Quase dois meses depois do nascimento de Fuyuki
Ponto de vista de Seiji
Com certeza minha mãe me surpreende cada vez mais. Ela e meu pai sempre foram muito unidos e vê-la agora saindo de casa e se colocando ao nosso lado e contra ele me desperta sentimentos conflitantes.
Por um lado, orgulho e felicidade por vê-la nos aceitando e amando com a mesma intensidade. Por outro, preocupação por meu pai, que sempre foi muito dependente sentimentalmente de minha mãe. Eles sempre agem em conjunto, tanto em decisões pequenas quanto em grandes, há quarenta anos.
Eu convidei okaasan para vir morar comigo, mas ela recusou, me dizendo que eu devia me concentrar em viver sob o mesmo teto que Afonso e me casar com ele. Até nisso, minha mãe me deixou perplexo, pois disse claramente que gostaria de estar presente na cerimônia, celebrando conosco.
Aliás, okaasan não perde mais a oportunidade de dizer e demonstrar o quanto se orgulha de nós. Ela conversou, inclusive, com Ichiro, Daichi e Kazumi. E está muito amiga de Kenzo e Theodorus. Fora o fato de se dar muito bem com Júlia e Afonso.
Ponto de vista de Kenta
Mais um dia de trabalho. Eu amo meu trabalho mas, desde que me afastei de minha família, até o que eu mais gosto perdeu a graça. Não bastassem as saudades de meus filhos, cunhados e sobrinhos, agora sinto muita falta de minha esposa.
Sei que ela está com Kenichi e Harumi, mas não me atrevo a ir até lá. Eu já devia ter deixado de lado os preconceitos passados a mim por meus pais. Contudo, sou uma pessoa muito orgulhosa e, por isso, causei sofrimento àqueles que mais amo.
Quando os seis eram pequenos, costumávamos nos revezar e sair com eles. As visitas ao Jardim Botânico, ao jardim zoológico, aos parques florestais e outras atividades. Foram tempos felizes.
Agora a família se renova, com os pequenos Hayato, Kenjiro e Fuyuki. Se bem conheço meu Seiji, ele também vai querer viver a paternidade e os filhos dele serão também mais do que bem-vindos.
Já Akira é uma incógnita. A única moça por quem ele se interessou foi afastada dele por nós. Ele nunca nos disse nada, mas deve guardar muito ressentimento. O fato de ir embora para longe é a prova disto. Será que ele voltará a se interessar por alguém e formar uma família?
Este período longe de Mina me fez refletir bastante e chegar à conclusão de que a vida de nossos filhos deve ser vivida por eles. Sem cobranças nossas. Apenas aceitação e amor. Eu ainda acredito que as tradições são importantes, mas não mais importantes que a felicidade de um filho amado.
A pergunta agora é: como vou me retratar perante minha família? Neste ponto Mina sempre
Foi muita mais corajosa do que eu. Ela admite seus erros, pede perdão e segue em frente. Enquanto isso eu fico guardando as coisas para mim. Mas eu preciso agir. Porque a dor e o remorso estão me consumindo aos poucos. Sinto até dor no peito por causa disso.Não, espera. Eu estou com dor. E suando muito. Me sinto fraco. Seguro meu braço esquerdo, e a dor intensa me faz cair da cadeira. Eu ainda tento chamar alguém, mas a voz não sai. Como sou médico, diria que estou tendo um infarto agudo do miocárdio. O estresse dos últimos tempos, o remorso e a culpa estão cobrando seu preço.
Ponto de vista de Júlia
Meu amor por Iori se fortalece a cada dia. Ele é o homem por quem eu sempre esperei. Nosso relacionamento é sólido, baseado em amor e respeito mútuos. Iori é um marido apaixonado, sempre se preocupando e cuidando de sua família com muito zelo. Nós dividimos os cuidados com Fuyuki, e confesso que vê-los juntos faz meu coração transbordar de amor.
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Turbilhão (Livro 4 da Série Akai ito)
RomancePLÁGIO É CRIME! Estória original, escrita por mim, com personagens de minha autoria. Proibida a reprodução total ou parcial!!!!! Há quem não busque o amor? Passar a vida à espera de alguém que vai tornar seus dias mais brilhantes, sua existência mai...