Eu não consigo resistir...

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Primeiro dia de trabalho de Philip depois do sequestro
Ponto de vista de Cláudio

Eu acordo com preguiça. Philip e eu matamos as saudades um do outro a noite inteira, nos revezando entre dar e receber prazer. Eu disse várias vezes que o amava, ouvindo o mesmo dele. Philip não sabe, mas eu não esqueci o que disse há muito tempo.

Eu disse a ele que quando meu trabalho estivesse pronto na HuangCheng, nós não precisaríamos mais ser discretos. Eu prometi. E disse que, se ele quisesse, eu o beijava no saguão da empresa, na frente de todos os funcionários. Pois bem, hoje ele vai ter uma surpresa.

O dia passa arrastado. Muitos contratos e sistemas de segurança precisam ser instalados. Fora o treinamento do pessoal que faz segurança física. Logo o fim do expediente se aproxima e eu me preparo para ir embora.

Passo numa floricultura, onde compro o maior buquê de rosas vermelhas que encontro e dirijo ansioso até a HuangCheng. Mando uma mensagem a Philip e fico ali esperando no saguão principal, com o buquê que eu comprei na mão.

Quando ele chega, o saguão está cheio de funcionários. E eu começo a ter dúvidas. E se ele não quiser isso? E se ele ficar com raiva e terminar comigo? Como eu vou viver sem ele? Só que ele me olha nos olhos, abre um enorme sorriso e vem correndo em minha direção, pulando em mim e me dando o maior e mais delicioso beijo. Eu largo o buquê no chão para segura-lo junto ao meu corpo.

Eu me perco nele e em sua boca, esquecendo de tudo, sendo trazido de volta à realidade quando ouço palmas ensurdecedoras vindas de todos os cantos do prédio. Mesmo depois de separarmos nossos lábios e eu colocá-lo no chão, ainda nos mantemos abraçados e eu digo um "eu te amo" em seu ouvido. Philip esconde seu rosto em meu peito. Ele está envergonhado...

Vejo David se aproximando com um sorriso no rosto.

- Parabéns aos dois! Acabaram de tornar público o amor de vocês! Estou muito feliz! Mas tenho uma pergunta importante: depois de toda esta demonstração romântica, que com certeza vai parar nos jornais e no blog da empresa, não necessariamente nesta ordem, será que você vai ter coragem de vir trabalhar aqui conosco?

- Como?

- Ah, vejo que o lillebror ainda não falou com você. Isso porque ele me prometeu que ia falar ontem à noite... já não se pode mais confiar em irmãos como antigamente, principalmente se estiverem apaixonados e cheios de tesão.

- David!!! Eu não prometi nada! Para de me provocar!!!

- Cláudio, você tem uns minutos agora?

- Claro!

Confesso que estava dividido entre arrastar Philip dali, indo embora com ele, e ficar e ouvir o que David tinha em mente quando falou em trabalho. Mas eu opto pela segunda alternativa. Ora, trabalhar no mesmo lugar que Philip vai me dar oportunidade de ficar perto dele e protegê-lo. Eu havia tirado o rastreador do relógio e consertado a pulseira que ficara danificada durante o sequestro. Quando eu devolvi o relógio a Philip, garanti a ele que não havia mais rastreador e que a intenção do presente sempre foi demonstrar o meu amor e minha devoção a ele. E que os olhares de Maurício e Heitor foram os motivos que me levaram a apelar. Philip apenas sorriu para mim, pegou o relógio de minha mão e me pediu ajuda para colocá-lo no pulso, me beijando e dizendo que me amava.

Sou desperto de meus devaneios quando Philip segura meu pulso e me leva gentilmente até a sala de David. Eu presto muita atenção à proposta de David e mal posso acreditar. É uma oportunidade fantástica que me dá inclusive espaço para desenvolver meus próprios projetos de sistemas de segurança! Ele está mesmo falando sério? Philip, ao meu lado, me olha com expectativa.

Turbilhão (Livro 4 da Série Akai ito)Onde histórias criam vida. Descubra agora