Midoriya estava sentado tomando um chá, ao lado de Iida. O homem explicava como foi a fuga, e como eles chegaram tão rápidos. Izuku concordava as vezes com a cabeça, não falava nada. Eles chagaram antes da retirada dos exércitos, aparentemente, os dois são bem velozes.
O general não olhou muito para Midoriya, ele só deu um analisada e pediu para prepararem um chá quente. Como estava frio, Midoriya tremia um pouco, ele apertava o manto contra o corpo pra ajudar a esquentar, sempre que fazia isso, Iida ficava constrangido. Era muito estranho ver alguém enrolado em suas roupas, principalmente naquele estado.
— Acho que é só isso. — Completou Iida, Midoriya concordou com a cabeça.
— Você quer fazer o relato agora, ou ainda é muito recente? — o general perguntou a Midoriya, sem olhar nos seus olhos. Ele parecia não saber lidar com a situação, nem tinha vontade de aprender.
— Eu acho melhor depois. — Iida respondeu por Izuku, que novamente só concordou com a cabeça.
— Bom... é melhor você voltar e se trocar. O exercito já deve estar de retirada, algum soldado arrumará um cavalo e te mostrará o caminho para seu acampamento. — Depois de dispensar Midoriya, o general aproveitou para perguntar sobre as informações que Iida coletou nesses anos de espião.
O garoto saiu e foi ate os soldados, em busca do cavalo. Antes que pudesse chegar ao seu destino, ele ouviu barulho não muito longe. Ao olhar para a direção do som, viu a cabeleira loira de Bakugou, vindo em alta velocidade ate ele, sozinho. Ele se separou do seu esquadrão para chegar mais rápido, estava ansioso para ver Midoriya novamente.
Izuku mudou o rumo a sua caminhada e correu até o garoto loiro, que estava perto da entrada do acampamento. Os dois correram um na direção do outro, Bakugou abriu os braços e se enrolou em Izuku quando seus corpos se encontraram.
— Eu estava tão preocupado... — Bakugou falou com uma voz tremula e esganiçada, parecia reprimir muita dor.
— Eu estava com medo, Kacchan. — Midoriya respondeu, com sua voz rouca. Depois de tanto tempo segurando, ele chorou. Suas lagrimas escorriam sem parar pelas suas bochechas, ele murmurou novamente um — com tanto medo...
— Eu estou aqui, agora. Ninguém vai te machucar, eu prometo. — Bakugou passou a mãos nos cabelos de Midoriya, fazendo um cafuné. Ele sentiu o cheiro de outra pessoa no corpo de Midoriya, mas esperou o garoto se acalmar antes de se afastar e analisar seu corpo.
Izuku usava o manto de alguém aleatório, seus pés descalços estavam machucados. Seus tornozelos e pulsos estavam com marcas roxas, provavelmente por ter lutado muito para se soltar das correntes. O delicado rosto de Izuku estava pálido, e seu pescoço tinha marcas obvias, além de sua voz estar claramente rouca.
A expressão de Bakugou afundou, ele estava furioso, queria arrancar o pênis daquele general a dentadas.
— Sinto muito... — Midoriya disse baixo, com os olhos cheio de lagrimas.
— Se eu fosse mais forte... — tentou se explicar, mas foi interrompido por Bakugou, que mordia seus lábios com raiva.
— A CULPA NÃO É SUA! — Bakugou gritou frustrado, ele se sentia tão impotente. Não conseguiu salvar a pessoa que amava, e agora tinha que ver ele nesse estado, era demais pra ele. Sua cabeça já planejava milhares de formas dolorosas de como matar Stain.
Midoriya viu os olhos furiosos, tristes, e desesperados de Bakugou e resolveu não falar mais. Ele se aproximou e abraçou Bakugou, que ficou contente em devolver as carícias.
— Você fede a perfume de riquinhos. Vamos voltar, você precisa comer e de um bom banho. — Bakugou disse ao cheirar o pescoço de Midoriya. Ele gostava do cheiro natural do garoto, agora ele cheira a Iida com Stain, dava náuseas.
— Não faça isso, faz cócegas. — Midoriya protestou quando sentiu a respiração do outro em seu pescoço, ele ficou todo arrepiado.
Bakugou riu um pouco da reação do garoto, ele era tão fofo. Depois de se separarem, ele conduziu izuku ate o lugar em que tinha deixado seu cavalo, pegou o menino pela cintura e ergueu no cavalo, subindo logo depois. Midoriya estava, basicamente, sentado em seu colo, Bakugou não pode negar que ficava contente com isso.
— Vamos para meu acampamento. — Bakugou anunciou, ele não deu tempo para protesto e saiu logo dali.
...
Assim que Todoroki voltou, correu ao quartel general, mas não encontrou quem desejava. O general disse que o Midoriya voltou ao acampamento da sua unidade, para mudar de roupas e descansar. Indo ate lá, também não achou ele. Todoroki logo deduziu que Izuku estava com Bakugou, mas seria complicado falar ou chegar perto, já que ele o odiava.
— Midoriya esta aqui? — Todoroki perguntou ao Kirishima, que estava sentado deprimido ao lado de uma fogueira.
— O que você acha? — perguntou dando um sorriso irônico, que parecia triste.
— ... entendo. Você acha que consigo ver ele? — Shoto se sentou ao lado do ruivo, para se aquecer no fogo.
— Não, Bakugou vai te matar se você pisar lá. — Kirishima foi direto, ele não sentia raiva de Todoroki, sabia que não foi a intenção dele usar Midoriya.
— hm... — Todoroki olhou para o chão, um pouco decepcionado. Ele queria se desculpar, pelo visto não conseguiria tão cedo.
— Volte na hora da distribuição de comida, Bakugou vai sair para checar se esta tudo certo, ai você entrar escondido. — Kirishima pensou por um tempo e aconselhou, ele queria que Midoriya voltasse com Todoroki.
— Eu não vou conseguir entrar sem ser visto, você vai me ajudar nisso? — Todoroki perguntou, ele tinha receio de ser pego por Bakugou e não saber como explicar.
— É claro que vou. — O ruivo sorriu solidário, ele ficaria contente em tirar Izuku dali. Não que tivesse qualquer coisa contra o garoto, mas era melhor assim.
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jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku
FanfictionMidoriya é órfão de guerra, foi vendido como escravo com 5 anos e passou a ser melhor amigo de Bakugou, um escravo exemplar que servia a mesma família. A maneira como eram tratados era visivelmente diferente. Bakugou era um bom escravo, forte, sil...