16. A Letra da Lei

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— Boa tarde, Harry, Severus — Minerva disse asperamente, segurando a porta aberta para eles. — Vejo que vocês dois saíram ilesos da sua... excursão... — Seus olhos percorreram o rosto de Harry, e uma pequena ruga de preocupação apareceu em sua testa. — Alguém bateu em você?

— Olá, professora — disse Harry alegremente. — O que, isso? — Ele apontou para o lábio cortado. — Não. Aparatei de forma estranha e bati em uma porta. Muito embaraçoso.

— Boa tarde, Minerva — Severus interrompeu, deixando Harry entrar no escritório na frente dele antes que ela pudesse expressar verbalmente o ceticismo que estava em seu rosto. — É sempre uma aventura agarrar-se à manga de Harry..

— Desculpe por arrastar você por aí — disse Harry, e deu um sorriso tímido, mas ele caiu de novo quase imediatamente. E também não foi o nervosismo, ou o fato de Minerva ter transfigurado sua mesa em uma mesa com quatro cadeiras em preparação para a reunião. Havia um caixote de madeira do tamanho do fogão da tia Petúnia em um canto, e parecia estar cheio de cartas até a borda. E isso era... muitas cartas. — Isso não é para mim, é? — ele perguntou, e então seus olhos deslizaram para um segundo recipiente menor ao lado dele. Aquele era claro - mais ou menos do tamanho e aparência de um aquário - e dentro dele havia uma quantidade de envelopes vermelhos ameaçadoramente fumegantes. — Uh...

— Suas cartas? — Minerva perguntou. — Sim. Muitas, como eu disse, e mais a cada dia. E essas — ela apontou para o recipiente menor, — são para Severus. Agora, Kingsley deve chegar por via de flu em breve. Por favor, sentem-se. — Ela apontou para as cadeiras.

— Mas... são...? — Harry começou e Severus terminou por ele.

— Uivadores — disse ele, enquanto os envelopes, aparentemente cientes de que seu alvo chegava à sala, começavam a explodir furiosamente, mas silenciosamente. — Excelente. Obrigado por contê-los, Minerva.

— O prazer é meu.

Severus puxou uma cadeira para Harry. — Nada que eu não esperasse — disse ele, e Harry sentou-se e olhou por cima do ombro.

— Bem, porra.

Severus sentou-se ao lado dele. — De fato.

— Houve alguma cobertura jornalística — acrescentou Minerva com cuidado, ocupando seu lugar em frente a eles e cruzando as mãos.

— Sim, nós vimos isso — Severus disse. — Um trabalho de machadinha bastante magistral, na verdade. Quase mandei um uivador para mim mesmo. — Mas então ele se virou também, ao ouvir um farfalhar incongruente vindo da caixa de Harry. — O que é aquilo?

— Cartas encantadas — respondeu Minerva. — Não se preocupe, no entanto. Elas são apenas... — Ela não terminou de pensar, pois um dos envelopes subiu até a borda do caixote e, em seguida, estendeu dois de seus cantos para ajudar outro a subir ao lado dele. — Bem, isso é novo. Eles devem saber que você está aqui.

— Hum... — Harry observou, atordoado, enquanto as cartas juntavam suas companheiras - duas dúzias ou mais do mesmo verde berrante - e então formavam uma linha na borda da caixa, segurando os cantos, e saltavam para o chão todas de uma vez como algum tipo de pacto de suicídio em massa. — UM — Ele se levantou e então, quando a multidão de envelopes começou a cambalear em sua direção, pulou em sua cadeira. — Não, obrigado!

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Quando Kingsley chegou à lareira, viu Harry Potter em pé sobre uma mesa cercado por uma enxurrada de envelopes saltitantes, enquanto o que parecia ser uma caixa de vidro com fogo vibrava ameaçadoramente no canto.

— Boa tarde — disse ele. — Vejo que vocês começaram sem mim.

— Kingsley! — Harry guinchou.

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