35 - "ai meu Merlin, Harry só se mete em encrenca mesmo"

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Eu juro solenemente não fazer nada de bom...

- Aqui está, Harry - mamãe aproximou o potinho de Harry - vá na frente, querido - o moreno estava olhando dela para Rony e de Rony pra ela com uma cara de confusão memorável.

- Harry nunca viajou com pó de flu antes, mãe - Ronald explicou.

- Então vai na frente, assim ele vê como se faz - mamãe pediu para o Percy.

Percy entrou dentro da lareira e apanhou o pó esverdeado, dona Molly nos empurrou um pouco pra trás, para não sermos atingidos pelas chamas.

- Beco diagonal - o ruivo falou claramente, e jogou o pó de flu no chão da lareira, que se iluminou com chamas verdes que o cobriram e o fizeram sumir dali, assustando Harry.

- Viu só? - minha mãe perguntou - é muito fácil, querido, venha - o empurrou suavemente pelos ombros - vamos, querido, pode entrar. Cuidado com a cabeça - Harry abaixou a cabeça - isso mesmo, agora pegue o pó de flu - estendeu o pote pra ele, que pegou o pó - isso, muito bem. E não se esqueça de falar com bastante clareza - o moreno assentiu, tremendo que nem vara verde.

- Biboca diagonal - exclamou, errando por causa do nervosismo.

- O que foi que ele disse?

- "Biboca diagonal" - respondi rindo - ai meu Merlin, Harry só se mete em encrenca mesmo - Ron riu comigo, lembrando do ano letivo - que bom que dessa vez não levou a gente junto - pisquei um olho marotamente, fazendo-o rir mais ainda.

Logo no apressamos a ir até o beco, torcendo para o garoto não ter ido muito longe.

Saímos caminhando apressadamente, procurando Harry entre as pessoas; depois de alguns minutos, que pareceram uma eternidade, avistamos Hagrid (o que não foi difícil, já que ele tem no mínimo o dobro do tamanho de uma pessoa normal) acompanhado de Harry e...

- MIONE! - gritei, correndo até a morena.

- MADDIE! - ela também se apressou na minha direção. Nos abraçamos com força, e acabamos caindo no chão, devido ao impacto; ao nos levantarmos, prestamos mais atenção uma na outra. Hermione estava vestida com uma calça jeans e um moletom  bege, seus cachos estavam mais definidos e os cabelos mais compridos do que da última vez que a vi, o corpo dela estava começando a se desenvolver, mas as poucas diferenças juntas a deixaram ainda mais bonita do que já era. Ela também estava me analisando, sorridente.

- Você está linda - exclamamos juntas, e logo começamos a rir. Depois de uma troca de elogios e mais um abraço (o que aconteceu em poucos segundos, já que nós duas falamos absurdamente rápido) corremos até a porta do Gringotes, alcançamos mamãe e Ginny, e continuamos correndo até onde todos nos esperavam.

- Onde foi que você saiu? - ouvi Rony perguntar.

- Na Travessa do Tranco - informou Hagrid de cara feia.

- Que ótimo! - exclamaram Fred e George juntos.

- Nunca nos deixaram entrar lá - comentou Rony invejoso.

- Ainda bem - rosnou Hagrid.

Mamãe aproximava-se correndo (eu e Mi ultrapassamos ela na metade do caminho), a bolsa balançando loucamente em uma das mãos, Gina agarrada à outra.

– Ah, Harry, ah, meu querido, você podia ter ido parar em qualquer lugar... - tomando fôlego ela tirou uma grande escova de roupas da bolsa e começou a escovar a fuligem do moreno. Papai apanhou os óculos quebrados dele, deu lhes uma batida com a varinha e os devolveu, como se fossem novos.

- Como você sempre consegue quebrar o óculos, hein Harry? - perguntei e soltei uma risadinha.

- Bom, tenho que ir andando - disse Hagrid, cuja mão era apertada pela minha mãe ("Travessa do Tranco! Se você não o tivesse encontrado, Hagrid!") - vejo vocês em Hogwarts! – e o guarda-caça se afastou a passos largos, a cabeça e os ombros mais altos do que os de todo mundo na rua cheia.

- Adivinhem quem eu encontrei na Borgin & Burkes? – perguntou Harry a mim, Rony e a Hermione enquanto subíamos as escadas do Gringotes - Malfoy e o pai dele - travei com a menção de Draco, nenhum deles sabe da nossa amizade, e com certeza vão ficar putos quando souberem.

- Lúcio Malfoy comprou alguma coisa? - perguntou meu pai sério, logo atrás de nós.

- Não, ele estava vendendo.

- Então está preocupado - comentou com cruel satisfação - ah, eu adoraria pegar Lúcio Malfoy por alguma coisa...

- Tenha cuidado, Arthur - disse mamãe com severidade quando éramos cumprimentados pelo duende à porta do banco - aquela família significa confusão. Não abocanhe mais do que você pode mastigar.

- Então você não acha que sou adversário para o Lúcio Malfoy? - respondeu papai indignado, mas foi distraído quase no mesmo instante pela visão dos pais de Mione, que estavam parados nervosos no balcão que ia de uma ponta a outra do saguão de mármore, esperando que ela os apresentasse - mas vocês são trouxas! - exclamou encantado - precisamos tomar um drinque! Que é que têm aí? Ah, estão trocando dinheiro de trouxas. Molly, olhe! - ele apontou animado para as notas de dez libras na mão do Sr. Granger.

– Te encontro depois – falei a Hermione quando fomos conduzidos aos cofres subterrâneos por outro duende de Gringotes. Chegava-se aos cofres a bordo de vagonetes pilotados por duendes, que os manobravam em alta velocidade por trilhos de bitola estreita através dos túneis subterrâneos do banco.

Eu achei bem legal, é como voar numa vassoura, só que ainda mais rápido; mas a diversão não me impediu de ficar enjoada, e quando paramos na frente do cofre de Harry, eu fiquei com ânsia de vômito, saí do vagão apressadamente e me abaixei, tentado respirar fundo e não botar o café da manhã pra fora. Percebendo minha situação, Ron tratou de se levantar e segurar meu precioso cabelo; depois de uns segundos tensos, o enjoo passou e graças a Merlin eu não vomitei.

Ao ver que eu estava bem, Harry entrou em seu cofre cheio e encheu a bolsa de couro com moedas douradas; depois o duende nos levou até o meu cofre.

Quando chegamos, havia um buraco na parede, com formato de mão; eu olhei interrogativamente para o duende.

...Malfeito feito.

Outra Weasley - Harry Potter {pausada}Onde histórias criam vida. Descubra agora