Quando Lúcifer e Belial se encontram

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ALERTA DE GATILHO! BULLYING! O VÍDEO ACIMA TAMBÉ DÁ GATILHO! VOCÊS PODEM OPTAR POR APENAS OUVIR A MÚSICA. SE ESTIVEREM DEPRIMIDOS NÃO ASSISTAM O VÍDEO!!!!!

MAIS UM RECADINHO: LEMBREM-SE DE QUE A AUTORA ADORA FINAIS FELIZES. MANTENHAM ISSO EM MENTE!

Segunda-feira

Enquanto isso no setor de IT da HuangCheng...

Ponto de vista de Breno

A qualquer momento Cláudio vai sair do elevador. Eu passei o fim de semana inteiro não me sentindo muito bem. Na sexta-feira eu achei que tinha alguma chance com ele e, obviamente, estava enganado. Quando Philip o puxou pelo braço, levando-o embora, eu entendi que há algo mais entre eles além do trabalho. A forma como Philip olhou para Cláudio dizia tudo. Bem, isso é problema deles. Philip é um cara legal e se eu soubesse de antemão sobre os dois, eu jamais teria me exposto daquela maneira, tampouco tentado me colocar entre eles.

- Eita, Breno, que cara de chulé é essa? Qual o motivo da fossa?

Eu me viro para Heitor, meu colega de trabalho. Ele não estava na empresa há muito tempo. Ele fora contratado por nosso chefe direto o senhor Alencar.

- Não é nada, Heitor. Eu só estou um pouco cansado.

- O fim de semana deve ter sido daqueles, hein? Balada, sexo, bebida... Não necessariamente nesta ordem.

- Nada disso, Heitor.

- Bem, apenas balada com amigos então, já que você não conseguiu esconder o interesse pelo carinha dos olhos azuis da empresa de segurança.

- Heitor, você fica espionando as pessoas?

- Breno, só um cego para não ver você atrás dele abanando o rabinho...

- Sério, Heitor, você pode por favor parar com isso?

- Se você não estivesse tão cego pelo zóinho azul, você teria visto que o chefinho já estava no páreo há muito tempo. Ele deu até um show aquele dia quando viu vocês dois conversando.

- Heitor, pode por favor parar de falar assim do Philip? Ele é legal!

Desde que começou a trabalhar no IT, que Heitor implica com Philip gratuitamente. Ele o chama de chefinho de forma pejorativa. Philip é uma pessoa de natureza tímida, mas é bom, gentil e justo. Claro que Heitor não confronta Philip porque ele é filho do dono da empresa, então ele faz pior: fala pelas costas, deixando nossos colegas desconfortáveis porque Philip é bem quisto pelos funcionários e está sempre ajudando todo mundo. Ele pode ser um pouco distante, mas eu tenho a impressão de que isso se deve a algum trauma do passado.

- Ah, Breno! Vai me dizer que você gosta dele? Um sujeitinho esnobe.

- Isso não é verdade, Heitor! Ele é simpático e muito educado com todo mundo! Que eu saiba ele nunca maltratou ninguém! E ele sempre ajuda quem precisa! Lembra como ele ajudou o Francisco quando a filha dele adoeceu? A empresa cobriu as despesas do hospital, que o plano de saúde não cobria e o Francisco ainda ganhou dias para poder ficar em casa com sua família.

- Vai me dizer que você gosta dele, Breno? Ele é o cara que te roubou o boy!

- Ele não roubou nada de mim e você não sabe se eles têm algum envolvimento mesmo. Até agora você está baseando suas palavras em conjecturas e não em fatos.

Da minha boca não sai um pio! Não serei eu a prejudicar outra pessoa. Ainda mais o Philip que não merece isso. Heitor tem, muitas vezes, um jeito que não me agrada. E meu estômago dá um nó quando ele diz:

- Breno, você vive a vida como se ela fosse cor de rosa! Acorda! Não existe justiça e retidão. No mundo selvagem é matar ou morrer.

- Eu garanto a você que não vivo como você diz. Só que não concordo com suas palavras! Não é porque o mundo é injusto, como você diz, que eu devo pensar apenas em mim. Não adianta nada eu estar bem se outros estão mal.

- Eu não acredito nisso, Breno! É cada um por si! Se você acha que vão reconhecer você e seu esforço para ser um Dom Quixote, está muito enganado!

- Mas Heitor, eu não faço isso pelos outros. Eu faço por mim! Para poder deitar a cabeça em meu travesseiro e dormir tranquilo.

- Eu ainda acho que temos que tirar vantagem quando a oportunidade aparece. E eu durmo muito bem à noite, obrigado por perguntar.

- Cada um faz como sua consciência manda.

Neste momento, as portas do elevador se abrem e Cláudio sai com outro homem. Philip não está com eles.

- Lá vem seu zóinho azul...

- Me deixe em paz, Heitor!

- Bom dia Breno, Heitor! Este é meu colega Maurício, que vai participar do trabalho conosco.

- Olá, Maurício! Seja bem vindo! - Eu digo polidamente. E eu vejo Maurício e Heitor se olhando e cumprimentando, o que me causa um certo desconforto e muita desconfiança. E percebo que Cláudio também nota.


Ponto de vista de Heitor

Ora, ora, quem diria! Maurício? Estudamos juntos quando tínhamos 17 anos. Foram dois anos na mesma escola. Não éramos muito próximos, mas muitas vezes nos juntamos para pregar algumas peças em outros alunos. Era muito divertido. Teve uma vez que pegamos um nerd e roubamos suas roupas enquanto ele estava na educação física. Ele foi obrigado a andar com a roupa da ginástica o resto do dia.

Houve também uma outra ocasião em que trancamos dois babacas no laboratório de química, já no fim do dia. A escola fechou e eles só puderam sair no dia seguinte. Os pais deles foram até a polícia porque acharam que tinha acontecido alguma coisa horrível! Tinha acontecido sim! Aqueles dois perdedores tinham acontecido!

Mas o melhor de tudo fora quando um de nossos colegas de turma, que era pobre e vivia apenas com sua mãe que trabalhava como faxineira, ganhou uma bicicleta usada para poder ir e voltar da escola. O babaca estava tão feliz! A bicicleta era horrorosa! Só um perdedor mesmo para se orgulhar de um pedaço de sucata daqueles! Nós roubamos a bicicleta e a jogamos no rio que corria atrás da escola.

Fazíamos também coisas menores como dar apelidos depreciativos para vários alunos que nós considerávamos perdedores. Além de fazer outros colegas pagarem nosso almoço, fazerem nosso trabalho de escola, carregarem coisas para nós. Nós éramos muito bons em usar as pessoas para proveito próprio.

E nós nunca fomos pegos. Aliás, Maurício era excelente em ganhar a simpatia dos professores e dos alunos. Não importa o que ele tivesse feito, ele estava sempre com a razão. Até suas vítimas achavam que a culpa era delas. Com ele eu aprendi muita coisa útil que me ajudou a chegar onde estou. E Breno, meu ingênuo e idiota colega de trabalho, sequer percebe como eu o manipulo. No setor de IT só tem nerds idiotas e inúteis.

Mas eu logo estarei rico e longe daqui. Sem ter que aturar gente como Philip Cheng. Eu confesso que ainda sinto desejo por ele. Eu quis Philip desde a primeira vez que o vi, mas ele sempre me manteve distante. Aliás, ele mantém todo mundo distante, exceto o zóinho azul, que chegou de não sei onde, e caiu nas graças dos chefes. Eu não sei o que fez com que eu e Maurício mantivéssemos o fato de já nos conhecermos em segredo, mas fico feliz por isso. E estou sentindo que vai ficar muito mais divertido vir para o trabalho.... Se bem que, assim que tudo isso acabar, eu não sentirei saudades desse lugar.





N/A

Amores, capítulo pesado. Confesso que fiquei abalada escrevendo. Philip encontrou o amor, mas é alvo de duas pessoas extremamente inescrupulosas. Será que o comportamento de Philip, sempre desconfiado e cuidadoso será suficiente para protegê-lo? Cláudio foi policial e é muito bom lendo as pessoas, mas será que ele pode impedir uma tragédia? Esta parte da estória não vai ser resolvida agora, porque os outros núcleos precisam de igual atenção. Mas como eu escrevi lá em cima, o final feliz é garantido. Tenha paciência e não me abandonem! Amo vocês!

Turbilhão (Livro 4 da Série Akai ito)Onde histórias criam vida. Descubra agora