Incêndio pós-karaokê

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Ponto de vista de Philip

Eu mal podia esperar para chegarmos em casa. Se Daichi não tivesse nos segurado, nós já estaríamos longe do karaokê. Eu adoro karaokê, mas quase uma semana sem poder tocar e ser tocado por Cláudio era torturante. Já que logo na segunda-feira nossos planos foram frustrados com a chegada de Maurício, eu então resolvi me preparar para ele e fazer uma surpresa.

Eu sinto que Cláudio está escondendo alguma coisa de mim. Eu que me tornei desconfiado de tudo e de todos, estranhamente não tenho desconfiancas quanto aos sentimentos dele ou à sua fidelidade. É outra coisa. Ele está tentando me proteger de algo ou alguém. De Maurício? Mas eu não disse a ele que Maurício é o cara que aprontou comigo na escola. Como ele poderia saber? Eu não posso subestimar Cláudio, afinal, ele foi da polícia e parece ter um excelente instinto para o comportamento humano. Mas se eu contar, será que ele vai conseguir se manter profissional e continuar trabalhando com Maurício? Não é porque ele foi um cretino quando adolescente que ele seja uma pessoa mau caráter ou um mau funcionário agora. As pessoas amadurecem e se modificam. Pelo menos esta deve ser a meta do ser humano.

Eu também estou chateado pelo que fizeram com Breno. Ele é um cara legal e não merece isso. Desde que ele começou a trabalhar conosco, que tem se mostrado um funcionário de inteira confiança. Breno tem uma história de vida sofrida. É órfão e não tem irmãos. Ele cresceu em um orfanato e batalhou muito para fazer uma faculdade e se formar. Quando David e eu descobrimos que ele morava num quartinho alugado e estava lutando por sua sobrevivência, nós tratamos de ajudá-lo. 

Ele agora vive num pequeno apartamento próximo ao trabalho. O apartamento foi o primeiro imóvel que comprei com meu salário. Acabei depois comprando e me mudando para outro apartamento um pouco maior, também na vizinhança. David e eu pedimos a ajuda de Daichi para decorar o lugar e torná-lo mais parecido com um lar. Mas Breno não precisa saber disso. O que ele sabe é que o apartamento vem vinculado ao contrato de trabalho dele. E isso basta.

- Amore mio, está pensando em quê?

- Em Breno.

- E eu achando que estava pensando em mim e no que vamos fazer quando chegarmos em casa... - Ele está com o olhar fixo em meu pescoço, mais especificamente onde ele me marcou. Isso foi tão sexy...

- Nisso também.

- Philip, amore, eu preciso fazer uma pergunta.

- O que houve, Cláudio?

- Tem alguma coisa que eu precise saber sobre Maurício, além do fato dele ser seu antigo colega de escola?

- Como assim?

- Eu quero saber se ele alguma vez fez algo de caráter duvidoso.

- Ilegal, você quer dizer?

- Não necessariamente.

Acabamos de chegar ao meu apartamento. Eu definitivamente não quero pensar em Maurício agora!

- Podemos falar sobre isso depois? Eu prefiro que nos concentremos em nós dois agora. Eu não estava brincando quando disse que queria você dentro de mim.


Ponto de vista de Cláudio

Meu instinto me diz que Philip esconde algo de mim e o fato dele não querer dizer o quê, me faz suspeitar ainda mais de Maurício. Mas agora ele está olhando para mim como olhou no karaokê, cheio de desejo e de fome. Sem se fazer de rogado, ele me agarra e começa a me beijar assim que entramos no apartamento dele. Murmurando um "saudades" contra meus lábios, ele continua me beijando, tocando e tirando minha roupa enquanto me guia para seu quarto.

Turbilhão (Livro 4 da Série Akai ito)Onde histórias criam vida. Descubra agora