Turbilhão (Livro 4 da Série Akai ito)

Epílogo

Dez anos depois do nascimento dos gêmeos Giuseppe e Giácomo

Ponto de vista de Júlia

Para quem passou a vida vendo coisas que aconteceriam a outras pessoas e enxergando o fio vermelho do destino em outros e não em si, confesso que me considero afortunada. Iori é o homem mais fantástico que existe. Nós não temos uma vida perfeita, mas temos muito amor, família e amigos. Então, ouso dizer que temos uma vida feliz.

Nosso filho, Fuyuki, é um menino maravilhoso e cheio de alegria. Apesar de desconfiar que Fuyuki havia herdado meus dons, a confirmação veio apenas quando, ao fazer dois anos, Fuyuki nos surpreendeu ao se aproximar de mim, me abraçando e beijando meu ventre, ao dizer a palavra bebê. Foi assim que descobrimos a segunda gravidez. A pequena Yuriko chegou ao mundo trazendo ainda mais felicidade para nós, seguida, um ano e meio depois, do pequeno Kazuo.

Com três pequenos, a ajuda de meus sogros se tornou imprescindível. Otousan se aposentou um ano depois do nascimento de Fuyuki, para poder aproveitar seus netos. Meus pais, após dois anos de idas e vindas nos visitando, resolveram se mudar para a capital para ficarem mais perto de nós e ajudarem também.

Ichiro e Kimiko tiveram uma menina, Keiko. Ichiro não cabia em si de felicidade. Todos os dias ele se desdobrava para mostrar a Kimiko como a amava e como ela era importante para ele. Quando Keiko fez três anos, o pequeno Isao chegou para completar a família.

Aisha e Akira deram as boas vindas à pequena Hinata. Depois de cinco anos no Japão, eles voltaram a morar na capital, para a felicidade da família inteira. Ojisan Kenichi conseguiu uma casa próxima de Kenta e Mina e Hinata estava sempre junto a seus primos. As crianças eram tão unidas quanto seus pais e não raro se reuniam todos na casa de Kenichi e Harumi, ou na de Mina e Kenta.

David e Akito optaram por não terem filhos, mas são tios presentes e estão sempre presentes nas atividades com as crianças, levando inclusive os seis sobrinhos para passear e se divertir. A história do grande carvalho no jardim botânico foi passada para os pequenos, bem como a lenda do akai ito, com um lembrete de que o verdadeiro amor existe e que nos encontra quando menos esperamos.

Fernando e Rafael ficaram apenas com Helena, que cresceu linda e bondosa. Eles eram pais extremamente devotados e Helena os amava com igual fervor. Ela encontrou seu destino em um rapaz íntegro e amoroso. E, como prometido, Fernando estava lá ao lado de Rafael, secando suas lágrimas enquanto eles viam Helena se casando com o amor de sua vida.

Laura e Carla são muito felizes, tendo encontrado a paz e o amor, depois de anos de sofrimento e solidão. Por meio de fertilização in vitro, elas tiveram seu único filho, Adam, que foi imediatamente adotado pelo escritório inteiro. Não raro  John o levava a passeios, ou ele estava com Ricardo e sua família, pois se dava muito bem com Pablo, irmãozinho de Alícia. Toya e Eduardo, que eram os padrinhos de Adam, também estava sempre com ele.

E por falar em Toya e Eduardo, eles mantém a mesma paixão de quando se conheceram. São um casal devotado um ao outro e vivem felizes seu amor, multiplicado pela chegada da pequena Sakura. Eles iniciaram o processo de adoção seis meses após seu casamento. E se encantaram com a garotinha de quatro anos, de cabelos negros e traços asiáticos que olhava para eles com curiosidade. E Eduardo soube que era ela.

Daichi e Arthur continuam muito apaixonados um pelo outro. Apesar de gostarem muito de crianças, Daichi quis esperar, porque achava que Arthur ainda era muito jovem. O que não os impedia de encher a casa com os sobrinhos. Daichi até fez uma pequena escola de surfe para as crianças que quisessem aprender. Desnecessário dizer que TODOS quiseram, para deleite de Daichi que sorria de orelha a orelha. Arthur, apaixonado por crianças e vendo o desejo de Daichi impresso em seus olhos, não conseguia esperar mais. Então, em seu aniversário de vinte e oito anos, ele teve uma conversa com seu marido. Foi assim que a pequena Yuki chegou em suas vidas.