06. Pergunte

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Demorou quase meia hora para Harry dar desculpas e escapar das festividades. Luna ainda estava conversando com Trelawney, e as duas não estavam dispostas a deixá-lo ir sem presenteá-lo com uma estranha combinação de teorias da conspiração e pronunciamentos terríveis sobre seu futuro próximo e distante. Depois que ele finalmente lhes deu boa noite e conseguiu escapar sem que Slughorn o visse, ele foi direto ao banheiro masculino mais próximo e tocou seu pulso.

Pronto.

Severus estava esperando por ele no sofá, vestido em mangas de camisa. Ele não se levantou quando Harry apareceu, e Harry se moveu para ficar na frente dele, uma pequena onda de ansiedade fazendo suas pernas tremerem. Severus recostou-se no sofá como um membro da realeza e olhou para ele.

— Eu não vou deixar o seu desrespeito pela minha privacidade arruinar a minha última noite com você — ele disse calmamente. — Embora eu ainda esteja com raiva. — Harry se mexeu e cruzou as mãos atrás das costas. — Hum — Severus murmurou. — Olhe para você. Tão arrependido.

— Desculpe — disse Harry, e então, quando Severus ergueu uma sobrancelha para ele, — senhor.

Severus afastou os pés e acenou, então Harry deu um passo à frente para ficar entre suas pernas. Ele quase caiu no chão naquele momento, mas se controlou. Ele não tinha certeza do que Severus iria fazer com ele, mas parecia que não era isso, então ele ficou perfeitamente imóvel enquanto Severus tocava um dedo na gravata.

— Você está muito bonito — disse Severus, passando a ponta do dedo pela seda cor de vinho. —Posso ver por que metade da escola está ansiosa por você.

— Eles estão? — Harry respirou, outro arrepio de nervosismo percorrendo-o. Ele se meteu em problemas. Problemas ruins. Ele podia sentir isso, como uma carga elétrica. — Eu não tinha notado.

— Eu notei. — Severus fechou os dedos em volta da gravata e puxou, puxando-o para frente até que suas pernas tocassem a beirada do sofá. — Pena que nenhum deles jamais terá você. — Quando Harry não falou, Severus o empurrou para trás e ficou de pé sobre ele. — Eles irão?

— Não — Harry respondeu, sentindo o fantasma da mão de Severus em seu pescoço. — Nunca.

— Porque você é meu.

— Sim. — Harry estendeu a mão para tocar o algodão fino de sua camisa. — Sou seu. Você pode fazer o que quiser comigo. — Ele fez uma pausa. — Você poderia me punir. Por te seguir. Se você quisesse.

— Acho que você quer que eu o castigue — disse Severus, segurando seus pulsos e apertando-os com força entre os dedos. — Você é tão intrometido. Esgueirando-se por baixo daquela capa. Você deve querer algo terrível.

— Sim — disse Harry, relaxando as mãos nas mãos de Severus e olhando para ele. — Eu acho que eu quero.

Severus apertou um pouco mais forte. Apertou até que Harry soltou um daqueles sons suaves de 'oh' que ele tanto gostava. — Diga-me — ele disse.

— Eu quero hematomas.

— Isso não é específico o suficiente. Tente novamente.

Os olhos de Harry se desviaram de seu rosto e ele engoliu em seco.

— Eu quero... quero hematomas que eu possa levar comigo para a Toca — disse ele. — Os maus. Quero que durem durante todo o feriado.

— Você quer marcas que durem duas semanas? — Merlin, as coisas que ele pedia.

— Sim. — Harry aproximou os braços, puxando Severus junto com eles. — Quero olhar para eles todos os dias em que estiver fora. Quero senti-los toda vez que me movo. Sentir a quem eu pertenço. Você poderia fazer isso por mim, não poderia?

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