96 -"Você também tem vontade de desaparecer de vez em quando?"

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Eu juro solenemente não fazer nada de bom...

- Harry - depois de horas estudando, me joguei no sofá da comunal ao lado do moreno que lia, de maneira muito focada, Jogos Vorazes - você sabe o que é sexo, né?

Ele lentamente desviou o olhar do livro para virar o rosto para mim, com uma ruga profunda entre as sobrancelhas fartas.

- Onde essa pergunta vai te levar?

- Sabe ou não?

- Se não soubesse já teria perguntado a tempos, considerando a frequência com que as pessoas mencionam.

- Justo. Faz sentido. ..Bem, você sabe que meu cérebro começa a pensar em coisas absolutamente aleatórias para me impedir de focar em estudar história da magia - ele assentiu - então, eu estava pensando; seus tios são uns babacas e nunca parariam as vidinhas miseráveis deles por tempo o suficiente para ter "a conversa" com você, portanto, se não for muito invasivo perguntar: como você descobriu?

- É extremamente invasivo perguntar - Potter garantiu, continuando antes que eu pudesse me desculpar - mas pra você eu abro uma exceção.

- Eita como me ama - ele riu de levinho - vá em frente.

- Um dia eu estava andando pela casa e passei na frente do quarto dos meus tios, e a porta estava aberta e eu vi eles fazendo sexo - deu de ombros.

- Traumatizante.

- Foi mesmo - riu de leve novamente - eles me viram; meu tio Vernon vestiu um roupão e me arrastou pelas orelhas até o armário embaixo da escada, foi a primeira vez que passei a noite trancado lá - os olhos dele estavam vidrados encarando a lareira, me deixando preocupada - no dia seguinte tia Petúnia me explicou que o que eu tinha visto eles fazendo se chamava sexo, e era algo que um homem e uma mulher que se amavam faziam, e que como minha "gente" tem que se extinguir, eu deveria sempre usar proteção, apesar de que nem precisaria me preocupar porque "nenhuma garota jamais ia querer ficar comigo mesmo" - ao final da frase, ele ergueu os olhos, arregalando-os ao repensar tudo que havia acabado de dizer - falei demais, né? - sorriu amarelo.

- Não; sabe que pode me contar qualquer coisa - peguei a mão dele, que ainda parecia inseguro com a situação - eu só queria saber como é possível alguém ter tanto mal gosto a ponto de te achar feio - Harry finalmente soltou uma risada de verdade - tipo, sério, sua tia é cega? - ele riu mais alto, jogando a cabeça pra trás e continuando a encarar o teto mesmo após ter parado de rir.

- Você realmente me acha bonito? - virou o pescoço para olhar para mim.

- Que tipo de pergunta é essa, Potter? Óbvio que acho. Todo mundo te acha bonito; você é a pessoa mais cobiçada de Hogwarts, eu inclusa.

- Nah, acho que Julia Bloom ganha disparado da gente.

- Provável - dei de ombros e continuei observando firmemente aqueles olhos da cor de esmeraldas que nunca, jamais, deixariam de ser hipnotizantes - você é realmente muito lindo, Harry; mesmo que não pense assim.

- Acho que nenhuma pessoa bonita sabe que ela é bonita. Tirando você e sua autoestima, vocês são a exceção - ri um pouquinho, antes de tornar a ficar séria.

- Eu nem sempre me achei bonita, sabe?

- Jura?

- Quando pequena eu era gorda e meio que me odiava um pouco por isso - as sobrancelhas dele se ergueram automaticamente. Depois de matutar o que dizer por alguns segundos, Harry decidiu deixar a escolha pra mim:

- Você quer mudar de assunto antes que essa conversa acabe sendo motivo de arrependimento pra nós dois?

- Arrependimento?

Outra Weasley - Harry Potter {pausada}Onde histórias criam vida. Descubra agora