— Você sabe que, eventualmente, alguém vai perceber que você não está em sua cama e virá procurar.
Faltava um quarto para a meia-noite.
— Provavelmente. Especialmente enquanto eu ainda estiver dividindo o quarto com o Ron. Você deveria pensar em algo convincente. — Potter estava com a cabeça desgrenhada e com os pés de meia. Ele estava positivamente adorável.
Severus apenas revirou os olhos. Potter se aproximou da beira da cama.
— Eu não vou contar a ninguém — disse ele. — Não quero que você seja demitido.
— Demitido? Potter, eu seria enforcado pelo que fiz com você. — O que eu quero fazer com você.
— Você poderia ser enforcado por todo tipo de coisa.
Isso, Severus supôs, era verdade.
Levantou-se abruptamente da beira da cama, forçando Harry a dar um passo para trás, e então colocou a mão em seu peito e deu-lhe um leve empurrão. Ignorou a respiração suave e aguda que saiu da boca de Potter quando ele o tocou e se virou para a cama, apontou a varinha para ela e a transformou em um par de poltronas. Em seguida, sentou-se em uma delas e fez um gesto para a outra.
— Precisamos conversar — disse ele. Harry ficou corado de escarlate.
— Eu, ah, realmente não quero falar sobre isso.
— Sente-se.
Ele se sentou.
Cruzando os tornozelos, ele colocou as mãos entre os joelhos e fixou os olhos no chão, parecendo extremamente desconfortável.
— Tudo bem, Potter — começou Severus, olhando para a mecha de cabelo no alto de sua cabeça. — Entendo que você sinta que não pode falar com mais ninguém sobre isso. — Ele fez uma pausa. — Potter, olhe para mim.
Harry não olhou. Ele manteve os olhos no chão, os ombros encolhidos protetoramente para cima e para dentro.
— Potter. — Um pouco mais de comando em sua voz dessa vez, e os olhos de Harry se arregalaram, parcialmente obscurecidos pelos cílios.
— O quê? — perguntou ele, e abraçou os braços, sua voz pouco mais do que um suspiro. Vulnerável. Era insuportável, mas tinha de ser feito.
Severus suspirou. — Você quer se sentir bem cuidado, certo?
Harry voltou a se ruborizar. — Não, não quero — respondeu ele. — Ser "cuidado". O que isso quer dizer? — Sua voz estava cheia de desprezo. Cuidar.
— Permita-me reformular — disse Severus, fazendo uma pausa, e entrelaçou os dedos. — Você deseja abrir mão do controle. — Ele esperou que o garoto acenasse com a cabeça. — Para mim. — Dessa vez, ele permaneceu em silêncio até que Harry lhe respondesse verbalmente, embora isso tenha saído como um sussurro.
— Sim.
— Você quer se colocar em minhas mãos e à minha mercê. Metaforicamente, é claro. — Harry se mexeu nervosamente e voltou a olhar para o chão. Seus dedos dos pés se enrolaram dentro das meias.
— Sim — disse ele.
— Você deseja ceder a responsabilidade para mim. — Harry entrelaçou os dedos com força no colo e acenou com a cabeça uma vez. — Você confia em mim, Potter?
Harry olhou para cima novamente e, em seguida, imediatamente para baixo.
— Eu... sim — disse ele. Severus deu um pequeno tsk.
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Pacify | Snarry
FanfictionPacificar: 1. Acalmar a raiva ou a agitação de 2. Reduzir a um estado de submissão Ele cumpriria seu dever. Salvaria Draco, se pudesse. Protegeria os alunos, se e quando a escola caísse nas mãos dos Comensais da Morte. E Potter. No que lhe dizia res...