Controle - sambucky

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Manter uma distância pessoal é essencial pra Sam, o apartamento é consideravelmente pequeno, ele não quer esbarrar sem querer em Bucky.

Ficar em um banco perto da divisória da cozinha bebendo um copo de leite enquanto Bucky está no único sofá da sala parece seguro.

A gatinha de Bucky está deitada sobre seu colo e isso é quase fofo, seria se Sam não estivesse magoado com Bucky.

Olhar para ele depois de tanto tempo poderia ser perigoso, sentir coisas que não quer, lembrar dos momentos que só se lembra porque Bucky permitiu, isso é patético. Nunca nesses dois anos, nenhuma lembrança voltou, não se lembra de quando namorava Bucky e isso nunca deixa de doer.

Agora vendo cara a cara Bucky nenhum dia mais velho, é como retornar todo aquele inferno que foi nas primeiras semanas que Bucky sumiu de vez, foi embora para nunca mais voltar. Todas as vezes que Sam ligou ou mandou uma mensagem ou pior, quando passava dias estacionando na frente da casa de Yelena com a esperança de Bucky retornar. Nunca aconteceu.

No primeiro mês Sam se arrependeu de não ter lido a carta de Bucky, se arrependeu de ter rasgado as últimas palavras de Bucky restantes e agora estava tudo perdido.

Explicar sua tristeza constate a Sharon e Sarah, explica que sentia falta de alguém que lhe fez mal, fazer suas missões sozinho sem seu parceiro. Depois de um tempo ele passou a ignorar as expressões das duas. Frequentava o pub da cidade de sempre, tudo lá tinha a cara de Bucky, também não ajudou.

Como ele não conseguia se lembrar dos momentos bons e mesmo assim o dia na lancha não saia de sua cabeça, sua tatuagem de navio antigo estava sempre lá pra lembrar que Bucky estava com ele.

Ele se sente magoado, triste, com raiva e não planeja perdoar Bucky pelo abandono, porque nunca desde que se conheceram, Sam deixou ele para trás.

No quarto mês, toda a tristeza se transformou apenas em raiva. Sam não queria que Bucky voltasse, não queria vê-lo, nem mesmo ouvir sua voz na caixa de mensagem, Sam não queria ter Bucky de volta. Ele estava melhor sem ele e foi nisso que ele acreditou até agora.

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- Ele me mandou um email ontem. Disse que tá bem. - disse Yelena.

Sam rapidamente pega seu celular e abre seu email com a esperança de ter recebido uma mensagem semelhante. Não há nada lá, apenas as suas próprias mensagem não respondidas.

- Por que ele não manda pra mim?

- Você sabe o porquê, Sam.

- Yelena, eu não disse nada. Eu não briguei - engole o seco tentando impedir um possível choro - Não pedi explicações ou exigi que consertásse as coisas, nós poderíamos fazer isso juntos. Tudo o que eu pedi foi que ficasse comigo e ele não quis.

Yelena desvia o olhar, já ouviu tudo isso antes nas visitas anteriores à casa de Sam. Ele literalmente só fala sobre isso.

- Ele não fala sobre você. - ela declara.

- Claro - ri como se não fosse uma surpresa.

- Ele se sente culpado, não encarar os fatos é o que ele faz para se defender. Você o conhece bem.

- O que devo fazer?

- Seguir em frente é o melhor a se fazer agora, ele não vai voltar.

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Bucky não faz ideia de como Sam se sente agora, mas sabe que no começo deve ter sido difícil. Ele errou o momento de se afastar. Devia ter feito isso quando teve a chance e não ter feito Sam se apaixonar outra vez. Talvez ele ignore tudo isso agora que podem conversar.

- Vamo encontrar ela. - Bucky fala acariciando os pelos de sua gatinha ainda no seu colo.

- Não posso negar que trabalhamos bem juntos. - diz sem ênfase.

Mas Bucky fica feliz ao ouvir isso.

- Posso perguntar... como você está? - arrisca.

- Estou bem, Bucky. Agora sim. - dá um último gole no seu copo de leite.

Sam só espera um pedido de desculpa.

- Quero que seja feliz, é a minha maior vontade.

- Jeito estranho de fazer isso...

- Sam, eu-

É interrompido.

- Eu estou feliz Bucky. - ri diretamente para ele. - Estou mais feliz que nunca, encontrei até uma pessoa. Quer dizer, quando eu dei um tempo na minha depressão infernal, percebi que estava deixando passar pessoas incríveis. Pessoas que poderiam realmente me fazer feliz.

Bucky se assusta e não ouviu mais nada depois do "encontrei uma pessoa", ele não consegue disfarçar sua cara de surpresa e nem pode falar nada, ele não tem esse direito.

- Uma pessoa humana de verdade - Sam continua com suas palavras torturantes - Alguém que pode envelhecer junto comigo... É, Yelena me contou.

Ele se refere ao pensamento de Bucky sobre ser um super soldado que vive razoavelmente mais que uma pessoa comum e em Sam ser uma pessoa comum.

Bucky só quer fazer uma pergunta: Quem?

- Eu... estou feliz... por você - Bucky treme tanto a ponto de despertar sua gatinha sonolenta apenas com o tremilique de seus ossos.

Uma mentira, por mais que Bucky queria ver Sam bem, ele queria que Sam fosse feliz com ele apenas, mas as drogas de suas decisões ruins o levaram para longe dele, e isso não é culpa de Sam.

- Há quanto tempo estão juntos? - Bucky continua fazendo perguntas, mesmo que seja dolorido saber.

- Um ano.

Considerando que ficaram separados dois anos, Sam demorou um ano mais ou menos para superar tudo isso, coisa que Bucky não superou até hoje.

Balança sua cabeça e sussurra a palavra: "legal"

- Quem é? Eu conheço? - finalmente pergunta o que quer saber, mas fica envergonhado.

- Chris Pine.

- O quê? - Bucky fica de queixo caído e não faz questão de esconder sua supresa e talvez indignação.

Chris Pine, um ator famoso, reconhecido, lindo entre outras coisas, namorando o homem que Bucky ama. Ele não pode competir com isso.

- O que foi? Acha que não posso ficar com um famoso?

- Não é isso é que... porra... - sente uma leve falência nos órgãos, onde não tem energia nem para se explicar, apenas sabe que perdeu.

Fica repetindo o nome "Chris Pine, Chris Pine, Chris Pine" em sua cabeça tentando acreditar que tudo isso seja um pesadelo.

Bucky cria rapidamente em sua mente várias maneiras onde Sam possa ter conhecido Chris Pine, ele prefere acreditar que se esbarraram em um café, seria melhor do que Sam salvando ele de algum período, isso seria romântico demais. Com certeza não vai perguntar como foi.