Príncipe e seu convidado

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O príncipe saiu de sua carruagem com um leve e gentil sorriso nos lábios, as servas suspiraram em admiração. Ao seu lado, um homem igualmente elegante sorria casualmente. Os dois entraram no palácio, o príncipe não permitiu que seu convidado entrasse, deixando uma serva o levar para uma sala de espera.

O rei aguardava sua chegada sentado no trono. Logo atrás dele, a rainha-mãe parecia velha e entediada, e atrás dela estava uma das concubinas, a mãe de sangue do príncipe. Ao vê-los o jovem e arrogante garoto se ajoelhou em respeito, saudando seus pais e avó. O sorriso gentil e postura humilde não passavam credibilidade ao rei, que se considerava um ótimo ator.

— Levante-se, criança. — O rei sorriu gentilmente, o brilho de seu olhar claramente enojado — Como foi a viagem?

— Muito bem, majestade. — O príncipe sorriu — Não encontrei nenhum empecilho no caminho, foi realmente suave. — mentiu. Durante sua volta tentaram envenena-lo e um assassino invadiu uma das estalagens que descansava, se não fosse pela proteção do homem que estava com ele, estaria morto a muito tempo.

— Oh? — o rei levantou um sobrancelha divertido, sabendo que foi o responsável por enviar pessoas para provoca-lo — Isso é bom, muito bom.

— De fato. — A rainha-mãe concordou, com um sorriso — Espero que não esteja exausto e possa acompanhar essa velha senhora em um chá da tarde.

— Ficarei feliz em passar a tarde com a senhora, rainha-mãe. — O príncipe sorriu, se curvando em direção a mulher mais velha.

— Por enquanto volte e descanse. — A rainha-mãe aconselhou gentilmente.

— Agradeço pela preocupação da honrada rainha-mãe. — O príncipe se curvou três vezes, totalmente submisso. O rei observou tudo com olhos frios, sabendo que o garoto queria enganar sua mãe para ter seu apoio.

— A viagem foi longa, não se preocupe tanto com as formalidades. — A rainha-mãe o olhou com ternura, claramente contente ao ver seu neto.

— Escute sua avó, meu filho, descanse bem. — A concubina finalmente falou, cumprimentando o menino que não vê a anos. Os olhos da mulher também expressavam carinho, verdadeiramente preocupada com seu único filho.

Por milésimos de segundos, nojo atravessou os olhos do príncipe, tão rápido quanto veio, se foi. O rei riu ao perceber isso, esse garoto tinha mais dele do que esperado. Desprezando qualquer um que não tem poder, mesmo sendo do próprio sangue.

— Sua avó e mãe insistem, volte por hora. — o rei sorriu — A noite um banquete será feito para comemorar seu retorno, não se atrase.

— Ouvirei as palavras sábias de minha família. — O príncipe se curvou e se retirou.

— Mãe, volte também. — o rei ordenou, sem olhar para trás — leve minha amada concubina com você.

A rainha-mãe não falou nada e saiu, a concubina seguindo de perto. Assim que o local ficou vazio, o rei soltou um suspiro pesado e exausto. Com essa recepção fria, deixou obvio aos ministros, nobres e plebeus que não valorizava o príncipe. Precisava admitir, o garoto tinha um rosto grosso, mesmo sendo recebido de maneira simples continuou a sorrir como se não se desse conta.

Do lado de fora, ao entrar na sala de recepções, o príncipe encontrou um olhar curioso e interrogativo.

— Ei, príncipe. — O homem que o acompanhou chamou, rindo de leve — parece que seu lugar no coração do rei é incerto.

— O rei não tem coração. — O príncipe disse de maneira despreocupada — Mesmo minha preciosa irmã é apenas uma boneca aos seus olhos, não precisa se preocupar muito com isso.

jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku Onde histórias criam vida. Descubra agora