Controle - sambucky

Capturado

- Natasha tinha uma irmã? - Bucky fica surpreso.

- Sim, ela também é uma viúva e não sabemos o motivo dela ter ido atrás do Clint. - Torres responde a pergunta.

- Já falaram com a Kate? - Sam pergunta.

- Quem é Kate? - Bucky pergunta quase como se estivesse ofendido.

- Kate é tipo uma pupila de Clint. - Sam responde para Bucky.

- Sim. Ele treina ela há um tempo, ela tem potencial. - Zemo continua a explicar.

- E por que só eu não sei sobre isso? - Bucky põe as mãos na cintura e balança a cabeça em negação.

- O fato, Bucky... - Sharon fala mais sério. - É que Kate lutou contra a Yelena e perdeu, deixando assim o caminho livre para Yelena levar Clint, que a essa altura já estava machucado o suficiente.

- Tem alguém por trás dessa Yelena? - Sam volta ao assunto principal.

- Provavelmente, ou não. Não sabemos. - Torres não chega a uma conclusão.

- Okay, vamos estudar o caso e ir atrás dele. - Bucky fala com propriedade.

- Não acho uma boa ideia você ir junto. - Zemo corta a onda de Bucky.

- Do que você tá falando? - Bucky começa a se irritar.

- Quero dizer sobre suas consultas a psicóloga e seu tempo de-

- Para de falar merda, Zemo. Você ainda estaria preso em Wakanda se não fosse por mim!

- Eu estou falando como seu amigo, Bucky. Quero o melhor pra você.

- Então não seja meu amigo. É claro que eu vou. - Bucky tenta ser o mais convincente possível mas não vê confiança no rosto de seus amigos, nem no rosto do seu namorado. - Eu tô falando sério!

- Bucky, nós estamos preocupados com você. - Sharon dá apoio a Zemo.

- Eu tô bem. Já passei por muita coisas nesses 107 anos e é exatamente por isso que sei que posso fazer essa missão!

- Você nunca falou com ele, não é?

- Fique quieto, Torres. - Sam censura seu amigo.

Bucky analisa a situação por um momento e entende tudo.

- Então é por isso que você estava me afastando das suas missões, Sam. - ele chega perto do namorado e o questiona cara a cara.

- Climão... - Zemo acha uma boa ideia fazer piadas.

Sharon o olha de cara feia.

- Bucky, seu pesadelos voltaram com mais frequência agora e-

- O quê isso tem haver, Sam? - Bucky fica irritado de verdade.

- Você passou mal assistindo a um documentário do Kenedy, Bucky! Você vomitou por horas e não comeu nada nos próximos dois dias.

Bucky fica mentalizando uma boa resposta, mas não encontra nada, apenas:

- Você contou isso à eles?

- Bucky, nós entendemos você. Nunca vamos te julgar. - Sharon toca no ombro de Bucky mas ainda ainda prende sua atenção a Sam.

- As vezes eu consigo esquecer que matei um presidente, é difícil assistir uma mentira documentada.

- E você realmente acha conveniente sair por ai e matar mais gente?

- Eu estava sendo controlado.

- Eu sei. Eu não quis dizer isso e eu sei também que todo esse controle te persegue até hoje, não quero que tenha mais traumas, Bucky...

Sam tenta amenizar o que fez, mas sabe que não conseguiu após ver o jeito que Bucky o olha.

- Acho melhor a gente ir... - Torres se levanta. - Retorna Sam.

- Retorno sim. - Sam abre a porta e os três vão embora.

Sam volta a sala e vê Bucky de costas para ele.

- Isso não é justo. - Ele começa. - Vocês não podem me cortar da equipe, da missão! - Bucky se vira para Sam.

- Me desculpa.

- Sam, isso é tudo o que eu sei fazer. Se eu não sou um herói como você, eu não sou nada!

De repente o olhar irritado de Bucky some, dando espaço para um olhar medroso cheio de duvidas. Está paralisado de pé descalço, com as mangas do moletom engolindo seus dedos.

Sam se aproxima, pega nas mãos de Bucky e sussurra baixinho.

- Vai ficar tudo bem. - Sam ri rapidamente. - Eu errei, você tem que vir na missão também.

Bucky dá um suspiro de alívio e volta a posição de concha menor abraçando Sam.

- Isso de pedir sua permissão é ridículo. - Bucky comenta.

- E olha que você é o mais velho... bem mais velho. - Sam faz a piada e dois soltam uma risada sincronizada.

Eles vão então para o sofá. Sam fica sentado e Bucky se deita com a cabeça apoiada nas pernas de Sam. Sam se permite acariciar os cabelos de Bucky mesmo sabendo que isso pode fazê-lo adormecer e Sam terminar assistindo ao filme sozinho como tantas outras vezes.

Mas ele não se importa. Ter a presença de Bucky já é o suficiente e o peso de seu corpo em suas pernas dormentes é mais satisfatório que qualquer sensação. Melhor do que voar e sentir o vento invadindo as brechas de seu trate, melhor do que jogar seu escudo e ele voltar como bumerangue.

Sam não entende o por quê de Bucky ter o escolhido para amar, mas é grato por isso. Não pensa em Bucky como um bichinho carente que se apega com qualquer um que aparenta dar o mínimo de carinho que ele precisa, depois de ter passado tanto tento sofrendo sozinho.

Escrever mensagens de texto para Bucky depois de um dia longe é tão reconfortante e até mais importante do que ter salvado mil vidas e isso pode parecer egoísta e é exatamente por isso que Sam não diz em voz alta.

Sam sente que as vezes Bucky pode ser cruel consigo mesmo e criar teorias absurdas em sua cabeça como não se achar suficiente ou essencial, então Sam diz sempre que pode que tudo está bem e que ele não tem que se preocupar, Sam nunca o deixaria, nem se Bucky tivesse a pior de suas versões e fizesse de tudo para afastá-lo, ainda sim, ele ficaria.