56 - "É óbvio que as fotos ficaram perfeitas, com modelos como nós"

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Eu juro solenemente não fazer nada de bom...

- Como você tá? - perguntou baixinho, olhando com ódio para as pessoas que ainda nos encaravam. Respirei fundo, ainda abraçada a ele. Olhei para cima, se Draco é alto, Mike é um aro de quadribol.

- Ótima! - respondi sorrindo e me afastei - foi bom finalmente botar isso tudo pra fora - ele sorriu de lado.

- Eu tô orgulhoso de você. Lacrou demais! - eu ri - acho que suas palavras machucaram mais que os socos - a culpa por ter piorado as coisas me atingiu em cheio; eu olhei pra baixo, imediatamente decepcionada. - que foi? Ficou triste do nada.

- Eu só queria que tudo se resolvesse - suspirei dramaticamente - Dray pode ser um idiota, mas ele é meu amigo, e me ajudou muito com uns problemas que tive durante as férias - Mike levantou uma sobrancelha - é complicado, depois te explico. Eu achei que ele estava finalmente vendo ideologia sangue purista como a coisa desprezível que é, achei que ele queria conversar comigo pra ficarmos bem, e aí ele vem com essa de "bruxos são melhores do que trouxas e nascidos-trouxas". Eu só não entendi o que aconteceu. O pior de tudo é que se eu tivesse me segurado e não feito nada aquele dia no quadribol, nada teria acontecido e estaria tudo lindo. Por que eu tenho que ser tão.. explosiva? - desabafei. Puta merda! A 2 minutos eu estava bem e super feliz, por que cérebro? Precisava dessa culpa? Agora?

Quando eu terminei de falar meus olhos estavam ardendo. Caralho, parece que eu só choro, por Merlin! Não vou chorar, nananinanão. Olhei pra cima, respirei bem fundo, finquei as unhas na palma da mão, para a dor me distrair da tristeza (funcionou), e tentei me localizar na situação. Acabou que Michael sentou na grama, comigo ao seu lado, quando eu estava falando; nem tinha percebido. Agora ele tá me olhando como se eu fosse desabar a qualquer momento, o que não é mentira, mas não vai ser aqui nem agora, vai ser mais tarde, quando eu estiver sozinha.

- Terminou? - assenti - então levanta a cabeça, princesa, se não a coroa cai - eu ri.

- Ok - arrumei a postura, levantei os ombros e o queixo, e coloquei um sorriso no rosto. Pior que funciona! Depois de um minuto eu já me sentia muito mais confiante.

- Melhor?

- Muito - falei - tem alguma explicação pra isso? - perguntei chocada.

- Tem - ele deu risada - sabe quando dizem que as emoções afetam a comunicação? - assenti - na verdade o contrário também é assim. Sua linguagem corporal afeta seus sentimentos - franzi a testa - eu sei, é confuso - ele riu.

- Onde aprendeu isso?

- Num livro que minha mãe me obrigou a ler. É chato pra uma porra, mas tem umas dicas boas - ele deu de ombros. Repeti o ato, Mike e eu temos gostos muito parecidos quando se trata de literatura, se ele não gostou, eu provavelmente não vou gostar. Mas, de qualquer maneira, eu tenho muitos livros pra ler, colocar mais um na lista seria suicídio cerebral.

- Vamos continuar a caminhada? - perguntei, me lembrando do porquê de estarmos no jardim.

- Ah é. Vamos - andamos por todo o terreno de Hogwarts, e quando tínhamos andado tudo, fomos pra floresta proibida. Eu tive que prometer fazer o dever de casa de transfiguração do Michael pra convencer ele a entrar comigo, aff.

Depois de alguns minutos andando, encontramos uma árvore com várias flores delicadas e lindas, e uma garotinha mais delicada e linda ainda, Luna Lovegood.

Ela vestia uma jardineira cheia de flores, provavelmente pintadas pela própria garota, uma blusa azul, os clássicos brincos de nabos e estava descalça. Também tirei os sapatos, adoro sentir a grama sob meus pés.

Outra Weasley - Harry Potter {pausada}Onde histórias criam vida. Descubra agora