36 - "Aceite maninho, eu estou certa como sempre"

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Eu juro solenemente não fazer nada de bom...

- O cofre só se abre com o sangue de um Black - eu me arrepiei e mamãe soltou um rosnado indignado. O duende agarrou minha mão ("ai!"), tirou uma adaga do bolso e fez um corte na minha palma; grunhi de dor, mas coloquei a mão no buraco da parede, e as portas logo se abriram, revelando mais ouro do que eu achei que existisse; o cofre deveria ter umas cem vezes a largura da minha casa, e todo o chão estava coberto com pilhas de moedas, troféus, e todo tipo de tesouro possível.

- Uau - todos dissemos ao mesmo tempo, com dificuldade de acreditar que era tudo nosso (meu no caso, mas minha família pode pegar o que quiser, então é deles também).

- Vamos - mamãe mandou, ainda maravilhada - encham as bolsas - todos os Weasleys (incluindo eu) pegamos o máximo de galeões possíveis e colocamos em nossas bolsas; obviamente, todos pegamos mais que o necessário, mas quem liga? Vai sobrar dinheiro nesse cofre no mínimo pras próximas dez gerações da família!

Saímos do cofre super sorridentes, comentando silenciosamente sobre toda a grana que temos.

Voltamos (dessa vez eu não passei mal) e seguimos pra fora do banco; Percy murmurou algo sobre uma pena nova e saiu (aleluia); os gêmeos avistaram Lino Jordan (companheiro de pegadinhas) ele me deu um abraço e uma piscadela, me fazendo rir (Lino flerta comigo desde que nos conhecemos, eu sempre levo na brincadeira e devolvo o flerte), pisquei de volta e os três foram na direção que ficava a travessa do tranco (suspeito); mamãe ia com Gina até a madame Malkin, e papai insistia em levar os pais de Mione para tomar um drinque.

- Vamos nos encontrar na floreios e borrões daqui a uma hora para comprar o material escolar, e NEM PENSEM EM ENTRAR NA TRAVESSA DO TRANCO - gritou mamãe para os gêmeos, que pararam e passaram a andar em outra direção, frustrados.

Nós, o quarteto de ouro, fomos até a florean fortescue e compramos sorvetes; eu peguei de pistache e chocolate branco, Ron de morango e creme de avelã, Harry de chocolate ao leite e Baunilha, e Mione de flocos e manteiga de amendoim; nos sentamos numa calçada próxima para comer. Estávamos apreciando os sorvetes em silêncio, apenas aproveitando a companhia uns dos outros.

- Amei seu tênis, Harry! - exclamei, ao ver que ele usava um all star cano-alto vermelho.

- Eu também adorei o seu - ele respondeu sorrindo.

- Ah nem, você também, Harry? - Rony perguntou frustrado.

- Como assim?

- Ronald prefere tenis da Nike do que all star - expliquei, nós brigamos algumas vezes por isso durante o verão kkkkkkkk.

- O QUÊ? - o moreno perguntou indignado.

- É MELHOR - Ronald devolveu.

- NADA HAVER, ALL STAR É MUITO MELHOR - Mione entrou na briga.

- Até você? - Rony perguntou em tom de decepção.

- Aceite maninho, eu estou certa como sempre, all stars são mais estilosos, confortáveis e tudo de bom! - a discussão terminou por aí, pois ele ficou sem argumentos.

Depois de comer, eu convenci eles (os irritei tanto que concordaram na força do ódio) a irem comigo na gambol & japes, comprar produtos para pegadinhas.

Encontramos Fred, George e Lino lá, que estavam fazendo um estoque de fogos filibusteiro (já que eu acabei com o estoque deles naquele dia da vingança); resolvi deixar as compras pra eles.

- Vocês vão dividir tudo que comprarem comigo, e isso não é uma pergunta - exclamei pros mais velhos, que assentiram, e segui meus amigos até de fora da loja.

Assim que saímos, eu e Harry obrigamos Ron (Mione concordou sem esforço) a ir numa loja de sapatos para comprarmos mais all star (eu quero ter de todas as cores).

Depois de cinquenta minutos perambulando pelo beco e entrando em diversas lojas, fomos até a floreios e borrões, para encontrar com a família e comprar os materiais, que são, afinal, nosso objetivo pra ter vindo aqui.

Quando chegamos a livraria, uma quantidade absurda de pessoas estava lá, se acotovelando para entrar, e nós logo descobrimos o porquê.

GILDEROY LOCKHART

autografa sua autobiografia

O MEU EU MÁGICO

hoje das 12:30 às 16:30

- Vamos poder conhecê-lo! - gritou Hermione esganiçada - quero dizer, ele é o autor de quase toda a nossa lista de livros!

A aglomeração parecia ser formada, em sua maioria, por bruxas mais ou menos da idade da minha mãe. Um bruxo de ar agitado estava ao lado da porta, dizendo:

– Calma, por favor, minhas senhoras... não empurrem, isso... cuidado com os livros, agora...

Nos esprememos para entrar na loja. Uma longa fila seguia até o fundo, onde Gilderoy Lockhart autografava seus livros. Cada um de nós apanhou um exemplar de Livro padrão de feitiços, 2a série, e nos enfiamos sorrateiros no início da fila, onde os meus outros irmãos já aguardavam com meus pais.

- Ah, chegaram, que bom! - disse mamãe. Ela parecia ofegante e não parava de ajeitar os cabelos - vamos vê-lo em um minuto...

Aos poucos Lockhart se tornou visível, sentado a uma mesa, cercado de grandes cartazes com o próprio rosto, todos piscando e exibindo dentes ofuscantes de tão brancos.

- Acho que nunca conheci alguém com o ego e a auto-estima tão elevados quanto esse cara - sussurrei para Harry, Rony e Mione.

- Então você não se conheceu - responderam juntos, rindo.

- Ha ha ha - ri ironicamente.

O verdadeiro Lockhart estava usando vestes azul-miosótis que combinavam à perfeição com os seus olhos; seu chapéu cônico de bruxo se encaixava em um ângulo pimpão sobre os cabelos ondulados. Um homenzinho irritadiço andava apressadamente à sua volta, tirando fotos com uma máquina enorme que soltava baforadas de fumaça roxa a cada flash enceguecedor.

- Saia do caminho, você aí - rosnou ele para Rony, recuando para se posicionar em um ângulo melhor - trabalho para o Profeta Diário.

- Grande coisa - disse Rony, esfregando o pé que o fotógrafo pisou.

Depois disso eu não ouvi mais nada que ele disse, pois avistei no andar de cima um cabelo loiro platinado que eu reconheceria a kilômetros de distância; subi as escadas correndo e quando estava perto dele..

- DRACO! - joguei os braços em volta de seu pescoço, o apertando fortemente em um abraço.

- OI! - ele agarrou minha cintura e se apoiou no guarda-corpo, para não cair.

- Meu Merlin, garoto, você está gigante - exclamei ao perceber que meus olhos batiam na altura de seu queixo. Ele riu - e bonito, não posso negar - brinquei, fazendo-o abrir um sorriso malicioso; ri alto.

- Senti saudades - falou.

- É sério isso? Não vai me elogiar, não? - perguntei indignada.

- Você está linda, perfeita, maravilhosa, gata, gost...

- Opa, parou por aí! - exclamei, rindo ao perceber o que Dray ia dizer; ele riu.

- Só falei verdades - rebateu, sorrindo de orelha a orelha.

...Malfeito feito.

Outra Weasley - Harry Potter {pausada}Onde histórias criam vida. Descubra agora