya? — Hakamata cerrou as mãos ao redor da xícara, tentando manter o autocontrole — Corte real? Como é possível?! Nada nunca vaza da corte! O que diabos Hawks está fazendo?! A arena, e tudo envolvendo isso, são assuntos confidenciais! A chefe sapo vai ficar furiosa!

— Meu senhor, existe muitas versões... boas e ruins... — O guarda abaixou a cabeça, respondendo apenas a primeira pergunta — O mais popular é sobre um garoto que aparenta ser inocente, mas não passa de um psicopata frio. — pausou e engoliu seco ao sentir a raiva de Hakamata, o ambiente parecia ainda pior do que aquele silêncio depressivo — E... chamam o menino sapo de “a fera verde" agora.

jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku Onde histórias criam vida. Descubra agora