Conversas

332 49 37
                                    

- Já era. - Bucky lamenta.

Depois da briga do dia anterior, Bucky retorna para casa de Yelena. Quando achava que as coisas finalmente voltariam ao normal, tudo desaba e agora ele sabe que não tem volta. Tudo está realmente diferente, começando com Torres que passa a maior parte do tempo na casa da loira a pedido dela claro.

- Sinto muito por você, Bucky. - Ela tenta confortá-lo. - Mas já era de se imaginar que isso aconteceria alguma hora.

- Por mais que eu não queria nada disso, eu vou deixar ir. É o melhor que posso fazer por ele.

- E será que ele quer isso mesmo? - Yelena questiona.

- Claro que sim! Você não viu ele ontem.

- Talvez você devesse perguntar diretamente pra ele. - Torres se mete na conversa.

- Ele não quer me ver nem pintado de ouro, gênio.

- Não é pra menos, você vacilou feio. - Torres não ajuda muito.

- Por que você não cala a boca, seu idiota? - Bucky não suporta receber lição de moral de Torres.

- Ei, não fala assim com o meu namorado. - Yelena chama atenção de Bucky.

- Você conheceu ele antes de ontem, literalmente!

Torres ri abestalhado apois ouvir de Yelena que ele é seu namorado, mas ele sabe que é apenas uma brincadeira da loira.

Bucky prefere ignorar o que quer que seja que esses dois têm. Apesar de os dois estarem longe um do outro, Bucky percebe a troca de olhares dos dois enquanto ele reclama da sua vida e dos problemas.

- Vou ser sincero, acho que o Sam está melhor sem você. - Torres manda sua opinião na lata.

Bucky olha para ele com fogo nos olhos e mesmo sabendo que Torres pode está certo, ele vai usar uma de suas grosseiras para calar o suposto namorado da amiga.

- Torres, por que você ainda tá falando comigo? Eu sei que você e seus outros amigos não gostam nada de mim e também não gostavam quando eu e o Sam namoravámos, então me poupe dos seus comentários inúteis.

- De onde você tirou isso, Bucky? - Torres zomba da opinião do outro. - Você que afasta as pessoas, o mérito é todo seu!

Bucky não diz nada e deixa Torres continuar.

- O Sam era mesmo o único que ficava sempre do seu lado e até ele você conseguiu afastar, meus parabéns.

- Já chega, Joaquim. - Yelena tenta fazer Torres parar com a humilhação gratuita. Bucky, isso vai passar, não se preocupa. - Yelena torna a tentar confortá-lo.

- Ele tem uma vida normal de humano, Yelena. Eu ainda vou ter essa aparência quando ele tiver 70 anos! - Bucky está realmente desacreditado. - Isso não ia dar certo de qualquer jeito, estava me iludindo.

Ele não quer admitir em voz alta, mas sabe que tudo o que Torres disse é a mais puta verdade, Bucky preferiu não se envolver mais, sabe que tudo o que fez com Sam não pode ser dito como um mal necessário, a verdade é que ele estava com medo de Sam não perdoá-lo de jeito nenhum, o fardo de ter feito tantas coisas que machucaram Sam e querer apagar tudo e se livrar da culpa de viver com a sua consciência.

No fim das contas, Bucky reconhece que foi egosita, que fez o que achou melhor para ele mesmo e não se importou de roubar algo tão importante de alguém que ele julgava amar.

Ao decorrer dos dias Sam se questiona o porquê de Bucky ter feito isso com ele, conversou com Sarah e Sharon sobre o assunto e todas tiveram a mesma conclusão: Bucky carrega o que pode-se chamar de insegurança.

Porém mesmo quebrando a cabeça para entender seu antigo namorando, ele sabe no fundo que está melhor sem ele. Ou não...

****

- Ele não voltou. - Sam confessa para Sharon.

- É o mínimo que ele pode fazer.

Os dois estão admirando o por do sol nas docas. Um ar puro e uma paisagem que só lembram o dia na lancha, o que não ajuda muito a esquecer dos olhos azuis específicos que persistem em ficar na sua mente.

- Eu não sei o que pensar. Sei que foi errado, mas não consigo odiar ele, Sharon.

- Você é bonzinho demais...

- Isso não pode ser coincidência.

- Isso o quê? - A loira não entende onde Sam quer chegar. - Do que você tá falando?

- Sei lá, eu me apaixonei antes e me apaixonei de novo quando não me lembrava de nada sobre ele ou sobre nós dois.

- E o que exatamente isso quer dizer? - Sharon cruza os braços e olha fixamente para o amigo.

- Nada, só que talvez... Nada, deixa. - ele desiste de explicar - Nem sei se o que eu tô falando tem sentido.

- Você tá me dizendo que talvez vocês sejam almas gêmeas que se encontrariam em todas as vidas? - ela ri com a ideia.

- Não é justo conversar com você. Você odeia ele, qualquer coisa é má ideia.

- Eu tenho meus motivos.

- De qualquer forma, não sei se estou pronto ou disposto a seguir para o passo do perdão.

- Sam, ele nem pediu desculpas!

Sam fica calado, não tem como rebater esse fato.

- É um erro, você gostou quando as coisas eram favoráveis, hoje as coisas são diferentes. Totalmente diferentes. - Enfatiza.

- É, você tá certa - concorda, mas não sabe se concorda mesmo ou se só quer acabar com o assunto e parar de ouvir Sharon falando mal de Bucky. - Eu só queria que ele ao menos de dissesse que se arrependeu e que pediria a Wanda que me devolvesse minhas memórias.

- Ela não pode fazer isso. - Sharon conta.

- Por que não?

- Primeiro que isso é um feitiço sem reversão, se fez não pode mudar. Segundo que a Wanda tá em prisão domiciliar e impossibilitada de usar os poderes.

Sharon diz uma informação que até então Sam não sabia, Bucky não explicou o motivo de não querer devolver suas lembranças, apenas disse que não ia fazer nada.

- Por que ela não pode usar os poderes?

- Depois que ela descumpriu o acordo da justiça pra ajudar o Bucky nesse plano maluco de bagunçar sua cabeça, a justiça colocou ela em prisão domiciliar. Ela não pode fazer nada.

- Então foi por isso que o Bucky negou tanto devolver minhas lembranças. - reflete.

- É uma coisa impossível, eu sinto muito.

Sam sendo o mesmo homem altruísta de sempre, vendo sempre os dois lados das coisas, entende agora o motivo de Bucky ter sido tão cruel, frio e indiferente. As coisas escritas em seu diário realmente são verídicas. 

- Não acho que tenho o que é preciso para deixar isso acontecer.

- Meu Deus Sam, do que você tá falando agora?

- Não sou tão orgulhoso a ponto de deixar a pessoa da minha vida ir embora, Sharon. Eu sinto que perdi ele pelos meus dedos e tenho certeza que ele sente a mesma coisa.

- Você não pode tá falando sério.

- Vou dar outra chance a ele, Sharon - diz sorrindo sem se preocupar com o que a amiga pode pensar.

- O que eu posso fazer pra você mudar de ideia?

- Absolutamente nada.

- Você tem certeza disso?

- Tenho.

Controle - sambuckyOnde histórias criam vida. Descubra agora