Severus não se preocupou em trocar de roupa, mas voltou para a cozinha ainda molhado da água do chuveiro de Harry e das lágrimas. Deixe que me acusem agora, pensou ele.
Albus, Arthur, Molly e Remus ainda estavam sentados à mesa. Esperando por ele.
— Ele está dormindo — Severus disse.
— Bom — Albus respondeu, e Remus bufou de desgosto.
Severus se virou para ele. — O que? — Ele demandou. — O que é exatamente que está enfurecendo você? A menos que você esteja com ciúmes. Talvez você quisesse o fardo insuportável de manter nosso salvador funcional, não é isso?
Remus olhou atentamente para Albus, que ergueu a mão.
— Remus, por favor, sente-se. — Remus sentou-se. O Diretor virou-se para Severus, ainda parado na porta. — Severus. — Ele sentou-se também. — Molly me disse que Harry estava angustiado quando ela foi ver você.
— Ele estava catatônico — Severus o corrigiu, com um tom de aço em sua voz.
— Aflição significativa — Albus permitiu. — Ele disse alguma coisa?
— Como tenho certeza que Molly já lhe contou, sim. Uma vez que ele começou a me responder. 'Eles vão me levar embora.' Isso é o que ele disse.
— Você o tornou dependente de você — Remus cuspiu.
Você tem razão.
— Eu não fiz tal coisa. Ele precisava de alguém — Severus respondeu de volta. — Você não pode ter as duas coisas.
— E o que você quer dizer com isso?
— Você quer que ele seja perfeitamente inocente, puro, uma criança, mas espera total independência dele? Para não precisar de ninguém? Para permanecer firme em toda essa tempestade? Sozinho?
— Ele não está sozinho — Molly interrompeu.
— Ele tem todos nós — disse Arthur. — Toda a família.
— E a Ordem — Remus disse.
— Ele se sente sozinho. Isso é o que importa.
— E o que exatamente você está fazendo por ele que não podemos? — Remus perguntou, parecendo bastante enjoado.
— Eu? — Severus começou, e então fez uma pausa, pensando, eu o coloquei para dormir. — Eu permito que ele seja fraco.
Remus zombou. — Ele não é fraco — disse ele.
Severus estava começando a ficar irritado, se é que já não estava antes. Suas roupas molhadas estavam secando lentamente, coçando, fazendo-o lembrar-se de Potter dormindo no andar de cima, molhado em sua cama. Lembrando-o de Potter tremendo e nu. Quebrando um copo na cozinha e se desfazendo em lágrimas. Recusando-se a se proteger. Buscando abuso e punição.
— Vocês, todos vocês — Severus começou calorosamente, apontando para os juízes reunidos. — Vocês se afastam da dor dele. Ela os perturba. Vocês precisam que ele seja perfeito. O perfeito e precioso Potter. Precisam demais dele para tolerar testemunhar sua dor. E sua raiva. Vocês. Se. Viram. — Ele respirou fundo. — Vocês não podem ficar com ele no escuro. Vocês recusam. Vocês correriam se pudessem realmente vê-lo.
— E o quê? — Remus gritou de volta para ele, zombando. — Você, Severus Snape, grande herói trágico? Só você pode dar a ele o que ele quer?
—O que ele precisa — Severus sibilou.
— Você acha que é o único que sofreu, é isso? Você acha que só você pode entendê-lo? — Remus estava recostado na cadeira agora, sua linguagem corporal desdenhosa.
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Pacify | Snarry
FanfictionPacificar: 1. Acalmar a raiva ou a agitação de 2. Reduzir a um estado de submissão Ele cumpriria seu dever. Salvaria Draco, se pudesse. Protegeria os alunos, se e quando a escola caísse nas mãos dos Comensais da Morte. E Potter. No que lhe dizia res...