Turbilhão (Livro 4 da Série Akai ito)

O grande carvalho

Ponto de vista de Afonso

Desde o dia em que Benjamin foi encontrado por Seiji, parece que vivemos num sonho. Bem, às vezes num pesadelo, porque Alessio se tornou um enorme pé no saco. Com as melhores intenções, mas ainda assim, um pé no saco, seguido de perto por Bernardo que ligava TODOS OS DIAS para saber como ia o processo de adoção e quando Ben teria alta do hospital porque ele e Miguel viriam para que Ben pudesse conhecer os "tios legais". Nem preciso dizer que Alessio e Bernardo brigaram... Por sorte, Iori, Daichi, Kazumi e Ichiro não estavam presentes para ouvir os disparates de meus irmãos. Mas Maja estava e, como sempre, caiu na gargalhada.  

Nossa casa virou um "canteiro de obras". Daichi e Arthur invadiram para tirar todo e qualquer objeto perigoso para Ben. instalaram travas de gavetas, grade na entrada da cozinha, telas nas janelas, fixaram as estantes nas paredes. Era uma lista enorme. E Daichi e Arthur fizeram questão de checar item por item da lista para que nada ficasse esquecido. Seiji estava quase enlouquecendo com o barulho da furadeira. Por isso o levei para dar um passeio na praia. Ele, sempre calmo e controlado, andava com os nervos à flor da pele por causa da hospitalização de Ben e o processo de adoção. Caminhamos em silêncio e nos sentamos na areia, abraçados, contemplando o mar. Ficamos assim um bom tempo, antes de finalmente voltarmos para casa.

Alessio me arrastou para uma joalheria e me fez comprar as alianças. Não que eu não quisesse isso, mas me sentia puxado por uma locomotiva sem freios. Depois disso, Alessio ainda me atropelou, fazendo uma reserva em um restaurante japonês para eu fazer o pedido a Seiji. O que eu não sabia é que Alessio havia armado e convidado o escritório inteiro, os Sato, os Yasuda, os Cheng, os Moretti e Pascale, além da mãe, que veio escondido só para me ver pedindo Seiji em casamento. 

Então, quando eu me ajoelhei diante de Seiji com  o par de alianças na mão, eu estava bastante atordoado. Na verdade, eu queria ter feito isso à sós com ele, em casa. Eu teria cozinhado para ele e feito o pedido de forma íntima e romântica, como devia ser. Até porque, minha vontade era vê-lo usando nada além da aliança que eu coloquei em seu dedo. Mas meu Seiji é tão fantástico que pareceu adivinhar isso, e quando chegamos finalmente em casa, ele tirou a roupa toda e, me olhando de forma sedutora, me mandou ajoelhar...

Eu consegui a licença de casamento em quatro dias e, em uma semana, nós nos casamos no civil. Arthur, Daichi, Maja e Alessio foram nossas testemunhas. Mas eu sei do desejo de Seiji de se casar em uma cerimônia como a de meu irmão ou a de Daichi e Arthur. E nada me fará mais feliz do que dar a ele o casamento de seus sonhos. Aliás, Alessio já me confidenciou que quer pedir a princesa em casamento. Um cerimônia dupla não seria de todo ruim, se Maja e Seiji aceitarem. 

Duas semanas depois de Benjamin chegar em nossas vidas, ele finalmente veio morar conosco. E graças à ajuda de todos, a casa estava pronta para ele, já que nossos corações estavam prontos há muito tempo. O que nós não esperávamos era que o pessoal do escritório estivesse na entrada no hospital para conhecer Ben. 

E no dia seguinte, Bernardo, Miguel e a mãe estavam conosco. A mãe ficou conosco e Bernardo e Miguel, que deviam ficar com Alessio e Maja, depois de cinco minutos, foram buscar suas coisas porque não queriam sair de perto do pequeno Ben. Não preciso dizer que Alessio e Maja invadiram nosso apartamento e que Bernardo e Alessio resolveram brigar por quem era o tio mais legal. 

Recebemos visitas da família de Seiji, os pais dele completmente apaixonados por nosso Ben. Iori e Júlia também vieram e, pela primeira vez, Fuyuki e Ben se encontraram. Os Sato também vieram em peso e Hayato, como sempre, colou em nós. Eu ainda não contei a Seiji, mas assim que vi os bebês juntos comecei a sonhar em tê-los conosco em atividades aqui em casa. Precisamos comprar um carro maior...