14. Excelência

472 38 2
                                    

— Eu gostaria de discutir uma coisa com você — Severus disse, enchendo um prato com torradas francesas e morangos enquanto Harry bocejava enormemente, seu cabelo despenteado e seu lábio inferior inchado em um beicinho muito perceptível. Ele dormiu bem, e depois que Severus o levou para a cama, passou a noite enrolado com a cabeça no peito de Severus. Houve alguma baba.

Um dia promissor para tentar alguma experimentação mágica.

— Isso foi muito bom e eu gostei muito, embora tenha chorado — respondeu Harry, pegando o prato que Severus lhe ofereceu com outro bocejo.

— Não, isso não — Severus riu, distribuindo seu próprio café da manhã. — Embora eu esteja feliz em ouvir isso. Achei que poderia ter exagerado um pouco com o Silentium.

— Sim, isso foi realmente assustador — respondeu Harry. — Mas quando você o tirou, fiquei bastante aliviado. — Ele começou a regar a torrada com calda. — Só ouvindo sua voz.... Caramba. Nunca senti isso antes.

— Alívio orgástico? Isso parece muito poderoso.

— Sim, foi. — Harry largou a jarra de xarope e observou Severus servir o chá em duas canecas. — Mas se não era isso, então... eu não quero que você cure minha boca? Eu gosto disso. — Ele passou a língua pela fenda e, quando Severus olhou para ele, sorriu. — E eu acho que você gosta disso. Seu pervertido sádico.

— Ah, sim — Severus respondeu. — Eu sempre gosto de ver minhas marcas em você, meu masoquista encantadoramente distorcido. Talvez mais do que seria estritamente considerado educado. — Harry riu. — Mas também não é isso, e não estou tentando fazer você adivinhar.

— O que, então?

— Bem, há duas coisas, eu suponho. Primeiro, temos uma reunião com o Ministro Shacklebolt esta tarde, e ele gentilmente concordou em realizá-la aqui em Hogwarts para livrá-lo da obrigação de aterrorizar seus Aurores uma segunda vez. — Harry largou o garfo.

— Oh, merda — ele disse lentamente. — Ele estava na porta, não estava? Enquanto você estava... oooh.

— Sim. Minerva também.

— Oh, Deus — Harry gemeu e apoiou a cabeça em uma das mãos. — Eu meio que me lembro disso. Eu estava bem. Você sabe... fora de si.

— Sim, você estava — Severus concordou. — Eu não estava permitindo que muito oxigênio chegasse ao seu cérebro, pelo que me lembro. E você não podia ver, é claro. E ele estava tão abatido que provavelmente não seria capaz de recitar seu próprio nome e data de nascimento, muito menos de tomar decisões complexas. — Você se lembra do que eu lhe disse para fazer?

— Hum... — Harry olhou para baixo e começou a cortar sua comida em pedacinhos. — Você me disse para mandá-los embora e eu... fiz uma parede.

— Sim.

— Eu acho que isso é tudo.

Severus olhou para seu próprio prato e serviu uma porção medida de xarope. Os elfos domésticos certamente não atendiam ao seu gosto. Açúcar, e açúcar, e açúcar. Embora ele achasse que gostava de pato e sanduíches de ovo. Talvez eles estivessem se alternando. — Você quis dizer 'vai se foder' nisso?

Harry estava tomando um gole quando disse isso e quase aspirou o chá. — Eu escrevi o quê? — ele balbuciou.

— Você escreveu 'vai se foder' — repetiu Severus. — Você pode olhar, se quiser. Ainda está lá. Não tenho como retirá-la, como acho que você sabe.

Harry apenas olhou para ele por um momento, e então enxugou a boca com o guardanapo e se levantou para ver. Severus recostou-se e observou enquanto ele ia até a porta, abria-a e gritava.

Pacify | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora