A boate - parte 1

170 37 173
                                    

Sexta-feira à noite

Ponto de vista de Afonso

Eu estava esperando que Seiji chegasse ao escritório para sairmos todos, mas ele havia mandado mensagem para Daichi e Arthur, dizendo que iria direto para a boate porque não conseguia sair da obra mais cedo. Não posso descrever minha decepção. Eu passei a semana inteira pensando no nosso beijo. Aliás nos nossos beijos. Eu o quero de tal forma que chega a doer.

E desde segunda-feira eu não o vejo porque ele passou a semana resolvendo os problemas que surgiram na construção do clube de regatas. Eu nem consegui o número dele. Eu pensei em pedir a Arthur, mas fiquei com vergonha. Eu poderia também ter pedido a Daichi, mas não tive coragem. Alessio parece que tinha percebido meu sofrimento e não fazia mais brincadeiras sobre nós. Mas claro que outros tipos de brincadeira continuaram como sempre. Hoje ele vai finalmente se encontrar com Maja, ou melhor, a princesa. Quero só ver como vai ser.

A boate, é um lugar interessante. É um Pub até às 22:30 horas, quando a música começa a rolar solta. Quando chegamos à boate, somos levados à mesa que reservamos. Flávio se senta do meu lado e começa a conversar comigo. Mas eu e Alessio não conseguimos tirar os olhos da entrada, esperando a chegada de nossos amores.

Ponto de vista de Cláudio

Quem foi o infeliz que disse que ia para uma boate, segurando vela para um casal casado e altamente apaixonado? Pois é, eu. Estou aqui sentado, com um monte de gente que eu não conheço e adivinhem? Daichi e Arthur estão aqui também!!! Muito apaixonados um pelo outro a ponto de não conseguirem parar de se tocar. Abraços, beijos, mãos dadas. Claro que eu estou feliz por eles e não, eu não quero Arthur para mim. É só que a minha atual situação não é das melhores, digamos assim.

Eu estou aparentemente apaixonado por um homem que prefere morrer a estar no mesmo ambiente que eu. E o irônico destino resolveu que nós precisamos trabalhar juntos. Eu praticamente implorei ao sr. Botelho que me substituísse, mas ele se manteve irredutível e me disse que eu preciso aprender a trabalhar com clientes difíceis. Bem, Philip não é difícil, ele é impossível!!!

Ali no grupo parece que a maioria tem um par. Tirando gêmeos que não páram de olhar para a porta, como se estivessem esperando alguém. Mas um deles sequer percebe que o homem que está a seu lado só falta sentar em seu colo, querendo beijá-lo.

Alguns minutos depois eu sinto alguém tocar meu ombro. Ora, é Breno, o rapaz que trabalha no setor de IT da HuangCheng.

- Oi Cláudio!!! Que surpresa legal ver você aqui!!!! Você veio com um monte de gente, hein? Oi Rafael!!!!

- Oi Breno! Veio se divertir um pouco também?

- Sim, mas não com tanta gente quanto vocês! - E ele se vira para mim.

- Eles na verdade são amigos do meu primo. Eu não conheço ninguém.

- Mas me conhece!!! Eu estou aqui com alguns amigos, mas eu venho depois te buscar para dançar, combinado? É a primeira vez que você vem aqui?

- Sim, eu já não morava aqui há alguns anos. Vejo que muita coisa mudou.

- Mudou mesmo! Mas se você quiser, eu deixo meu telefone com você e eu posso te mostrar a cidade agora no fim de semana. Você gosta de Karaokê? Porque tem um excelente, se você quiser ir comigo.

- Eu... - Eu vejo nos olhos dele um interesse maior do que o de amizade. Eu realmente não preciso de mais complicações do que já tenho...Felizmente, antes que eu possa responder alguém o chama e ele se despede, prometendo voltar quando a música começar.

Turbilhão (Livro 4 da Série Akai ito)Onde histórias criam vida. Descubra agora