92 -"Sou eu, quatro-olhos"

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Eu juro solenemente não fazer nada de bom...

A porta do hospital se escancarou naquele momento. Imundos e encharcados, os demais jogadores da Grifinória chegaram para ver Harry.

- Incrível aquele vôo, Harry - disse George.

- Acabei de ver Marcos Flint berrando com Draco. Estava falando alguma coisa sobre ter o pomo sobre a cabeça e nem notar. Draco não parecia muito feliz - Fred acrescentou.

Os jogadores tinham trazido bolos, doces e garrafas de suco de abóbora que arrumaram em volta da cama de Harry e davam início ao que prometia ser uma festança, quando Madame Pomfrey apareceu como um tufão, gritando:

- Esse menino precisa de descanso, precisa fazer crescer trinta e três ossos! Fora! FORA!

Todos saíram correndo porta afora, deixando Harry sozinho.

Várias horas depois, a porta da enfermaria abriu e fechou sozinha.

Dentro de 10 segundos de alerta, Harry sentiu um cutucão no braço esquerdo, que o fez dar um pulo.

- Sou eu, quatro-olhos - a voz de Madeline respondeu - onde está Madame Pomfrey?

- Já saiu faz tempo - tirando o pano de cima de si, ela sorriu para garoto de olhos verdes como esmeraldas.

- Me dei a liberdade de pegar a capa no seu baú, espero que não se incomode - Harry abriu um sorriso brilhante.

- Nem um pouco - Maddie dobrou cuidadosamente a capa e a colocou sobre a mesinha de cabeceira, logo antes de cutucar as costelas do moreno com o dedo - ai! Qual é?

- Chega pra lá! - empurrou ele com os braços e se deitou ao seu lado na pequena e desconfortável cama - desculpe a demora, Lilá me chamou pra discutir uma coisa dos uniformes, daí tive que fazer tarefa de feitiços, e lembrei que precisava tomar banho..

- Não tem problema - e, o mais discretamente que pôde, ele inclinou a cabeça e cheirou o próprio corpo, fazendo ela rir.

- Você não está fedido, não se preocupe - garantiu, ainda risonha. Harry riu também.

Correndo as pontas dos dedos pelo braço molenga do Potter, ela perguntou:

- Ainda está doendo?

- Não muito, só um incomodo esquisito, como se estivesse cheio de pó.

- Sabia que os trouxas as vezes traficam drogas dentro dos corpos? - ele negou com a cabeça, arregalando os olhos - Li um caso de uma mulher que foi pôr silicone nos peitos com um moço suspeito e, quando chegou em casa, foi atacada por dois caras que abriram os peitos dela e tiraram sacos de cocaína - as sobrancelhas de Harry haviam sumido sob o cabelo rebelde.

- Caramba.

- Pois é.

- Tia Petúnia quis colocar silicone uma vez, mas tio Vernon disse que ela não podia. Acho que não queria que os peitos dela ficassem maiores que os dele - Mads caiu na gargalhada, ignorando a voz na cabeça dela que dizia que aquilo era gordofobia, e Harry a acompanhou, deitando a cabeça nos travesseiros e rindo como não fazia a muito tempo.

Eles riram até a barriga doer, chegando a um ponto que mal se lembravam mais de porque estavam rindo.

Limpando as lágrimas do canto dos olhos, ela se aconchegou mais nele, entrelaçando sua mãos.

- Você é incrível, Harry. Muito incrível. Nunca se esqueça - ele sorriu.

- Por que isso do nada?

- Algumas pessoas esquecem - deu de ombros, cravando os olhos nos dele.

- Você é uma delas - adivinhou. Ela sorriu sem graça.

Outra Weasley - Harry Potter {pausada}Onde histórias criam vida. Descubra agora