Nos aposentos reais, Vossa Majestade sentava-se a mesa, bebericando seu chá enquanto ouvia a conversa de concubina Yo. As mãos delicadas e pequenas, as vezes, pousavam gentilmente na perna do rei, ato carinhoso e íntimo. A mulher sorria, corada e feliz, como nunca antes.
A expressão do rei não se alterou, calmo e indiferente ao seu redor. Nem sentiu os toques da concubina, totalmente submerso em sua mente. As preocupações estampadas nas olheiras, e novas rugas, de seu rosto. Não chegava a se considerar velho, nem se encaixava a palavra feio. Mas, atualmente, os cabelos brancos começaram a tomar conta.
Aparência nunca foi uma de suas preocupações, até recentemente. O único amor de sua vida chamou-lhe de velho, careca, e desdenhou de suas rugas. Além do pior, criticou sua maneira de agir. O reino U.A inteiro sabe o quanto Hakamata valoriza a etiqueta e educação, é inadmissível ser rude na frente de tal pessoa. Havia ficado feio, velho e inculto? Quando isso aconteceu? É necessário rever isso.
Batidas rítmicas da porta interromperam a conversa unilateral. A voz de um dos guardas anunciou a entrada do conselheiro, uma ocasião rara. O homem de cabelos longos acinzentados cruzou a porta, sua túnica azul balançando pela rápida caminhada. Em frente ao rei, ajoelhou-se.
— Vossa Majestade, me foi instruído, pelo próprio senhor, a trazer toda e qualquer coisa relacionada ao antigo conselheiro, Hakamata, diretamente em suas mãos. — Retirou de suas vestes uma carta, lindamente decorada com flores, com a folha rosa ainda exalando perfume feminino. O conselheiro não hesitou em estender, sem intensão de abrir e ler — Como ordenado, essa carta deve passar por vossas mãos antes de ser entregue ao destinatário. Por favor, verifique.
A concubina abaixou a cabeça, ocultando o rosto envergonhado. Retirou as mãos da perna do rei, entrelaçando ambas em seu colo, se encolhendo para evitar transparecer o incomodo. O semblante alegre anterior se encheu de culpa, constrangimento e uma pitada de ciúmes. O rei tinha uma péssima expressão em seu rosto, algo entre descrença, nojo e indignação.
— Quem enviou? — Estendeu a mão, capturando a linda carta com um traço de impaciência. O cheiro fraco de perfume feminino deixando-o enojado.
— Duquesa Uwabami. — respondeu indiferente.
O rei quebrou o selo sem pensar duas vezes, desdobrando o papel, ansioso para ler. A duquesa tomou cuidado com os mínimos detalhes, chegando a desenhar flores ao redor da carta, tornando uma visão romântica.
“Querido Hakamata.
Olá, meu amado, como está sua saúde? As preocupações, sobre seu estado mental e físico, me deixam devastada.
Quando soube de sua situação, planejei fazer uma visita. Infelizmente, não aconteceu. Fiquei muito surpresa com a notícia de seu isolamento no palácio, dado que a probabilidade de ser uma doença contagiosa ser nula.
Desculpe por não estar com você, nesse momento, para cuidar de suas necessidades. Peço perdão por ser uma noiva tão ausente, se não por amor mútuo, definitivamente o senhor não olharia para alguém tão cruel quanto eu.
O motivo de enviar-lhe essa carta, tão repentinamente, é avisar de minha visita. Não podemos ocultar nosso amor por mais tempo, todos saberão em algum momento. Não vamos mais esconder nosso carinho profundo, não há vergonha em amar.
Fique bem,
de sua amada esposa, Uwabami.”
— Amada esposa?! — O rei tremia de raiva, o rosto verde.
— Esposa? — O conselheiro imitou seu tom, fingindo com sucesso não saber do assunto — Do que está falando, Majestade?
A concubina cobriu a boca, ocultando seu choque, sem tirar os olhos da carta nas mãos do rei. Os cantos de seus olhos avermelharam, como se fosse chorar, um sorriso gentil nos lábios.
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jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku
FanfictionMidoriya é órfão de guerra, foi vendido como escravo com 5 anos e passou a ser melhor amigo de Bakugou, um escravo exemplar que servia a mesma família. A maneira como eram tratados era visivelmente diferente. Bakugou era um bom escravo, forte, sil...