Controle - sambucky

2 c35

- O que você tá fazendo?

Chris ainda está bêbado de sono cambaleando pelo pequeno corredor de sua casa. São três da manhã, ele sentiu falta de Sam em seu quarto então supôs que talvez ele estivesse se refrescando bebendo água, mas a cozinha estava vazia. Ao andar pelos cômodos, Pine encontra Sam no escritório ajoelhado vasculhando a gaveta da escrivaninha. Sam se assusta ao ouvir a voz sonolenta de Chris.

- Procurando um remédio pra dor de cabeça - mente.

Ele fecha rápido a gaveta e se levanta. O que ele estava procurando mesmo era o carregador do macbook de Pine para poder liga-lo.

- Os remédios não ficam aqui - Chris mostra um sorriso desconfiado - você sabe onde ficam.

Sam sabe muito bem onde os ficam os remédios, ele já morou aqui. Chris pega o remédio e dá para Sam. A oportunidade de agora foi pelo ralo, Pine insiste que voltem a dormir.

Pela manhã eles se acomodam na varanda para tomar o café da manhã. Chris usa um roupão de seda grande bem afeminado e Sam usa um normal de tecido felpudo.

Sam não se sente confortável exposto nessa varanda, todos que passam no calçadão de areia conseguem vê-los de longe se fizerem um esforço para enxergar o mais alto possível contra a luz do sol. Para todos os efeitos, uma foto pode ser facilmente tirada e parar em outra capa de revista. Sam não deseja isso, por mais que o mundo precise acreditar que tudo voltou ao normal, ele sabe que essa situação pode machucar Bucky. Fora o fato de não gostar de ser retratado como uma pessoa próxima de Chris, que é uma pessoa agradável apenas frente para as câmeras.

- Quando você volta à Londres? - Sam pergunta a Pine terminando de beber seu chocolate quente.

- Logo - suspira deixando bem claro que não deseja voltar - sei que você não vai comigo.

- Londres não é o meu lugar.

- Talvez seu lugar não seja ao meu lado - Chris fala sério encarando a maré subir.

Sam não esperava por isso.

- Como assim? - se inclina para cima da mesa de vidro.

- Sinto que estou te forçando a ficar comigo... - fala ainda sem olhar para Sam.

Sam por sua vez fica cada vez mais apreensivo. Se Chris decidir logo agora ser sensato e reconhecer o quanto essa proximidade forçada é tóxica, ele pode facilmente deixar Sam ir, mas como ele consegue as provas sem frequentar a cobertura.

- Não diga besteiras - Sam se encosta novamente na cadeira tentando passar um ar de tranquilidade - estou aqui porque eu quero estar.

- Isso é legal, mas não é como você pudesse me fazer mudar de ideia.

- Do que você tá falando Chris?

- Estou te dando escolhas, Sam. Ou fica comigo de vez ou vai embora.

- Isso não é uma escolha, você está me colocando contra a parede.

- O fato de você ter que pensar para escolher já diz muito sobre a sua escolha. Tudo está muito claro pra mim.

- Eu fico com você.

Sam diz rápido, quase sem querer. Seu pensamento foi mais rápido que sua vontade. Quando ele deixa as palavras escaparem percebe que cometeu um erro.

Pine abre um sorriso satisfeito. Ele conseguiu mais uma vez o que queria através da manipulação dramática.

Ele se levanta e vai para a frente da cadeira de Sam, se inclina para frente e o beija. Sam sente repulsa.

********

- Bucky? - Letícia fica surpresa ao abrir a porta e dar de cara com ele.

- Oi - mostra um sorriso cativante - se lembra de mim?

Ele vai logo entrando sem ser convidado.

- O que você faz aqui? - a mulher pergunta começando a se irritar.

- Eu sei que você me traiu então vamos pular a parte que você finge não saber o motivo da minha presença e ir logo pra parte que eu acabo com a sua vida - fala sério ao olhar para ela diretamente.

Ela ri achando engraçado, ela pensa que é muito mais poderosa do que Bucky.

- Cai fora da minha casa - ela volta a ficar séria e aponta para a porta.

- Vamos deixar uma coisa bem clara, viúva... Você não vale nada pra mim e não pense nem por um segundo que eu pouparia sua vida por pena - ele se aproxima dela.

E mesmo ela sendo centímetros mais alta que ele, ele intimida tanto quanto.

- A proposito, gostei do seu SUV estacionado lá fora - ele fala um pouco mais calmo - câmbio automático, aquecimento sensível, 380 cavalos de potência? motor 2.0? O que a ganância por dinheiro não faz...? - ele ri falando as características do carro da mulher.

- Se você tocou na minha Mercedes, Bucky eu juro por D-

- Ah eu toquei sim, tive o prazer de parti-lo ao meio pra servir de exemplo com o que vou fazer com você! - Bucky fala mais alto andando para perto de Letícia.

Mas ela é mais rápida e já acerta um golpe em Bucky que cai com o impacto contra a parede divisória da sala.

- Seu problema é que você fala demais - ela fala olhando ele se levantar - vamos ver quem mata quem.

- Você me conhece? - ainda está se levantando - passei muito tempo sendo bonzinho, hora de voltar - estrala o pescoço.

Os dois começam a lutar e quebrar as coisas da casa. Bucky já lutou com viúvas antes e sabe que não deve subestimá-las. Letícia prende ele no chão.

- Vou arrancar seu braço de metal e colocar na minha estante.

Bucky acerta a cabeça dela com um objeto quebrado que já estava no chão e consegue sair debaixo dela. Como tem força de sobra, ele a suspende do chão e prende ela contra a parede colocando seu braço contra seu pescoço.

- Eu sei que você deve estar irritado, Bucky... - ela tenta tirar o braço dele da garganta para respirar melhor, mas não consegue.

- Eu não estou irritado, Letícia! O que eu tenho não tem nome!

- Não precisa me matar! - ela não respira direito.

- Essa é a parte fácil. Ninguém vai sentir sua falta e o que eu vou fazer com o Chris Pine é bem pior que a morte - Bucky aperta mais ainda o pescoço da mulher.

- Bucky... por favor!

- Mente pra mim e eu te mostro quem eu sou, me trai e essa vai ser a última vez.

Bucky usa a mão direta para pegar a cabeça da mulher e com a mão de vibraniun puxa o rosto para o lado contrário quebrando seu pescoço na hora. Letícia escorrega pela parede até cair ao chão.

Bucky empurra com o pé o corpo dela para sair do caminho da porta e sai tranquilamente, olhando uma última vez o carro intacto belíssimo de Letícia. Ele não triscou um dedo no automóvel.