05. O Legado

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— Bom dia, Minerva — Albus disse alegremente. — Você tem uma pena no seu coque. Problemas com a postagem?

Minerva fez uma careta com seu tom animado. — Só correspondência para o Sr. Potter — ela disse com firmeza, empoleirando-se na beirada da mesa de frente para ele. Ela deixou a pena.

— Oh, que lindo — Dumbledore respondeu, batendo palmas. — Como ele está? Eu esperava que ele viesse me visitar em breve.

— Você esperava? — Minerva perguntou, pensando, seu demônio maquiavélico.

— Sim. Ouvi de meus companheiros que ele foi bastante impressionante durante a batalha, mas nada sobre como ele está agora.

— Oh, sim, ele foi bastante impressionante. Mas quanto a como ele está agora, temo que terei que perguntar a Severus. Se algum dia ele reaparecer.

— Ah, Severus — Albus suspirou. — Eu entendo que ele também foi bastante impressionante. Um final adequado para Tom Riddle, não acha? Sangrou até a morte de joelhos? Praticamente poético. — Ele riu levemente. — Severus sempre teve talento para o dramático. Um personagem e tanto, esse homem. — Ele olhou para Minerva como se esperasse que ela risse também. Mas ela não riu e, depois de um momento, o sorriso dele desapareceu. — Você está aqui para gritar comigo, não é? — ele perguntou, examinando-a por cima dos óculos. — Você pode achar que é uma perda de tempo, já que sou, na verdade, uma pintura. — O sorriso dele voltou e Minerva zombou e revirou os olhos.

— Devo desenterrar seu corpo por causa da gritaria, então? — ela perguntou, e então, percebendo que ele estava tentando distraí-la, fez uma careta e olhou pela janela. Ela não iria permitir que Albus a distraísse, desviasse ou a desarmasse. Hoje não. Não importa o quanto ele tentasse.

Ela falou por cima dele quando ele abriu a boca para responder.

— Albus — ela disse com firmeza. — Você sabia.

— Minha querida Minerva — Albus respondeu. — Receio que você terá que ser mais específica. Eu sei muitas coisas. Mesmo agora, no meu estado relativamente reduzido, sou praticamente uma enciclopédia. — Seus olhos brilharam. Isso a deixou com raiva. Como ele ousou piscar para ela daquele jeito, agora que ela sabia o que ele tinha feito? Como ele ousou brincar? Ele deveria ter vergonha. Encolhendo-se e pedindo desculpas em seu quadro.

Mas lá estava ele cintilante.

Ela levantou.

— Gostaria que eu fosse específica, certo? — ela exigiu. — Tudo bem. Severus Snape está dormindo com um estudante e você sabia. Você, Albus... — Ela apontou para o rosto dele. — Permitiu que um professor de Hogwarts mantivesse uma ligação sexual com um de seus pupilos. Você sabia e não fez nada para impedir. Não, menos que nada. Você facilitou isso. Você mentiu para os Governadores. Você falsificou registros. VOCÊ... — Ela parou e cerrou o punho, tentando não explodir. Ela esperava que não o fizesse, mas agora que começou, parecia impossível se conter. E por que ser educada? Albus Dumbledore, parecia-lhe, havia perdido seu direito à cortesia. — Você mentiu na minha cara — ela continuou. — Você mentiu para todos nós. Centenas de vezes. Você nos disse para confiar em você - para confiar em Severus - para fechar os olhos - mesmo quando tudo estava tão claro! Eu vi o jeito que Potter estava olhando para ele. Como eles estavam se olhando. Eu vi o que estava acontecendo com ele. Quantas vezes eu perguntei? 'O que está acontecendo com Potter? Potter está bem? Por que ele está se comportando dessa maneira? Ele não parece estar dormindo, Albus, ele não está comendo, Albus, suas aulas estão sendo afetadas, Albus. Ele não tem interesse em nada, Albus'. E o que você me disse? O que você me disse, seu mentiroso desprezível?

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