O primeiro beijo

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Ponto de vista de Afonso

E quem diria que eu encontraria Seiji no casamento do meu irmão? Bem, ele é certamente um sonho de lindo! O encaixe perfeito para aquela voz! Mas ele está muito quieto, sem tirar os olhos de mim. 

E o que foi aquele aperto de mão? Eu quero mais. Quero poder tocá-lo e sentí-lo. Eu me pego olhando aquela boca inúmeras vezes. Eu estou quase pedindo o número de telefone dele, quando o vejo pedir licença e se afastar sem olhar para trás, me deixando confuso. Ele provavelmente não sente nada por mim. Eu estava delirando. Bem, é isso, penso derrotado. Sinto um cutucão no braço e Alessio diz para mim:

- Vai atrás do seu homem agora!

Não sei o que deu em mim mas, no momento seguinte, eu estou andando entre a multidão procurando por ele. Eu o vejo ir em direção a um dos cantos do jardim. Um lugar quieto, com vista para as montanhas e onde não havia ninguém. Aquele jardim era maravilhoso, mas não mais que o homem virado de costas para mim, contemplando a paisagem. 

Tão alto quanto eu, cabelos negros e lisos. Um olhar profundo e calmo no qual eu queria mergulhar. Em poucos passos eu o alcanço. Mas vou dizer o quê? Talvez seja melhor recuar. Eu posso deixar para depois, afinal, amanhã estou mudando para a capital. Mas será prudente isso? Pelo que entendi de Daichi, eu vou trabalhar com ele. Se eu fizer alguma coisa que o desagrade eu perco meu emprego. Droga, insegurança agora não! Se ele ficar chateado comigo, eu ainda posso voltar para casa, morar um tempo com a mãe e tentar conseguir meu emprego de volta.  

- Seiji?

Ele se vira, sobressaltado. E eu me sinto na obrigação de me desculpar. Eu vejo tormento e tristeza em seus lindos olhos.

- Desculpe, eu não quis te assustar.

- Olá Afonso. Por que você não está com os outros aproveitando a festa?

É, por que, Afonso? Arruma aí uma desculpa, vai! Se eu disser para ele que é porque eu quero ficar com ele eu vou levar um fora... Droga!!! Meses sonhando com ele e agora eu não sei o que fazer...

- Afonso?

Até o meu nome naquela voz fica extremamente sexy! Mas como ele sabe que eu não sou Alessio? Apenas minha mãe e Bernardo conseguem saber quem é quem! Como ele faz isso? Que vontade de...

- Eu vou voltar para a festa, mas não sem antes deixar isto aqui com você.

E num impulso louco, eu me aproximo dele, enlaçando seu corpo e beijando seus lábios. Ele abre a boca, permitindo que minha língua explore cada recanto, cada centímetro, enquanto suas mãos vão para minha nuca, emaranhando-se em meus cabelos. 

Que homem delícia! O beijo vai aquecendo meu corpo, que desperta imediatamente. Eu estou grudado nele, impossível ele não sentir meu membro enrijecendo contra o corpo dele, assim como eu sinto o dele, igualmente rígido. 

Eu não quero voltar para a festa, o que eu quero é fazer uma festa só com ele. Quero saber sobre ele, sair para um encontro, conhecê-lo. E eu também quero transar com ele aqui mesmo, agora. Subitamente, sinto vontade de morder aqueles lábios macios e eu o faço, arrancando um gemido sensual do homem que me agarra com a mesma fome que eu sinto. Eu estreito ainda mais em meus braços, como se já não estivéssemos grudados um no outro. 

O beijo dura vários minutos até ficarmos sem ar. Ainda sem desfazer o abraço, olhamos nos olhos um do outro, tentando tomar coragem para falar. Mas o silêncio é rompido por uma voz ao longe, me chamando. De todas as pessoas na face da Terra, tinha que ser Bernardo! Droga! Certeza que ele viu pelo menos o nosso abraço!!!

Turbilhão (Livro 4 da Série Akai ito)Onde histórias criam vida. Descubra agora