50 - "Mi, ele não tinha a menor ideia do que estava fazendo..."

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Eu juro solenemente não fazer nada de bom...

- Por outro lado - o professor continuou - as srtas Slytherin e Black não tiveram ao menos uma resposta certa, onde estão as duas? - ele olhou pela sala, procurando por nós; Adhara levantou a mão, mas eu fiquei quieta - quem é você?

- Adhara Black - respondeu.

- E onde está a senhorita Slytherin? - todos olharam pra mim, que me fiz de desentendida; agora pensando bem, não vale apena pegar uma detenção por zoar o Lockhart. O que é isso, Madeline? Você é uma mulher ou um saco de batatas? Criei coragem e levantei a mão - detenção para as duas! Limpar a sala de troféus! E agora, ao trabalho... - virou-se para a mesa e depositou nela uma grande gaiola coberta - fiquem prevenidos, é meu dever ensiná-los a se defender contra a pior criatura que se conhece no mundo da magia, vocês podem estar diante dos seus maiores medos aqui nesta sala. Saibam que nenhum mal vai lhes acontecer enquanto eu estiver aqui. Só peço que fiquem calmos.

Sem querer, Harry se curvou para um lado da pilha de livros que erguera para dar uma olhada melhor na gaiola. Lockhart colocou a mão na cobertura. Dean e Seamus pararam de rir agora. Neville se afundou em sua carteira na primeira fila.

- Peço que não gritem - recomendou Lockhart em voz baixa - isso pode PROVOCA-LOS - gritou. Hipócrita. Lockhart puxou a cobertura com um gesto largo.

- Sim, senhores - disse teatralmente - diabretes da Cornualha recém-capturados.

Seamus não conseguiu se controlar, deixou escapar uma risada pelo nariz que nem mesmo Lockhart poderia confundir com um grito de terror.

- Que foi? - ele sorriu para Seamus.

- Bem, eles não são... não são muito... perigosos, são? - engasgou-se o menino.

- Não tenha tanta certeza assim! - disse Gilderoy, sacudindo um dedo, aborrecido, para Finnigan - esses bandidinhos podem ser diabolicamente astutos!

Os diabretes são azul-elétrico e tem uns vinte centímetros de altura, os rostos finos e as vozes tão agudas que parece um bando de pássaros fazendo algazarra. No instante em que a cobertura foi retirada, eles começaram a falar e a voar de maneira rápida, a sacudir as grades e a fazer caras esquisitas para as pessoas mais próximas.

- Certo, então - disse Lockhart em voz alta - vamos ver o que vocês acham deles! – e abriu a gaiola.

Está um pandemônio. Os diabretes dispararam em todas as direções como foguetes. Dois deles agarraram Neville pelas orelhas e o ergueram no ar. Vários outros estão voando direto pelas janelas fazendo cair uma chuva de estilhaços de vidro no canteiro. Os outros se puseram a destruir a sala de aula com mais eficiência do que um hipogrifo desembestado. Agarraram tinteiros e salpicaram a sala de tinta, picaram livros (ai que dor! Por que os livros? Não deveriam estragar os livros!) e papéis, arrancaram quadros das paredes, viraram a cesta de lixo, pegaram as mochilas e livros (por que livros de novo?) e os atiraram contra as vidraças quebradas; em poucos minutos, metade da classe estava abrigada embaixo das carteiras e, Neville, pendurado no teto pelo lustre de ferro.

– Vamos, vamos, reúnam eles, reúnam eles, são apenas diabretes - gritou Lockhart. Ele enrolou as mangas, brandiu a varinha e berrou: 

- Peskipiksi Pesternomi!

As palavras não produziam efeito algum; um dos diabretes se apoderou da varinha e atirou-a também pela janela. Gilderoy engoliu em seco e mergulhou embaixo da mesa, escapando por pouco de ser esmagado por Neville, que despencou um segundo depois quando o lustre cedeu. A sineta tocou, e todos se apressaram para a saída. Eu parei a porta e olhei pra Harry, Rony e Hermione, que vinham logo atrás de mim. Parar foi uma péssima escolha, pois Lockhart nos chamou.

- Bem, vou pedir a vocês que enfiem rapidamente os restantes de volta na gaiola - e, passando por nós, fechou a porta depressa.

- Dá para acreditar? - rugiu Rony quando um dos diabretes restantes lhe deu uma dolorosa mordida na orelha.

- Ele só quer nos dar uma experiência direta - disse Hermione, imobilizando dois diabretes ao mesmo tempo com um Feitiço Congelante e enfiando-os de volta na gaiola.

- Direta? - disse Harry, que estava tentando agarrar um diabrete que dançava fora do seu alcance dando-lhe língua.

- Mi, ele não tinha a menor ideia do que estava fazendo... - argumentei.

- Bobagem. Você leu os livros dele, vê só todas as coisas incríveis que ele fez...

- Que ele diz que fez - murmurou Rony.

Usando o feitiço congelante (só eu e Mione, porque os garotos não se deram ao trabalho de aprende-lo) colocamos os diabretes de volta em seu devido lugar e saímos correndo da sala.

Passamos o almoço inteiro reclamando do Gilderoy, com Gina, Adhara, Parvati, Lilá, Dean e Seamus rindo da nossa cara.

Depois fomos pra aula de feitiços; a varinha quebrada de Rony voou da mão dele e atingiu o professor Flitwick na cara, bem entre os olhos, onde um furúnculo verde e nojento se formou, de maneira que fomos liberados mais cedo ("Boa, Ron!").

Fui a biblioteca procurar um livro para ajudar Adhie com a ansiedade. Apesar da dificuldade de confiança, ela até que se enturmou muito bem!

Achei apenas um pequeno livro, com dicas de como parar uma crise de ansiedade. (Nota da autora: a dica e explicação que vocês vão ver a seguir são reais e funcionam, então podem ajudar muita gente)

1. Respiração:

O primeiro passo é fazer a pessoa respirar melhor. Basicamente, deve faze-lo focar na própria respiração, e diminuir a velocidade, acompanhando a da pessoa que está ajudando (no caso, a sua). Quando funcionar ou se não funcionar, vá direto para:

2. A técnica dos 5 sentidos

Peça para o ansioso lhe dizer:

* 5 (cinco) coisas que pode ver

* 4 (quatro) coisas que pode ouvir

* 3 (três) coisas que pode tocar

* 2 (dois) cheiros que está sentindo

* 1 (um) gosto que está na boca

Explicação:

Quando alguém está tendo uma crise de ansiedade, a pessoa está "presa" nos próprios pensamentos, medos, receios, etc; então se faze-lo focar no mundo ao seu redor, e no que está acontecendo fora de sua mente, a crise passa.

Incrível! Agora eu só espero que funcione, foi a única coisa que achei. Anotei em um bloquinho de notas e o guardei no meu dormitório, na gaveta da mesinha de cabeceira.

Passamos o resto da tarde nos jardins.

De noite, tomei um banho de banheira bem quente e me deitei.

Fui assombrada por pesadelos.

...Malfeito feito.

Outra Weasley - Harry Potter {pausada}Onde histórias criam vida. Descubra agora