Há cerca de oito meses...
Narrado em terceira pessoa
Numa terça-feira, Kimiko Nakamura entra no escritório da Sato como se fosse rainha soberana. Aquela mulher linda, filha de um amigo de longa data de Kenichi Sato, era o par perfeito para Daichi, já que as famílias se conhecem e aprovam o enlace.
A família de Kimiko era rica e influente. Yudi Nakamura, avô de Kimiko, fora um homem de negócios de sucesso e deixara mais da metade de sua fortuna para a única neta, mas esta só poderia acessá-la depois dos 26 anos de idade. Seus pais, Susumo e Hinata, controlavam a menina e sua fortuna.
Kimiko e os meninos Sato se conhecem desde criança e brincaram juntos em inúmeras ocasiões. Aliás, Kimiko, quando menina, era doce, gentil e alegre, sendo bem-quista por todos. Mas Kimiko era muito desastrada. Ou pelo menos era isso que todos pensavam. Não raro ela aparecia com marcas nos braços e nas pernas, resultado de quedas. Uma vez, chegou mesmo a quebrar o pulso, precisando imobilizar o braço.
O que ninguém sabia, era que os pais da menina eram muito rígidos e não admitiam condutas fora dos padrôes por eles impostos. A mãe de Kimiko era omissa e extremamente superficial, preocupada apenas com as aparências, enquanto seu pai, apesar de ser um dos advogados criminais mais requisitados do país e dono de uma imensa fortuna, era violento com sua filha. Ao menor sinal de rebeldia, Kimiko era impiedosamente surrada e humilhada.
Assim, Kimiko passou sua infância e adolescência, tentando se adequar ao que os pais queriam e esperavam dela, na tentativa de evitar as surras. Pouco a pouco, ela passou a se comportar como eles: esnobe e cheia de si, menosprezando os outros. Até mesmo seu guarda-roupa fora montado de acordo com o que seus pais esperavam. No fundo, Kimiko adorava jeans e camiseta, mas precisava usar vestidos da moda e saltos altos.
Mas se engana quem pensa que Kimiko realmente se tornara uma dessas socialites vazias. Tudo fazia parte de seu plano para evitar as surras e humilhações. E o plano de Kimiko deu certo, porque seu pai passou a ignorá-la e apenas exibi-la em eventos socias, como se ela fosse uma boneca. Pela mãe, Kimiko já era ignorada desde criança.
Até mesmo o que saía da boca de Kimiko na presença de seus pais e outras pessoas que poderiam denunciá-la a eles, era exatamente o que eles queriam ouvir de uma moça com seu status e influência. A única pessoa que conhecia a verdade era seu amigo Mateus. Eles estudaram juntos e depois mantiveram a amizade escondido porque Mateus era gaijin e os pais de Kimiko jamais a perdoariam por isso.
Desde sempre, os pais de Kimiko e os Sato queriam que ela se casasse com um dos meninos. Mas casamento arranjado não era o que Kimiko queria. Ela queria se apaixonar. Então Kimiko, esperta como era, viu em Daichi a solução perfeita. Ela sabia como Daichi era teimoso e que não a via como nada além de uma irmã mais nova muito chata. Daichi jamais iria ceder ao desejo dos pais de ambos. Por isso ela o escolheu. Ichiro era extremamente obediente e provavelmente se casaria sem oferecer resistência, enquanto Kazumi era uma incógnita.
O almoço com Kenichi e Daichi foi uma tortura! Ser obrigada a fingir interesse por Daichi, se pendurar em seu braço, entrar e sair do escritório sabendo que ninguém ali gostava dela (aliás nem ela gostava de si mesma quando estava assim, usando sua máscara de mulher esnobe e intragável). Logo após o almoço ela usou a desculpa de que ia ao cabeleireiro e saiu dali. Foi até seu carro e pegou uma pequena mala, entrando no shopping e trocando de roupa.
Uma Kimiko vestindo jeans, camiseta e tênis, sai dali em direção ao abrigo dos sem-teto para a distribuição de comida e roupas. No caminho, ela liga para Juliano, o cabeleireiro. Só que alguns quarteirões antes de chegar ao abrigo, ela esbarra em Ichiro. Droga!!!! Será que dava tempo dela se esconder? Não, tarde demais, ele já a vira.
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Turbilhão (Livro 4 da Série Akai ito)
RomansPLÁGIO É CRIME! Estória original, escrita por mim, com personagens de minha autoria. Proibida a reprodução total ou parcial!!!!! Há quem não busque o amor? Passar a vida à espera de alguém que vai tornar seus dias mais brilhantes, sua existência mai...