Flávio Kwarciak

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Narrado em terceira pessoa

Flávio Rodriguez Kwarciak, era um homem que sempre procurava ver a coisas pelo lado positivo. Uma pessoa gentil e solidária que se esforçava para ser e trazer alegria onde estivesse. Flávio conhecia muita gente e estava sempre engajado em diferentes atividades, principalmente as filantrópicas. Era um cara quieto, que guardava em si questionamentos profundos e a busca por amor. Porque Flávio, sendo um homem romântico por natureza, sentia dentro de si um enorme vazio, e uma necessidade de encontrar aquele ou aquela que o preencheria. Pretendentes não faltavam, até porque seus atributos físicos eram espetaculares. Só que Flávio buscava conteúdo, ele queria ir além da aparência, além do que os olhos vêem. 

Ao conhecer Afonso, Flávio se entusiasmou, porque Afonso, além de lindo era uma pessoa legal e bem humorada. Mas na boate, ele percebeu que Afonso só tinha olhos para a porta, como se estivesse à espera de alguém. À espera de amor. E suas suspeitas se confirmaram quando Seiji chegou e Afonso, sem titubear, o abraçou e beijou. Engana-se quem pensa que Flávio é um ser mesquinho. Ele claro que ficou contente por Afonso e Seiji, mas não pode deixar de se entristecer por si mesmo, mais uma vez sem aparente esperança de encontrar seu alguém. 

E desesperançado, Flávio caminha em direção à saída da boate. Pelo menos sua cama e seu travesseiro o estariam esperando, felizes. Além de seu gato, Serafim. Serafim é um gato da raça Ragamuffin, gordo e extremamente preguiçoso, além de ser muito mau humorado a maior parte do tempo. Além disso, Serafim na maioria das vezes, ficava na sua cesta, ignorando solenemente seu dono. Flávio aliás costumava dizer que Serafim era o bichano mais antisocial que ele já tinha visto, e estava acostumado a ser desprezado por seu gato gorducho.

Por isso, quando ele está quase na saída da boate e esbarra com força no homem à sua frente, ele jamais poderia imaginar que sua sorte estava para mudar. Após uma conversa no mínimo estranha com aquele homem, ele toma uma decisão arriscada, mas sem nenhuma expectativa além de uma noite prazer insano.


Ponto de vista de Flávio

Nós já estávamos a meio caminho da minha casa quando eu começo a ter dúvidas cruéis. O que é que eu estou fazendo afinal????!!! E se esse sujeito não quiser ir embora depois? E se ele for um louco assassino? Eu nunca fui o cara impulsivo que simplesmente leva um completo estranho para casa. Aliás, eu nunca fui o sujeito de ter transas de uma noite.  

- Você parece arrependido. Quer desistir? Mas eu garanto a você que não sou um psicopata assassino, tampouco um maluco. Você não me perguntou mas eu digo: meu nome é Martin. Martin Dahlgren. Eu sou advogado, solteiro, tenho meu escritório de advocacia no centro da cidade e adoro crianças. Ainda quer desistir? Pode pelo menos me dizer seu nome ou eu vou ter que adivinhar?

Droga! Agora ele conseguiu dificultar a minha vida! Mesmo que eu minta sobre meu nome, nós estamos indo para o MEU apartamento!!!! Sai dessa agora, Flávio! Mas uma vozinha traiçoeira me diz: "você quer mesmo sair dessa, ou mergulhar de corpo inteiro nele?"

- Eu...

- Bom, você tem cara de Eurípides. - Assim que ele fala isso eu me viro feito um raio olhando para ele, confuso.

- O quê??!!

- Então não é Eurípedes. Eu sabia! Só queria mesmo chamar sua atenção. Parece que consegui. Seus pensamentos estão concorrendo comigo agora. Parece que vou precisar me esforçar mais para que você me note. - E ele sorri para mim, com aquelas covinhas tentadoras. Droga! Ele definitivamente não precisa se esforçar em nada!!!! 

- Martin...

- Esse sou eu. A não ser que você também se chame Martin, mas eu duvido muito. Quem sabe... Frej?

Turbilhão (Livro 4 da Série Akai ito)Onde histórias criam vida. Descubra agora