Despedida de solteira

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Sexta-feira

Ponto de vista de Afonso

Alessio eu e Seiji, deixamos a mãe no aeroporto agora de manhã, para voltar para casa. Maja estava de plantão e não pode ir. Lágrimas de saudades ameaçavam rolar. Foram muitos abraços e promessas de um novo encontro em breve.

Infelizmente, antes de embarcar, ela me fez prometer resolver meus problemas com Enzo de uma vez, por isso eu liguei para ele e marquei um encontro na hora do almoço. Alessio e Daichi estão inconformados e bolando os planos mais loucos para se livrarem dele, enquanto Seiji teme que eu vá socá-lo. Mas uma promessa feita à mãe, eu jamais pensaria em descumprir. E não, eu não vou socá-lo.

A hora do almoço chega, me deixando com o estômago embrulhado. Seiji quis ir comigo, mas felizmente foi impedido por Daichi, com a desculpa de que precisa de ajuda com a papelada. Sigo então para o restaurante, onde Enzo já me espera. Desta vez, ele não tem a mesma aparência zombeteira quando me vê. Parece apenas... cansado, derrotado.

- Olá, primo.

Como? Ele egora está me chamando de primo? E sem nenhum sarcasmo? Confesso que vim preparado para me desculpar, mas também para me defender de comentários irônicos que achei que ele faria.

- Olá, Enzo. Vamos nos sentar?

- Claro.

Nos sentamos à uma mesa no canto do restaurante para podermos conversar mais à vontade. Ele realmente perdeu o ar de sarcasmo. Recebemos o menu e escohemos rapidamente. Na verdade, eu estou completamente sem apetite. A única coisa que eu quero é resolver a situação de uma vez por todas. Ainda mais agora que eu sei que ele é família e que estaremos fadados a nos encontrar. Com os pedidos feitos e nenhuma outra desculpa para protelar a conversa, eu resolvo começar a falar.

- Enzo, eu antes de mais nada, queria pedir desculpas por meu comportamento na casa de seus pais.

- Não, Afonso, que deve pedir desculpas sou eu. Desde que nos conhecemos que eu percebi que você é uma pessoa sincera. Permita-me ser sincero com você: eu não menti quando disse que não correria atrás de Seiji. Entretanto, a surpresa de saber sobre nosso parentesco me fez sucumbir à tentação de provocá-lo. Além disso, Seiji já deixou claro que ama você. Podemos começar do zero? E desta vez você tem a minha palavra de que não haverá mais comentários ou brincadeiras a este respeito.

Eu realmente acreditava nele. Não quero me gabar, mas sou alguém com bons instintos em relação ao caráter das pessoas. E eu sei que ele tem um bom caráter. Mais um motivo para crer que o que ele me dizia era a verdade.

- Eu acredito em você, Enzo. E sim, podemos começar do zero. Muito prazer, primo.

O aperto de mão é caloroso, bem como o sorriso que trocamos. Na verdade, eu tenho vontade de fazer com ele o que eu faço com meus irmãos, e agora os outros primos. Então, sem me controlar eu digo.

- Diz aê se não foi a zia Sofia que fez você me pedir desculpas?

Ele começa a rir.

- Bem que o Fernando me disse que era bom ser um Ducatti, que a zoeria não tem fim! Claro que ela falou comigo. Ela não seria minha mãe se não falasse. Mas eu já ia procurar você. E peço perdão pelo comentário depreciativo sobre você ser meu parente. Mas agora me diz: a zia Sílvia fez a mesma coisa com você...

Turbilhão (Livro 4 da Série Akai ito)Onde histórias criam vida. Descubra agora