O fracasso e o sucesso

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O amanhecer na floresta é diferente em cada região, é particularmente obvio entre os clãs. O clã das ovelhas recebe um sol iluminado e quente, despertando o gado e os moradores logo cedo, por volta das cinco e meia. O clã louva-deus é acordado com o nevoeiro, a água na região é particularmente alta, então a umidade só abaixa ao meio-dia. Já o clã lagarto, no lugar mais distante deles, tem o amanhecer cinzento e frio, por morarem atrás de um conjunto de montanhas, onde bloqueia maior parte do sol. O calor do dia só chega as dez horas, permitindo mais tempo para dormir.

Tsuyu, uma pessoa que fica preguiçosa ao frio, não conseguiu se ajustar por falta do sol, acordando mais tarde do que o esperado. O clima fresco, nem quente nem muito frio, ajudou muito em seu estado mental e físico. Acabou descansando mais do que esperava.

— Bom dia, senhorita. — O guarda na porta saudou.

O clã lagarto é naturalmente cauteloso com eles, e hostis de uma maneira indireta. Obviamente, não deixariam Tsuyu sem escolta e guardas, não pela segurança dela, mas para monitorar todos os seus movimentos.

— Olá, eu dormi muito, a chefe de vocês não mandou me chamar? — Tsuyu se espreguiçou, muito confortável com o descanso.

Chegou no meio da madrugada, por causa do horário, recebeu um quarto, e a reunião foi suspensa para o outro dia, quando amanhecesse. Os outros dois guias, do clã ovelha e louva-deus, se separaram dela ao chegar próximos do território. Tsuyu está do lado de fora, nas moradias que provavelmente são para os negociadores da tribo sapo. Desde o massacre dos Midoriya’s, a quinze anos, nunca mais um homem sapo pisou aqui. Pode-se notar, pela distância entre os dormitórios e o vilarejo, o quão cautelosos são, desde sempre.

— A chefe lagarto disse para deixa-la dormir. — O guarda explicou — Vou escolta-la para fora depois de se alimentar, então, por favor, vá em frente.

— O que? — Tsuyu arregalou os olhos — Mas, eu queria uma reunião.

— Sim, a chefe conversou com os enviados pelos louva-deus e os ovelhas. — Relatou, indiferente — A situação foi esclarecida. Não há vozes falando a favor de vocês, o aconselhável é sair e deixar a senhorita Setsuna resolver o assunto. A probabilidade de enviarem assistência é alta, por causa de Midoriya. Não se preocupe.

Tsuyu esperava pela hostilidade, mas não imaginava que iriam se recusar em discutir os termos, preferindo ouvir os guias dos outros clãs. O clã louva-deus, sendo o mais sincero em mostrar seus pensamentos, aceitou ajudar e recusou dar estadia, forçando a partir na mesma noite. Não é uma novidade, todos os negócios de troca de ferro por espadas com o clã louva-deus sempre foi a mesma coisa. O clã Lagarto ainda ofereceu um quarto, mesmo sendo o que menos interage com a tribo sapo. A ação deu uma falsa sensação de confiança, fazendo a atual chefe dos sapos supor que relações diplomáticas fossem possíveis. Pelo que parece, os antigos ainda guardavam rancor profundo.

— Então partirei imediatamente. — Tsuyu ponderou, sabendo que ficar só deixaria o clã desconfortável.

— Como quiser. — O guarda assentiu, liderando o caminho. Levou cerca de duas horas, a cavalo, até chegarem na margem do rio, onde o bote que usou está estacionado — O navegador do clã louva-deus está descansando, a senhorita prefere que eu a leve até o clã Ovelha, ou irá sozinha?

— Eu posso fazer isso, obrigada. — Tsuyu não é estúpida, escolhendo voltar pelo mesmo caminho.

Deve ser uma bondade do clã louva-deus, permitir usar a rota marítima, economizando dias de viagem a cavalo. Claro, não pode ser descartado a possibilidade de estarem convidando a sair o mais rápido possível.

Os cálculos anteriores seriam de voltar em uma semana, se tudo ocorresse bem. Quatro dias, indo de um clã ao outro, e dois voltando com, no máximo, duas horas de sono por dia. Por causa da rota marítima, na metade do terceiro dia, Tsuyu está retornando, descansada o suficiente por ter dormido até tarde. Os dois dias de retorno, se tornaram um dia, tranquilo. Tsuyu suspirou, esticando o corpo para relaxar os nervos.

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