Severus apareceu espremido em um túnel escuro e, por uma fração de segundo, ficou tão aliviado que quase gritou. Mas então houve um clarão de luz verde sobre a cabeça de Harry ao lado dele, visível através da fenda entre duas tábuas, e ele percebeu com uma pontada de horror que eles estavam na passagem que levava à casa dos gritos. O Lorde das Trevas ainda estava a poucos metros deles, e quando olhou para Harry, e Harry olhou para ele, um uivo de raiva histérica quebrou o silêncio.
— Rony! Hermione! — Harry engasgou, arrastando Severus contra seu peito, enroscando uma mão em suas vestes e agarrando sua nuca com a outra. — Segurem! Feche seus olhos! — Ele virou o rosto de Severus para o chão. — Feche seus olhos! Feche seus olhos! — Severus sentiu os outros agarrá-lo e ele se voltou cegamente para eles, virando seus rostos para baixo como Harry havia feito com ele.
— De cabeça baixa — disse ele, esperando que isso fosse suficiente para o que quer que Harry estivesse prestes a fazer. E então, pressionado contra seu corpo, ele sentiu as costelas de Harry se expandirem com uma inspiração profunda, e -
Ele gritou.
Não, foi mais que um grito – foram mil gritos. Foi todo uivo de dor e medo que já soou na terra, tudo de uma vez. Cada criança chorando, cada viúva desesperada, cada grito de terror ou tristeza e cada grito de guerra. Foi o som mais aterrorizante que Severus já ouviu - e a magia que saiu dele - passou por seu corpo como uma explosão solar, e através de suas pálpebras ele viu uma explosão de luz brilhante, e então - foi quase como vento. Como estar no centro de um furacão, talvez, ou no centro de alguma outra violência incrível. Ele enterrou o rosto no pescoço de Harry, agarrando freneticamente suas roupas, de repente absolutamente certo de que Harry iria se quebrar, ou desaparecer, ou desintegrar-se sob o poder bruto que explodia dele. Os dedos de Ron e Hermione cravaram-se em suas costas, suas testas pressionadas contra ele, e ele teve apenas tempo suficiente para se perguntar se Harry iria matar todos eles quando o vento forte caiu de repente, o rugido do som foi cortado e o corpo de Harry ficou mole em seus braços.
O silêncio abrupto foi tão profundo que parecia estar debaixo d'água, e naquele silêncio ensurdecedor, Severus abriu os olhos e ergueu a cabeça.
Não havia nada ao seu redor. Absolutamente nada. A Casa dos Gritos havia sumido – derrubada – e ele piscou uma vez diante da devastação, agarrou Rony e Hermione com um braço, e Harry com o outro, e desaparatou.
.
Draco entrou em Hogsmeade, com os pulmões em chamas. Mas ele não ousou diminuir a velocidade ao passar por fileiras e mais fileiras de lojas fechadas com tábuas e casas escuras. Certamente havia alguém. Certamente ele poderia encontrar alguém para ajudá-lo a soar o alarme. Para onde ele poderia ir? As ruas estavam vazias – nem mesmo os Dementadores pareciam farejar seu terror. Um pouco de sorte, pois ele tinha certeza absoluta de que era incapaz de produzir um patrono naquele momento.
A menos que... a menos que todos os Dementadores estivessem na escola.
Ele fez uma curva a todo vapor e começou a gritar a plenos pulmões.
— AJUDA! AJUDA! ALGUÉM AJUDE!!
Ninguém atendeu seu chamado, mas houve um som. Não foi realmente um estrondo nem nada, foi mais como um tipo estranho de estouro, e ele olhou em volta e viu uma esfera de luz aparecer na periferia da cidade e se expandir como uma bolha inflando.
— Que porra...
.
Eles apareceram no outro extremo do terreno, os quatro, e Severus levantou Harry em seus braços enquanto empurrava Ron e Hermione para longe.
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Pacify | Snarry
FanfictionPacificar: 1. Acalmar a raiva ou a agitação de 2. Reduzir a um estado de submissão Ele cumpriria seu dever. Salvaria Draco, se pudesse. Protegeria os alunos, se e quando a escola caísse nas mãos dos Comensais da Morte. E Potter. No que lhe dizia res...