10. Depois

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Os sobreviventes apareceram na Mansão Malfoy, encharcados. Severus foi o último, apenas uma fração de segundo depois dos outros, e apareceu bem a tempo de ver Draco, vomitando, cair de joelhos no gramado bem cuidado.

Oh, ele ficou enjoado? Que triste.

Severus o levantou pela gola das vestes.

— Levante-se — ele ordenou. — De pé, Draco. Seu Mestre chama. — Ele empurrou-o com força pelas costas e Draco tropeçou e caiu novamente. — Levante-se. Draco – LEVANTA-SE!

Ficando de pé, Draco cambaleou, mas finalmente encontrou as pernas. Quando ele se virou, Severus percebeu que ele estava branco, como deveria ficar. Fraco. Patético. Repugnante.

— Sinto muito — Draco sussurrou, limpando a boca. — Eu não poderia - eu não poderia fazer isso.

Severus zombou dele, um ódio tão intenso espumando dentro dele que por um momento ele teve medo de matar Draco também. Apenas matar todo mundo, talvez. E então ele mesmo. — Eu sei — ele disse, e começou a empurrar Draco em direção aos portões da frente do que antes era a casa de sua família, mas agora era o quartel-general do Lorde das Trevas. — Diga isso a Ele, não a mim.

Rowle, Alecto e Amycus os seguiram, e Severus pôde sentir a excitação deles como um calor radiante. Todo mundo ficaria animado, ele sabia. Todos ficariam satisfeitos, e Severus também teria que ficar satisfeito. Pois eles tiveram sucesso.

Eles venceram.

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Quando Harry acordou, era um borrão branco muito familiar. Ele piscou grogue. Sua cabeça doía. O que ele fez consigo mesmo?

Mexendo-se um pouco sob os lençóis limpos e engomados, ele virou a cabeça e viu uma forma escura à sua esquerda.

— Óculos? — ele perguntou.

— Aqui — uma voz suave respondeu.

Harry pegou os óculos que estavam em sua mão e, uma vez colocados, olhou para Remus Lupin sentado ao lado de sua cama de hospital. Remus Lupin.

Ele recuou com tanta força que a sala girou ao seu redor e ele quase caiu no chão.

— Harry, ei — Remus disse, segurando seus ombros. — Está tudo bem.

— Não me toque — Harry engasgou, lutando contra seu aperto apesar da leveza em sua cabeça. — Não me toque - onde está Severus? Não me toque! — E então mais pessoas começaram a aparecer. Do lado de fora do corredor, do escritório de Madame Pomfrey, e das malditas paredes, ou assim parecia. Pessoas em todos os lugares. Ron, Hermione, Luna, Tonks e Ginny. McGonagall e Madame Pomfrey também. Todas aquelas pessoas, mas nenhum Severus. Onde estava Severus? Harry estava no hospital. Severus deveria estar lá. Não Lupin. Não Lupin tentando tocá-lo. Como Severus poderia ter permitido isso? Como ele poderia ter...

Olhando para todos eles, o cérebro de Harry de repente começou a acompanhar seu corpo.

Severus não estava lá porque Severus o havia deixado.

Lá fora, na grama, do lado de fora da cabana de Hagrid.

Ele se foi.

Severus havia partido, Dumbledore estava morto e Harry estava aqui, na Ala Hospitalar.

Afastando-se das mãos de Lupin e saindo da cama, ele cambaleou para trás até ser pressionado em um canto.

— Harry — Remus disse novamente, saltando para persegui-lo. — Está tudo bem. Acalme-se. Você está seguro.

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