88 -"Não sou eu que estou trapaceando, é Astória. Eu só dei a ideia"

60 5 40
                                    

Eu juro solenemente não fazer nada de bom...

Ao chegar no dormitório, despi o blusão do Abba e a calça jeans de cintura alta (não que eu tenha alguma de cintura baixa) que estava usando, ficando apenas com as roupas íntimas.

Fui relutantemente até o grande espelho que tinha num canto do quarto, e virei de costas, torcendo pescoço para ver meu reflexo; os ombros um pouco ossudos, as sardas e pintas grandes e escuras que contrastavam com a pele claríssima. E lá estava, na base da coluna, a grossa e disforme cicatriz que eu não sabia como tinha ido parar ali.

Não até hoje, pelo menos.

A porta se abriu; me virei e vi Hermione.

Cruzei os braços em frente ao corpo, em uma postura defensiva.

Descruzei-os ao perceber o que tinha feito.

E cruzei de novo ao me lembrar que estava só de sutiã e calcinha.

Me apressei até minha cama, tomando o cuidado de não ficar de costas para Mione nem para o espelho, vesti o blusão e sentei no colchão.

- Oi - disse finalmente.

- Oi - ela pegou um livro que estava em cima da cômoda. Respirou fundo uma vez. Duas vezes. Se sentou ao meu lado - tudo bem? Neville disse que você teve um pesadelo.

- Não foi nada.

- Já te acordei de pesadelos antes, e nunca é nada.

- Já estou bem, Mi, não se preocupe - ela espremeu os lábios um no outro. Se escutasse um pouquinho melhor, tenho certeza de que poderia ouvir a conversa que estava tendo consigo mesma. Abriu a boca e fechou-a logo em seguida. Criou coragem.

- Eu vi a cicatriz.

- Bom pra você.

- Foi com isso que você sonhou? Com o dia que ganhou ela?

- Já te falei pra não se preocupar - coloquei um ponto final na conversa. Hermione abriu e fechou a boca mais algumas vezes antes de decidir mudar pra um assunto quase pior.

- Aquela história de querer ser minha namorada já acabou, né? - perguntou com ressentimento. Deitei a cabeça no ombro dela e apertei os olhos com força.

- É, acho melhor. Ainda gosto muito de você, se vale alguma coisa.

- Vale, na verdade - se afastou um pouquinho para olhar pra mim - beijos ainda parecem uma ótima ideia - sorriu de leve. Devolvi o sorriso.

- Que bom - murmurei e lhe dei um selinho longo - desculpa por ontem, mesmo assim.

- Você anda pedindo desculpas demais, sabia disso?

- Tenho motivos demais para pedir desculpas.

- Isso nunca foi motivo o suficiente para você e seu orgulho - dei risada.

- Verdade - me levantei e fui até o banheiro - vou tomar um banho.

- Melhor mesmo, está fedendo - lhe dei o dei o dedo do meio enquanto ela ria.

***********************************************************************************************

P.O.V. Autora -- explicando Adhara, Alex e Régulus

1979

Dorcas e Marlene queriam muito ter um filho. Queriam tanto, tanto, tanto, que a vontade parecia fazer seus úteros se revirarem.

Enquanto se perguntavam se deveriam adotar, se sequer teriam permissão para adotar uma criança, Remus e Sirius aparataram na frente da casa que elas dividiam com Mary, e bateram na porta.

Outra Weasley - Harry Potter {pausada}Onde histórias criam vida. Descubra agora