12. Flores

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Eles colheram algumas flores antes de voltarem para o castelo, e Severus as colocou na água enquanto Harry se deitava. Ele estava tropeçando quando eles voltaram para o Salão Principal, e mal tinha chegado às masmorras antes de desabar na cama. Severus trouxe o buquê para o quarto e colocou-o na mesinha de cabeceira de Harry, e então deitou-se ao lado dele. Harry dormiu bastante durante o jantar, durante toda a noite e até pela manhã, mas não havia desmaiado, não estava sangrando e, quando acordou, não sentia dor. Bem, ele disse que seus pés doíam um pouco. Provavelmente ele lançou a magia através deles. Pelos pés dele.

Se Severus tivesse de alguma forma conseguido fazer uma magia daquelas sem uma varinha, ele estaria morto no chão, na neve. Mas Harry estava apenas cansado. Ele era insondavelmente forte, e cada vez que Severus pensava que havia atingido seu limite, ele estava errado. Não havia limite, ou assim parecia. Apenas magia, até o fim.

Ele precisava falar com Albus. Certamente isso mudava tudo.

.

— Nunca vi nada parecido em minha vida.

Albus e Severus estavam juntos no terreno, diante do círculo de flores silvestres que Harry havia invocado. Elas estavam congeladas agora, mas ainda claramente visíveis. E no centro daquele trecho de fonte incongruente, havia a marca de seus pés.

Albus se agachou para tocar uma folha gelada de grama. — Bastante incomum — disse ele lentamente.

— Incomum? Albus. Pedi a ele para tirar a neve do chão e ele fez isso.

— E como ele estava depois?

— Ele estava exausto.

— Isso é tudo?

— Sim. Você acha que...? — Severus parou quando Albus se levantou.

— Eu acho que isso pode salvá-lo?

— Sim.

— Não, eu não.

— Diretor.

Albus encontrou seu olhar e cruzou as mãos atrás das costas. — Severus — ele disse. — Você sabe que não há outro jeito.

— Não há outro jeito? Mas isso – Albus – certamente muda tudo. Ele é um tesouro. Ele poderia fazer muito bem. O Mundo Mágico pode mudar para sempre. Sua magia é...

Albus o interrompeu. — Ele já mudou o Mundo Mágico para sempre. E ele mudará isso novamente, com sua morte. Não há outro caminho.

Severus olhou para as flores congeladas e depois para o lugar escuro onde Harry estava em seus braços para fazê-las. — Não poderíamos simplesmente – conter, ou – ou enfraquecer o Lorde das Trevas de alguma forma? — ele perguntou. — Dar a Harry uma chance de viver – pelo menos por mais alguns anos?

Os olhos de Albus estavam frios quando ele olhou de volta.

— Por que? — ele perguntou. — Então você pode ficar com ele um pouco mais? Você ainda é tão egoísta, Severus.

Severus recuou como se tivesse levado um tapa. — Egoísta? Isso... é longe demais.

— É mesmo? Você deixaria o Lorde das Trevas vivo para continuar sua campanha de terror e poder segurar um pouco mais seu amante de dezesseis anos? Que heroísmo.

— Como você ousa — Severus começou, quase paralisado de fúria. — Se você realmente acha que isso é verdade, deveria ter deixado os governadores me demitirem. Não, você deveria ter deixado Lupin cortar minha garganta. Mate-me agora onde estou, se você acha que Harry é apenas um corpo para mim. — Ele puxou a manga para trás para expor a pulseira de prata. — Você me deu isso. Você me deu ele. E eu fiz tudo o que você me disse para fazer. Eu o ensinei, o acalmei e o fiz dormir. Fiz o meu melhor para protegê-lo. Para mantê-lo vivo até que você acabe com ele. — Ele respirou fundo. — Você não se importa com ele. Você nunca fez. Se você tivesse, você o teria tirado de mim em agosto. Antes que as coisas ficassem tão... antes que ele... Mas eu esqueci. Você não quer saber, não é? Você não se importa. Bem, eu me importo. Eu quero salvá-lo, e não é por causa do corpo dele.

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