"Comemoração"

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Mesmo com todos os conselhos de Yelena para não ver Sam, Bucky decide ir. Sim, há uma grande chance da Sharon e os outros estarem lá, pior, a Sarah pode está. Mas tudo é tão confuso na cabeça de Bucky, parece não saber raciocinar, existe uma força maior que faz com que ele ignore tudo e apenas vá encontrar Sam.

O lugar marcado é um pub da cidade, onde eles costumavam ir sempre que queriam ficar bêbados e depois cambalear pelas ruazinhas se beijando como dois adolescentes, depois chegar em casa só Deus sabe como. O ponto é... uma péssima ideia. O porteiro, segurança, garçons, barista, todos devem saber que os dois eram namorados. Uma vez os dois fingiram flertar um com o outro como se não se conhecessem, enfim como adolescentes.

Quando Bucky entra no estabelecimento, vê Sam já em uma mesa tomando uma cerveja, alguém está de pé do seu lado com o celular na mão pedindo uma foto. Bucky espera até que a garota tire sua foto e vá embora para que ele possa se aproximar e sentar com Sam.

- Começou sem mim? - Bucky tenta ser o mais casual possível, mas seu nervosismo é perceptível.

- E você está atrasado como de costume. - Sam ri normalmente.

Bucky levanta sua mão para que um garçom traga uma cerveja para ele também. Quando ele vem entregar, Bucky o recebe com um sorriso sem graça pois esse garçom em especial já pegou Bucky vomitando no Banheiro do Pub.

- Cadê a Sharon e os outros? - Bucky pergunta mesmo querendo não saber.

- Quando eu disse que você vinha eles inventaram mil desculpas. Eles estão meio estranhos, falam sobre nós dois de uma forma estranha. Como se eu devesse saber por onde você anda.

Bucky está mais do que apreensível, espera alguma falha nisso tudo. Talvez Sharon que é a inteligente do grupo tenha imaginado que ele fez alguma coisa com Sam e por isso não quis vir a "comemoração".

- Ei, você tá travadão hein? - Sam dá uma gargalhada e levanta sua mão para o barman. - Hey, duas rodadas de tequila pra ontem!

Bucky não quer beber.

- Você quer tequila? - Sam pergunta.

- Claro. - responde com um sorriso inesperado de nervoso.

- Isso com certeza vai te destravar. - Sam organiza os shots para os dois na mesa. - No 3. um, dois... três.

Os dois então viram a primeira rodada.

- De novo. Um, dois, três! - Sam conta e bebe.

Bucky faz uma cara feia ao engolir o liquido puro álcool.

- A gente não devia misturar isso e cerveja, você sabe...Eu vim dirigindo. - Bucky limpa a boca. - Não fico completamente bêbado mas ainda posso ser parado numa blitz.

- Você veio de carro? - é uma surpresa para Sam. - Você sabe que depois nós saímos andando pela cidade.

Bucky fica estético e seus olhos abrem mais que o normal. Pensa em como Sam pode se lembrar disso. Ele não pode se lembrar de nada da sua vida de casal com Bucky.

- Fizemos isso algumas vezes depois de resolver a questão com os apátridas. Você se lembra? A primeira noite que usei meu traje de Capitão América. - Sam fala como uma banalidade.

- Ah... - Bucky se lembra que isso foi antes de começarem a namorar e por isso Sam se lembra. - Eu me lembro.

Ele se esforça muito para mostrar os dentes nesse sorriso sem graça.

- Você tá bem, Bucky?

- Sim, estou ótimo. - é melhor agora no falso sorriso. - Mais uma rodada?

- É assim que se fala. - ri de volta.

A noite é um completo desastre pelo menos para Bucky, que sabe que este com ele não é o Sam de antes, o que costumava conhecer. E sim o falcão que apenas conhece Bucky por causa do Steve. Isso é a ponta de um sentimento de arrependimento? Bucky espera que não, pois dessa vez ele não poderá voltar a trás.

Fora esse sentido de "Não posso pisar na bola demostrando o que sinto", Bucky até que consegue se divertir. Olhar Sam tão contente faz com que ele se esqueça dos problemas.

- São três da manhã. - Bucky avisa. - O pub fecha em uma hora.

- Sim, hora de ir. - Sam joga algumas notas de dinheiro sobre a mesa e se levanta.

Passa seu braço pelo ombro de Bucky e os dois saem abraçados do pub, na cabeça de Sam, como dois colegas de trabalho. Mas para Bucky, como uma lembrança dos velhos tempos que só ele se lembra.

- Você vai me deixar ir sozinho para casa andando enquanto você vai para a sua de carro? - Sam está sendo praticamente carregado por Bucky. O peso de seu corpo está todo no braço de vibraniun de Bucky.

- Você quer que eu vá andando também? - Bucky ri de verdade e pergunta como se fosse um absurdo, a casa de Yelena é muito longe da cidade para ir a pé.

- Seria mais esperto você me levar de carro dessa vez... Se não for muito incômodo. - Sam fala quase sussurrando.

Bucky ri mais uma vez, querendo de verdade.

- Tudo bem, eu te levo.

Bucky ajuda Sam a entrar no carro e quando põe seu cinto de segurança, passa muito perto do rosto de Sam que sente sua respiração então ele apenas fica parado, travou de vez.

- Acho que já estou bem preso. - Sam brinca com o fato de Bucky não tirar as mãos do cinto.

Bucky ri de volta sem graça e fica constrangido. Por sorte, Sam está bêbado o suficiente e não se lembrará disso pela manhã.

Bucky vai para o banco do motorista e dá partida no carro em direção a casa de Sam perto das docas. Sam parece está realmente morgado, sua cabeça cai para o lado e fica encostado na porta do carro, ele desce o vidro e deixa o vento entrar e bater em seu rosto. Literalmente ri com o vento.

Essa cena é mais convidativa para Bucky do que olhar para frente e prestar atenção no trânsito. De dois em dois segundos ele olha para Sam que está de olhos fechados e a língua para fora.

São três da manhã e felizmente não haverá ninguém na rua para ver os dois chegando juntos. Depois da vizinhança ter presenciado Bucky tentando matar Sam mais e uma vez, isso não seria fácil de explicar.

Quando Bucky ajuda Sam a entrar em casa, um até logo é o que ele ia falar, se Sam não tivesse feito uma proposta.

- Pode ficar se quiser, já está bem tarde e por algum motivo, meu guarda-roupa está cheio de roupas suas. - ele ri indo sozinho para o banheiro.

Controle - sambuckyOnde histórias criam vida. Descubra agora