Turbilhão (Livro 4 da Série Akai ito)

Primeiro, a sobremesa...

Uma semana depois do sequestro de Philip

Ponto de vista de Cláudio
Eu e Philip nos mudamos temporariamente para a casa dos pais dele. O que eu queria era ficar para cuidar do amore mio, mas o senhor Botelho não me deu folga, porque alguém precisava arrumar a bagunça causada pelo Maurício.

Então a melhor solução foi ficarmos com os Cheng para que Philip não estivesse sozinho durante o dia enquanto eu estou trabalhando. Por conta das muitas desavenças minhas com meus chefes, tenho pensado seriamente em sair do emprego.

Mas minha maior irritação foi por causa da reação, ou melhor, da falta dela, em meus superiores ao receberem a notícia dos crimes de Maurício. Qualquer ser humano normal acharia um ultraje as coisas que ele fez, inclusive desabilitando o sistema de segurança, instalado pela empresa onde trabalha, para facilitar um roubo. 

O fato de eu ter instalado outro sistema que ele desconhecia, com um firewall que não apenas barrou o ataque, mas que me sinalizou que algo estava errado foi, para eles, suficiente. E tudo que ouvimos foi um "lamentamos o ocorrido". A empresa não vai se posicionar? Escrever uma nota de repúdio? Se retratar perante a HuangCheng?

Mesmo tentando abafar o caso do sequestro para não expor Philip, a notícia se alastrou feito fogo. A mídia não parava de atormentar e havia repórteres na porta da casa dos Cheng dia e noite na esperança de conseguirem uma entrevista exclusiva. Conhecendo Philip, isso jamais iria acontecer. David fez um pronunciamento na esperança de que o assédio a Philip diminuísse mas, até agora, precisamos ter todo o cuidado.

As visitas a Philip são constantes: O pessoal da Sato, Eduardo, Breno, Rique, Yunlan e XiuMing. Fora a minha família. A pequena Giorgia não se conformou até ver o Zio Philip, que estava preocupado porque ainda estava com o rosto machucado. Mas o único comentário da pequena foi que ela estava com saudades. Os meninos fizeram desenhos para ele e cartas pedindo que ele fosse logo visitar para brincar com eles.

Não tinha uma noite que Philip não tentasse fazer amor comigo. Numa das ocasiões eu fui dormir no sofá que fica no canto do quarto. A frustração dele é evidente. Só que ele ainda sente dores e não tirou os pontos na perna. Philip não tem noção do quanto me custa resistir a ele. Eu ardo com cada beijo e cada carícia. Fora que ele acorda comigo todos os dias de manhã perguntando se eu realmente preciso ir trabalhar... Ele está entediado por estar em casa.

Contudo, hoje ele tira os pontos e amanhã já pode voltar ao trabalho. A felicidade dele é contagiante! Estamos saindo da casa dos pais dele e vamos para o meu apartamento, onde ficaremos por algumas semanas por causa da imprensa. Eu combinei que vou levá-lo e buscá-lo no trabalho todos os dias para garantir sua segurança. Ele reclamou, dizendo que sabe se cuidar e que não precisa de guarda-costas, tampouco de babá, entretanto, me abraçou e confessou que estava feliz por passar mais tempo comigo. Ele fica tão sexy quando está feliz que eu quase perco o controle...

- Amore mio, pronto para ir ao hospital?

- Sim, älskling, vamos tirar essa coisa da perna para eu poder agarrar você...

- Philip... você não sabe se vai poder...

Ele vem em minha direção, colando o corpo no meu e me tocando intimamente. Cazzo! Já estou ereto.

- Eu vou poder... porque eu não aguento mais... Se você não me tomar, eu tomo você...

Não faz assim...Eu esmago os lábios dele com os meus, num beijo cheio de desejo. Como ele é gostoso... A temperatura está esquentando aqui... batidas na porta nos interrompem, para meu alívio e frustração.