13. Precioso

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Harry teve que literalmente implorar a Hermione para deixá-lo ir para seu dormitório sem ser interrogado, mas ela finalmente cedeu com a condição de que pudesse perguntar a ele o que quisesse mais tarde. E a maneira como ela olhou para ele quando o deixou ir deu-lhe a impressão de que ela estava com medo de perturbá-lo, então ele usou isso a seu favor. Ele queria escapar, e se sua constituição frágil permitisse, tudo bem. Deixe-a pensar que ele estava à beira do colapso, como todo mundo fazia.

No dormitório masculino, ele se fechou nas cortinas. Estava vazio, graças a Deus. Ainda era muito cedo e a ideia de falar com uma única alma parecia insuportável. Ele se sentia bastante trêmulo, na verdade, então, quando se deitou, colocou o travesseiro sobre a cabeça.

Ele ficou assim por um tempo – quase uma hora – antes de sua pulseira esquentar.

[Ele está voltando, agora] apareceu.

O que ele vai fazer?

[Chorar, provavelmente]

O que você disse para ele?

[Ah, o de sempre. Alguma verdade completa, alguma meia verdade e muitas mentiras]

Ok, Harry pensou.

[Você está bem?]

Sim.

[Eu não quero que você se surpreenda novamente. Eu tirei seu sono sem sonhos]

O que?

Harry olhou embaixo da cama. A caixa desapareceu.

[Você ainda pode tomar. Apenas um de cada vez]

Ninguém acredita em mim. Nem mesmo você.

[Eu acredito em você. Mas eu também conheço você]

Harry pensou sobre isso e imaginou que se tivesse uma caixa de sono sem sonhos à sua disposição naquele momento, poderia pegar dez.

Tudo bem, ele pensou. Certo.

E então ele ficou de pé quando a porta se abriu. Era Ron, como Severus havia dito, e quando ele entrou, parou na entrada e estendeu as mãos como se estivesse se aproximando de um animal ferido.

— Harry — ele disse gentilmente. — Cara. Quase bati em você.

— Sim, quase — Harry respondeu, tentando lhe dar um sorriso. — Tudo bem.

Ron caminhou lentamente até ele e então, após um momento de hesitação, abriu os braços. Harry realmente não queria abraçá-lo, mas o fez mesmo assim, honestamente, apenas aliviado por Ron não querer mais gritar. O que quer que Severus tenha dito a ele deve ter sido bastante convincente.

— Eu realmente sinto muito — Ron respirou. — Você me assustou. Eu só... pensei... não sei.

— Está tudo bem — Harry repetiu. — Eu também sinto muito. Tentei pedir a Dumbledore que lhe contasse por que tive que ir embora - acho que ele não fez um trabalho muito bom.

— Eu não acho que estava realmente ouvindo — Ron respondeu.

— Lupin surtou. Eu tive que ir.

— Eu sei, me desculpe. Eu não queria pular em você daquele jeito. — Ron o soltou e Harry viu que seus olhos estavam vermelhos. — Sinto muito — ele disse novamente.

— Tudo bem. Está bem. Estou bem.

— Você diz muito isso — Ron respondeu com um sorriso pouco convincente. Parecia mais que ele tinha sido esfaqueado, na verdade.

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