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- Parada aí! - Sam salta para frente da moça.

- Não acha melhor dizer "perdeu, perdeu playboy?" - Bucky zomba de um modo sério a forma que Sam aborda a mulher.

Os dois estão de pé em frente ao bar, o temperpad vibrou pois a variante do Loki estava na porta, acontece que a mulher não parece disposta para uma discussão nem para resistir a qualquer ataque.

Ela parece triste e está tão no fundo do poço, que se senta como uma moradora de rua em frente ao estabelecimento. Ela apenas levanta o rosto para olhar quem está lhe incomodando.

- O que querem? - pergunta já de saco cheio.

- Você é um Loki - Bucky acusa.

- Ah não - abaixa a cabeça - isso de novo não.

Bucky e Sam se olham sem compreender o que tanto a moça lamenta.

- Sabemos que você e o Loki mataram o cara no comando e agora a linha do tempo está uma bagunça - vez de Sam fazer as acusações.

- Loki não fez nada e o meu nome é Sylvie - ela se levanta e coloca o cabelo para de trás da orelha.

- Ainda é um Loki - Bucky diz de braços cruzados - versão mulher e mais nova.

- Eu tenho mais de mil anos - a mulher rebate com os olhos apertados.

- Ganhou de você - Sam dá uma cotovelada na costela de Bucky, se referindo a idade dos dois.

Bucky se contorce pelo golpe inesperado e não acha graça da piadinha.

- Você vai ter que acompanhar a gente - Sam informa - o que você fez foi muito grave e agora temos que consertar.

Sylvie fecha os olhos indicando sua exaustão.

- Eu sei que errei em matar aquele idiota - confessa - é que eles passaram as minhas mil vidas mentindo pra mim! Como raios eu ia saber que dessa vez seria uma verdade?

- Eles? - Bucky pergunta confuso.

- A ATV - fala como se fosse óbvio - Autoridade de Variância Temporal.

- Do que é que você tá falando? - Sam fica mais confuso ainda.

- É o grupo falso de monitores da linha do tempo, onde metade mente a outra metade acredita.

- Ela precisa falar urgentemente com o Fury - Bucky fala baixinho apenas para Sam ouvir - ela deve ser louca.

- EU NÃO SOU LOUCA! - grita para os dois. - Sei o que eu fiz e quero consertar, mas antes...

- O quê? - Bucky pergunta.

- Onde Loki está?

- Como a gente vai saber? - Bucky é um pouco grosso.

- Pois é, a gente achou que ele estava morto. - Sam responde.

- Ele morreu em uma linha do tempo. Na linha da ATV ele estava vivo e eu joguei ele para outra linha do tempo, ai eu sou tão idiota! - põe as mãos na cabeça.

- Você tá dizendo que pessoas mortas também podem aparecer nessa linha do tempo? - Sam procura entender melhor. 

- Sim!

- Isso tá ferrando com a minha cabeça! - Bucky reclama.

Tudo fica mais complicado para Sam, que rola os olhos em volta e vê algo intrigante, mas volta para a conversa.

- Olha Sylvie, tem uma equipe muito capacitada procurando pelo Loki, ele vai aparecer alguma hora, não se preocupe - olha para Bucky - Você pode levá-la para o Fury?

- Você não vai comigo?

- Tenho que resolver uma coisa antes. - olha não para Bucky e sim para onde sua atenção está presa agora, do outro lado da rua.

Bucky não entende muito bem a estranheza repentina e Sam, mas não questiona e leva Sylvie sozinho até o Fury.

Enquanto isso, Sam atravessa a rua e vai atrás do que chamou sua atenção.

Um homem fardado com um cabelo perfeitamente alinhado. Não é possível.

Sam se aproxima mais ainda não acreditando no que seu olhos estão vendo. Toca no ombro do homem para que possa se virar.

- Bucky? - pergunta tentando parecer não assustado.

O homem se vira e fica frente a frente com Sam. É ele mesmo. Bucky dos anos 40, usando sua farda antiga de soladado, segurando seu chapéu antigo de policial.

Onde Sam poderia imaginar que um dia Bucky teve um olhar tão doce e ingênuo.

- Diga quem é você e de onde me conhece, rapaz. - usa um tom de voz calmamente moderado.

- Eu... eu... - Sam se perde nas palavras, não acredita que está mesmo conversando com Bucky de anos atrás.

- Oras homem, o gato comeu a sua língua?

Sam balança sua cabeça e as palavras insistem em não saírem de sua boca.

- Pode me dizer onde estou ou onde posso encontrar este garoto? - Bucky abre sua carteira e mostra a Sam uma foto 3x4 de Steve.

Sim, ele guarda uma foto 3×4 de Steve na carteira, ao lado de uma foto de si mesmo.

Sam olha para a foto, mas só consegue prestar atenção nas mãos de Bucky segurando a cadeira. "Meu Deus, é ele mesmo"

Bucky de outra época, a mesma pele e ossos, é ele em carne e sangue.

- Você não fala muito, não é? - Bucky reclama - Se não pode me ajudar, ao menos seja educado e me dê um pouco de respeito.

- Eu sei onde você está - Sam responde rápido.

Isso faz com que Bucky abra um sorriso esperançoso.

- Ah é? Por favor homem, me diga, anda! - agora está um pouco mais animado.

- Está longe do Brooklin, você é de lá estou certo?

- Sim, você está me deixando intrigado... Conhece Steve Rogers?

- De vista apenas.

- Ele é um moleque magrelo, estavamos juntos agora pouco... pensando bem, talvez faça alguns dias. - A linha do tempo pode está mexendo com a sua cabeça.

- Parece confuso...

Bucky olha ao redor.

- Você está certo, aqui é muito diferente do Brooklin. Veja só! Nem parece que estamos em guerra.

- Aguente mais 5 anos - Sam ri, ele sabe quando a segunda guerra mundial acaba.

Bucky ri de volta, mas não entende a data específica dita por Sam.

Sam parece estar hipnotizado com a imagem. Ver Bucky com dois braços de carne, um sorriso de dentes tortos e um olhar brilhante, o fazem lembrar que ele nem sempre foi fechado, um dia Bucky foi normal e feliz de verdade.

- Pode me dizer como voltar para casa?

Essas palavras parecem servir como flechas no peito de Sam, Bucky consegue ser tão meigo.

- Não quero dizer que não gostei de você, pelo contrário, mas não sei nem o seu nome... - Bucky tenta fazer um cumprimento decente.

- Sou o Sam - estende a mão.

- Você sabe onde me encontrar... - Bucky aperta sua mão, o cumprimentando de volta - Sempre no Brooklin.

Bucky mostra mais uma vez seu doce sorriso, Sam não aguenta tanto amor vindo desse soldadinho. Ele está prestes a iniciar outra conversa, quando de uma hora pra outra o corpo de Bucky começa a sumir como um passe de mágica. Ele está sendo podado involuntariamente.

Sam vê o último olhar de desespero de Bucky, ele não entende o que está acontecendo no mundo do futuro. Ele não pôde dizer "adeus".

Controle - sambuckyOnde histórias criam vida. Descubra agora