06. Digno

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Naquela tarde, Bill e Charlie estavam consertando janelas no sétimo andar, enquanto os professores Flitwick e Vector estavam remontando uma fila de estátuas animadas segurando as partes de seus próprios corpos decepados. Todos estavam fazendo um bom progresso e o interior do castelo, pelo menos, estava começando a parecer quase normal. Charlie já havia completado três corredores inteiros com seu irmão desde o almoço, e ele tinha que admitir que era bom estar ocupado. Realmente era. Mesmo que Bill não o deixasse em paz, continuasse fazendo trocadilhos horríveis com dragões e se recusasse a falar sobre qualquer coisa séria.

Bem, ele supunha que as pessoas sofriam de maneiras diferentes. E Bill, aparentemente, sofria por ser incrivelmente detestável e invasivo.

— Estou lhe dizendo, Charlie — disse Bill pela quinta vez. — Apenas vá em frente. Ele corou para você no café da manhã.

— Ele não corou para mim — Charlie resmungou. — E você pode, por favor, dar um tempo? A guerra terminou há dois segundos.

— Mais uma razão para aproveitar a vida pelo rabo-córneo!

Charlie zombou e revirou os olhos. — Bill. Eu nem sei se ele é gay. Então, por favor, você pode parar? — Bill apenas semicerrou os olhos para ele.

— Ele é gay, meu querido irmão. Ele é gay. Quero dizer... vamos lá.

— Talvez — Charlie permitiu, e então suspirou. Pode ser uma besteira frívola, mas Bill tinha certa razão. Todos eles poderiam ter morrido, e Rony e Hermione finalmente formaram pares, e Harry Potter tinha o maldito Severus Snape. Por que ser tímido? — Da próxima vez que eu o vir, vou tentar, certo?

— Sim, acho que você deveria. Ele é fofo. — Bill balançou as sobrancelhas. — Além disso... loiro.

— Oh, me desculpe, talvez você devesse ir atrás dele. Já que todos nós sabemos o quanto você gosta de loiras.

— Todo mundo gosta de loiras, Charlie — Bill respondeu alegremente. — Somos nós, ruivos, que devemos competir. — Charlie abriu a boca para responder, mas algo chamou a atenção de Bill antes que ele pudesse, e ele se virou e viu Ron entrar com uma bolsa de gelo na cabeça. — Falando em ruivos.

— Bem, veja quem finalmente apareceu — disse Charlie. — Você está de ressaca ou Hermione deu uma pancada em você por fazer papel de bobo?

Ron apenas grunhiu e Hermione veio atrás dele. — Boa tarde, Bill, Charlie — disse ela. — Alguém viu Harry hoje?

— Não — respondeu Bill. —Perdeu o café da manhã e o almoço. Snape também. Obviamente.

— Sim, e vocês perderam um show espetacular — acrescentou Charlie. — Corujas até onde a vista alcança.

— O que você quer dizer com corujas? — Rony perguntou.

— Apenas oitocentas malditas corujas. — Bill estendeu os braços como se quisesse dar as boas-vindas a uma grande massa de pássaros. Ou possivelmente um pássaro extremamente grande. — Procurando por Harry, aparentemente. Ficaram horas até McGonagall mandá-las embora. Cagando em todos os bancos, você sabe.

— Uma delas caiu bem na minha cabeça e começou a me prender com o envelope — acrescentou Charlie, penteando o cabelo para trás para mostrar um arranhão na testa. — A maldita coisa estava chateada por não ter conseguido encontrar Harry.

— Por que diabos Harry está recebendo oitocentas corujas? — Ron perguntou, esfregando as têmporas.

— Porque ele é Harry 'poderes divinos' Potter, não é? — Bill disse, erguendo as sobrancelhas para Hermione como se dissesse que ele é burro como um tijolo, amor. Você percebeu?

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